sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Uma mensagem para o Fernando Moreira de Sá

O Fernando Moreira de Sá é meu ex-companheiro do Aventar – jamais camarada, por opção de ambos. Pertence ao blogue desde a fundação ou muito próximo dela.
Temos preferências políticas distintas, ele de direita e eu de esquerda; isto, a par de muitas outras diferenças, a começar pela idade. O Fernando é mais jovem. Jamais caímos em polémicas, porque respeitamos e usamos a tolerância para quem pensa diferente.
Li a entrevista à “Visão”, que o também meu amigo, João José Cardoso, teve a iniciativa de divulgar no ‘Aventar'. No fundamental, e desculpa se te desiludo Fernando, dos objectivos do ‘Albergue Espanhol’, por ti relatados ao Mario de Carvalho, fiquei na mesma; ou seja, desde o arranque que era claro como a água que o objectivo do blogue se centrava em promover Passos Coelho no acesso ao poder ‘laranja’, primeiro, e depois a chefe do governo de Portugal.
Os autores do ‘Albergue’ estavam cientes do caminho escolhido e - aqui para nós, não sendo o teu caso - parte deles alimentaram e conseguiram integrar os tentáculos do poder, fosse em Conselhos Administração de empresas públicas ou na condição de assistentes de gabinetes governamentais.
O Pacheco Pereira, como dizes, tem razão e concluo isso sem sofisma; todavia, outros,que se sentem acossados por falsas efabulações, não se podem lamentar. Souberam de ciência certa ao que foram, não hesitando, nos tempos de hoje, em recorrer com desplante ao trivial processo de autovitimização, sacudindo a água com que encharcaram o próprio capote.
Em descabelado assomo de vaidade, e respondendo nos ‘posts’ apenas a comentários de amigos e conhecidos, consideram-se membros de uma elite predestinada; portanto, erudita, sábia e sem paralelo na sociedade portuguesa – da direita à esquerda cabe lá de tudo.
Os de valor verdadeiro, os autênticos sabedores, são uma minoria a que se encostam os classificados de medíocres, quando muito de suficientes, que se projectaram na comunicação social e na política através da blogosfera. Ferem-se com a verdade.
Junto-me ao Valada, que não conheço, e aos meus amigos Ricardo, João José Cardoso e José Freitas, nos textos dedicados ao Fernando Moreira de Sá. Um abraço, Fernando. 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A festa irlandesa

A Irlanda prescindirá do programa cautelar. Os mercados, depreende-se, vão ser generosos nos empréstimos a Dublin – taxas acessíveis (3 a 4%) para obrigações a 10 anos.
Eufórico, Kenny, o PM (Taoiseach em bom irlandês), anunciou a boa nova ao País. Segue-se a reunião do Eurogrupo, talvez regada a champanhe – quanto mais não seja em socorro de uma França que estiola na economia (queda do PIB no 3.º trimestre) e dilata na xenofobia.
O sucesso irlandês recomendaria contida prudência e algum pudor. Sobretudo, em respeito pelos milhares de irlandeses, injusta e severamente punidos. Cite-se o “The Irish Independent”: o PM Kenny, a despeito do final “feliz” do programa de resgate, lembrou:
“Os nossos desafios económicos e financeiros continuam a subsistir”, ou 
“Temos de estabelecer políticas do desemprego massivo para o pleno emprego”, ou ainda
 O problema da emigração involuntária para o regresso de tantos milhares de cidadãos nossos que tiveram de abandonar o país para encontrar emprego”.
Sei que aos mercados e investidores, as “bestas negras” da era hodierna, este tipo de problemas pouco importa. Todavia, não deixarão de os afligir a dívida da Irlanda (125,7% do PIB com o segundo maior aumento (15,5%) no 3.º T2013 - Eurostat).
Por último, refira-se que a decisão do governo irlandês não é consensual. O “The Irish Times” dá conta de haver economistas a defender que o recurso ao ‘programa cautelar’ teria sido preferível.
Esta festa irlandesa é como tantas outras. Sabemos como começou. Com tempo,
tomaremos conhecimento de como prosseguirá e do fim que a espera. 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Os embustes, falácias e dolos do FMI

