O salto da fortuna de Ortega excede o valor de qualquer outro dos 10 mais ricos a nível mundial

Crescimento em património líquido de Ortega, Gates e Buffett em 2015


A ascensão reflecte um alto desempenho de Ortega no primeiro semestre deste ano. A sua fortuna aumentou de USD 11 mil milhões, para USD 72 mil milhões, um aumento de 18 por cento, em comparação com a ligeira diminuição das fortunas de Bill Gates, o homem mais rico do mundo e Warren Buffett,  a terceira pessoa mais rica na terra. Enquanto Ortega ainda se afasta dos USD 86 mil milhões do património líquido de Gates, a sua fortuna, todavia, aumentou 80% nos últimos três anos - duas vezes a taxa de crescimento do co-fundador da Microsoft."

O exemplo de Ortega demonstra o rigor da análise e doutrina de Pierre Pikkety constantes do livro 'O Capital no Século XXI'. Nomeadamente na inequívoca evidência de que o capitalismo actual se caracteriza pela tendência inerente à concentração de riqueza nas mãos de poucos.

Este obsceno crescimento de fortunas é o extremo superior de um fosso cada vez mais profundo onde, no pólo oposto, se multiplica a pobreza de milhões e milhões de seres humanos em vastas áres geográficas do universo. Desde a fome e a fuga pelo Mediterrâneo de sudaneses e outros povos africanos e do médio-oriente que procuram desesperadamente a Europa, via Grécia e Itália, a fenómenos do mesmo género de pobreza e miséria agudas que motivam a migração de outros desgraçados na Ásia - a Austrália, país rico, até paga aos mesmos traficantes para os levarem de volta, mesmo que o destino seja a morte.

E, ao falarmos de países asiáticos, note-se que Armando Ortega está bem informado sobre os estilos de vida nessas paragens. É em países como o Bangladesh, o Paquistão  e outros da região que a Zara e demais sociedades da Inditex exploram sem escrúpulos trabalhadores que auferem 30 USD mensais, trabalhando 12 horas diárias de 2.ª feira a sábado, sob a proibição de dirigir a mais curta das palavras ao colega do lado, no tempo de trabalho.

Quando chegará o momento de Obama, Lagarde, os fantoches mais poderosos da UE e outros líderes mundiais combaterem esta dramática e revoltante desigualdade entre os poucos, muito, muito ricos e os seres humanos, nomeadamente crianças, que, com intensa frequência, têm como destino a morte por estados de carência alimentar total? Com estes execráveis políticos, jamais! Todavia, um dia este ultra-desumano capitalismo será banido, acredito.