A redução da incorporação do factor trabalho e consequentemente da alteração de rendimentos do sector produtivo a favor do capital não constituem fenómenos recentes. Já haviam sido há muito denunciados pelo economista norte-americano Jeremy Rifkin, em ‘O Fim do Trabalho’. Concretamente em 1995 – “The End of Work: The Decline of the Global Labor Force and the Dawn of the Post-Market Era”.
Dessa obra de visão precoce, estruturalmente documentada e concisa, que li em finais do século passado, lembro algumas provas categóricas do rigor das análises do autor:
- A mecanização da agricultura nos EUA, nomeadamente na produção de algodão, conduziu à libertação de enormes excedentes de mão-de-obra que emigraram para a região de Chicago, ingressando na indústria automóvel;
- Tempos mais tarde, os desafios de competitividade dos fabricantes de automóveis japoneses, através da introdução da robótica nos processos produtivos, obrigou os industriais norte-americanos a optar pela robotização, com a consequente eliminação de postos de trabalho.