Sabe-se. FMI, nos quatro cantos do mundo, tem sido uma instituição de inépcia e maldade extremas; com destaque para África, Ásia e América Latina.
Para os europeus, e em especial os portugueses, a síndroma do mal FMI era meramente teórica. Infelizmente, completando uma ‘troika’ sinistra com a CE e BCE e gozando da cooperação antipatriótica do governo, temos sentido – e resta saber até quando –  os dolorosos efeitos das políticas da nefasta organização.
Do que se depreende desta notícia, o FMI receia que o OE não resista à Lei Constitucional Portuguesa. Certamente cientes de, pela mão do governo de Passos e Portas, a terem transgredido a torto e a direito – o motivo de um dos receios são os cortes de salários e pensões a partir de 600 euros, estando eles, FMI, conscientes de que o ‘memorando de entendimento’, no ponto 1.9, estabelece explicitamente o congelamento de salários na f.p. em 2012 e 2013 e, no ponto 1.10. ser prescrita a redução de pensões acima de 1.500 euros mensais. 
Da sinistra organização de Lagarde, começámos por conhecer o ‘gauleiter’ Thomsen   iniciador do processo criminoso (ao tempo, exigiu a privatização da EDP, mas na Dinamarca, de onde é natural, 76% do capital da DONG são detidos pelo Estado); depois veio um tal Selassie que muito teria a resolver no seu país, a Etiópia; sucede-lhe agora o indiano Subir Lall. Certamente, pouco se importará com as desigualdades no seu país, onde, a par da exploração, a violação e assassínio de jovens mulheres são práticas correntes.
Habituado, pois, a uma sociedade permissiva do crime e fomentadora institucional da injustiça social, Lall diz que Portugal terá de lançar mais cortes de salários.
Quais são os limites para tanto despudor e injustiça? Como se terminará este ciclo infernal? Por certo só pela violência, que tem tanto de lamentável como de inevitável. Ou então corremos o risco da reforma das políticas do FMI e da legislação laboral nos conduzirem a estatuto idêntico ao do Bangladesh.
O filme é mais do que elucidativo da condenação que o FMI nos pretende aplicar, se não for aplacado rápida e eficazmente. 

Eurostat contradita o “milagre económico” do Pires

O Pires é descendente de outro Pires, de limado apelido. Em síntese, é membro de família pirosa, adjectivação de falta de qualidade.
O homenzinho tem postura arrogante. E erecto, novidade não original na cerâmica portuguesa. Em especial, na cerâmica das Caldas da Rainha, de intumescência pomposa mas inócua.
O Pires vendeu na AR os cacos de um ‘milagre económico’ do Portugal actual. Impingiu a ideia de se tratar de peça inteira e prometedora. Foi demagógico, característica marcante do governo que integra.
O milagre económico, no sentido de ilusionismo, é equivalente ao ‘irrevogável’ do amigo Paulo. É mera especulação e topete.
A justificar que o discurso do Pires não é sério, entre múltiplas provas de contradição possíveis, citamos o relatório de hoje do EUROSAT, onde poderá ler-se:
“Comparação mensal
Em Setembro de 2013 comparado com Agosto de 2013, a produção de bens duráveis caiu 2,6% na zona euro e 1,6% na UE28. Bens de capital tiveram uma redução de 1,0% e 0,2% respectivamente. Os bens intermédios desceram 0,8% na zona Euro e 0,5% na UE28. Os bens de consumo não-duráveis declinaram 0,8% na zona euro e de 0,5% na UE28. A energia aumentou de 1,3% e 0,4%, respectivamente. Entre os Estados-Membros para os quais há dados disponíveis, a produção industrial caiu em doze e aumentou em treze. As maiores quebras registaram-se em Portugal (-11,2%), Luxemburgo (-4,1%), Croácia (-3,3%) e a República Checa (-2,8%) e os aumentos mais elevados ocorreram na Irlanda (+2,9%), Roménia (+2,4%), Hungria (1,8%) e Polónia (+1,4%). “
Se a estes dados, adicionarmos o comportamento da inflação e os elevados riscos de deflação em Portugal e zona euro (INE e tratado aqui), concluiremos facilmente que a amanuense Albuquerque e o petulante Pires, sob o comando supremo de Cavaco e dos ajudantes de campo Coelho e Portas, hão-de conduzir o País a um desastre calamitoso que a Alemanha e a ‘troika’ promovem, em desobediência dos textos dos tratados da EU.






terça-feira, 12 de novembro de 2013

Portugal e Zona Euro sob ameaça da deflação

A imprensa portuguesa, escrita, em áudio ou audiovisual, prefere ser omissa e ignorante de factores e riscos graves para a debilitada vida dos cidadãos. Por norma, descura ‘problemas agudos a que o País está sujeito’; problemas estes que, diga-se, podem envolver uma dimensão geográfica mais ampla – Zona Euro – e, porque assim é, mais complexos se tornam para o pequeno país e a débil economia que somos.
Hoje, porém, fez-se alguma luz na nossa comunicação social. O ‘Público’ alerta:
“A taxa de inflação homóloga em Portugal caiu em Outubro para -0,2%, o valor mais baixo desde 2009…”
Sinto um primeiro mal-estar, por saber que esta notícia da Zona Euro estar sob o risco de deflação já tem dias, sem ter sido divulgada em Portugal. De resto, foi esse motivo para o Sr. Draghi anunciar a redução da taxa de refinanciamento do BCE de 0,50 para 0,25%.
Trata-se da reacção do BCE ao decréscimo da taxa de inflação para 0,7% em Outubro, inferior a 1,1% registado em Setembro. Draghi e companheiros perseguem o objectivo de manter a inflação ligeiramente abaixo dos 2%.
A queda da inflação, se continuada, pode obviamente transformar-se em deflação e é este o fenómeno temido. No ‘site’ da CNBC há dois dias, poderia ler-se o seguinte:
No título da notícia, questiona-se: “Está a zona euro em risco de deflação ao estilo do Japão?”. Há mais de década e meia que os nossos amigos nipónicos lutam contra esse mal e só agora parecem iniciar a fuga ao problema.
Outros ‘sites’ referem-se ao tema. Por exemplo, aqui, a Bloomberg em 7 de Novembro.
Os resultados da deflação são desastrosos: as empresas baixam os preços, mas os consumidores retraem-se nas compras e o investimento, entre nós já muito reduzido, declina pesadamente. O desemprego aumenta, em função da eliminação de postos de trabalho.
Tudo isto, como não poderia deixar de ser, é produto da política europeia imposta pela Alemanha e, no tocante aos periféricos como Portugal, os resultados agravam-se em consequência das desastrosas medidas de austeridade a que estamos submetidos pela ‘troika’.
O silêncio a este respeito, por cá, é sepulcral. Nem ‘o escreve e fala barato’ Camilo Lourenço o aborda. A Albuquerque nem saberá o que fazer. Passos e Portas entretêm-se a comentar Machete, o ‘pivot’ do disparate. O PR assobia para o lado.

(Nota final: no caso de deflação, o mecanismo de alterar as taxas de juro utilizado pelo BCE é de aplicação impossível; não descer abaixo dos 0% e este é o drama que os japoneses tão bem conhecem).

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Cala a boca Machete

Atribui-se a Plauto (254 a.C. – 184 a.C.) a autoria exacta da primeira definição de Tragicomédia, modelo híbrido de tragédia e comédia. Desarmando a incredibilidade de uns quantos, afiançou:
 "O que é isso? Vocês franziram a testa porque eu disse que ia ser uma tragédia? Sou um deus, e posso mudá-la; se vocês quiserem farei da tragédia uma comédia, com os mesmos versos, todos eles. Querem que seja assim ou não? …”
O nosso governo é muito emblemático em comportamentos tragicómicos insuperáveis. Chamesmo-lhe ‘A divina tragicomédia’. 
Sobretudo, a continuidade do talento nesse género Tragicomico, se diminuído pela saída de Relvas, ficou muito compensado pela dupla Maduro & Lomba e, nos últimos tempos, com o ingresso do “avô” Machete.
Depois da bronca com Angola, o anedótico e incapaz MNE foi até à Índia descobrir o caminho para se evitar o segundo resgate: “os mercados deveriam cobrar 4,5% de taxa de juro”, disse ele.
Como o disparate o obriga sempre a emendar a mão, inabilmente veio a terreiro rectificar: “apontei a taxa de juro de 4,5% como mera hipótese”… poderiam ser outros 4 e qualquer coisa porcento.
Inspiradas no “Cala a boca Magda”  de Falabella no ‘Sai de Baixo’, já há várias vozes a mandar calar o Machete: Paulo Portas, Nogueira Leite, Oliveira Martins e até, com subtileza, Bruxelas. 
Do presidente Cavaco, até por solidariedade na idade, ao PM Coelho, entende-se que Rui Machete tem muitos disparates ainda para oferecer ao País – o homem é uma fonte inesgotável de sandices que, infelizmente, não se transformam em petróleo, diamantes ou qualquer coisa que nos ilumine ou brilhe.

domingo, 10 de novembro de 2013

Isto nunca mais acaba!

Um dos cérebros do PSD jovem e simultâneamente retrógrado, ou involuntariamente reaccionário, é o imberbe José Moreira da Silva. 
Ontem teve a companhia desse veterano do carreirismo, um ex-BCP  do Jardim Gonçalves reconvertido a governador do BdP por cunha do amigo Teixeira dos Santos. 
Realizaram no ISCSP, sempre é um espaço mais barato, aquilo que designaram por " Plataforma para o Crescimento Sustentável". Como síntese da propaganda e demagogia proclamadas - o Moreira que não é dos Cónegos, mas de lá perto - sacou da massa encefálica esta brilhante conclusão:
"isto não acaba em Junho"
Também não disse quando acaba. Com o PSD e CDS, nas mãos da criançada do governo, ornamentada de casaco tradicional de baptizado ou casamento (António Lobo Antunes na "Visão"); com essa criançada e - acrescento eu - o califa de Penamacor, estou a pensar em realizadores de filmes, cujo final, sem suspense, advínhamos e ansiamos. Não pela qualidade do enredo, mas para nos libertarmos de realizações da mediocridade.
Diz o Moreira, e o Costa acena que sim, que o País carece de um guião - provocação ao inepto e também demagogo Portas - para os próximos 20 anos.
Sim, para 20 anos de 'pós-troika'. Visionário e de inesgotável sinergia, Moreira  transforma 3 anos de 'troika' em mais 20 anos de sofrimento do povo português.
Limitado nas capacidades de análise, a política europeia passe-lhe despercebida. É despicienda. 
Penso não ser insolente, ao recomendar-lhe a leitura atenta desta entrevista de Elisa Ferreira que, sem meias-palavras ou jogos ilusórios, desmonta a falta de qualificação e de responsabilização dos membros da 'troika'. E explica claramente por que razão o PIB português e outros factores macroeconómicos se degradam, em função da afectação do tecido económico português e da sua redução a micro ou pequenas empresas. Assim, é também meu entender, torna-se impossível alcançar níveis de crescimento e desenvolvimento de que o País e os portugueses muito carecem.


sábado, 9 de novembro de 2013

A ‘swinger dos swaps’, o Moedas ou o governo díssono

 

A ‘swinger dos swaps’, mulherzinha sem credibilidade, botou palavra em Viseu, terra do poderoso cavaquistão, para afirmar:

“Orçamento do Estado para o próximo ano é o adequado para cumprir o programa da troika.”

Precisa nos fundamentos da governação, citou que as medidas previstas no orçamento são equitativas, abrangentes e estritamente necessárias, Pudera são impostas pelo programa da ‘troika’ e as avaliações que se lhe seguiram – a 7.ª em particular.

A prova de que Portugal está entregue a garotos, para quem a verdade não é valor inalienável, está na contradição entre aquilo que a Albuquerque acaba de dizer (cumprir o programa da troika) e as declarações públicas do Moedas, ao garantir por exemplo:

“… o Governo prefere aumentar a competitividade do país pela qualidade e não pela redução de preço da mão-de-obra.”

O memorando da troika, em termos de transformação das leis laborais, é bem explícito, na permissividade das condições para o desemprego, a precariedade e outras flexibilidades que tais.

Os resultados das referidas são conhecidos: desemprego, artificialmente calculado, e promoção de emigração maciça.

Em termos de respeitar a verdade, este governo é um desastre (até o ‘irrevogável’ é sinónimo de ‘revogável’. Para completo descrédito do que dizem, a dissonância e as entropias da comunicação são mais do que muitas.

Não prestam. Não prestam, mesmo. Chamar-lhes reles é demasiado suave.

A solidariedade do sabujo Moedas

Segundo o ‘Público’, Moedas afirmou:
A frase é mera tentativa de manifestação de falsa solidariedade. A finalidade é desculpabilizar o governo. O certo, certo, é que as políticas do governo, por opção própria ou por incumbência da ‘troika’, não se ficam, na avaliação de consequências, no plano das ideias. Sem escrúpulos nem seriedade, jogando com imaginários fantasmas – “há esta ideia errada” – argumenta-se infundadamente que ideias injustas esvoaçam por aí como pássaros migrantes, sem rumo nem norte.
O Moedas sabe bem do que os portugueses substantivamente se queixam são dos prejuízos materiais e situações sociais graves com que o governo os castiga. Ou, então, já se esqueceu de que o seu chefe supremo, Passos Coelho, assumiu declaradamente que o ‘programa do governo’ era o ‘programa da troika’ e que estava mesmo disposto a excedê-lo.
A solidariedade de Moedas, homenzinho que gosta de sublinhar ser filho de militante ou ex-militante comunista, assim argumentada é um acto de pura hipocrisia.
Servil no comportamento, o sabujo Secretário de Estado Adjunto aproveita para adular Vítor Gaspar – “um homem a quem o País deve muito” - e Paulo Portas – “uma grande mais-valia” pela sua “experiência e pragmatismo". De uma cajadada, mata dois bichos cuja relação era pouco menos do que odiosa… mas o Moedas, hipócrita, fica de bem com todos, aqueles que concordam ou discordam e se cobatem entre si.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Dona Trindade: vereadora, embusteira de mau gosto


Olhe-se para esta obra com olhos de ver! Quem não fica deslumbrado com a expressão estética desta construção? Ninguém resiste. O povo de Valongo sente orgulho e milhares de visitantes, até da Galiza, inundam a terra para admirar os anexos da D. Maria Trindade Costa, histórica vereadora laranja do concelho.
A D. Trindade, membro da Comissão Política Nacional do PSD, e pessoa muito ligada a essa figura anedótica mas sublime do poder PSD, chamada Marco António Costa. Homem de qualidades intelectuais inexcedíveis e isento servidor da “pátria laranja”, evoluiu da condição de cacique nortenho – em Valongo, foi vice-presidente da câmara – para governante da nação e depois nomearam-no dirigente supremo do partido no plano nacional.
É com este género de gentinha que o País autárquico tem desenvolvido muitas das terras de Portugal, de Norte a Sul, com rotundas, piscinas, pavilhões desportivos e lares de idosos; estes últimos, diga-se, insuficientes e sem o complemento de centros de saúde entretanto encerrados, para servir a população do interior que, em mais de 90% dos casos, se enquadra na faixa etária acima dos 60 anos.
Mas, aqui ou acolá, vão surgindo obras arquitectónicas (?) de majestático mau gosto. Trata-se do caso dos anexosda moradia da D. Trindade, vereadora com o pelouro da Acção Social valonguense. A mulher além de pirosa é mentirosa.
Com 62 anos de idade e altas funções partidárias, faltou à verdade, ao informar a Câmara de Valongo onde trabalha da destruição de um anexo há anos. Não é verdade e agora, em vez de um, é proprietária de dois.
Paradigmático! É com Donas Trindades, Marcos Antónios e outros nomes conhecidos que o País falha em pleno na ética e na estética, chegando, em paralelo, à consabida situação socioeconómica que sofremos.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Da mentira à transformação do triplo em quádruplo ‘B’

A ‘swinger dos swaps’ e o demitido S.E. Pais Jorge (um ex-Citigroup, especialista em swaps, derivados, futuros e afins negociados com o Estado), afinal mentiram no Parlamento ou, como Assunção Esteves gosta de enfatizar, a ‘Casa da Democracia’ - a conclusão foi da PGR e serve de base às críticas do PS.
Noticia o ‘Jornal de Negócios’ que ‘Vendas a retalho em Portugal registam maior queda da União Europeia em Agosto’ – 6,2%, acrescento eu.
Tudo isto só pode ser causado pelas deliberações do Tribunal Constitucional, como insinua leve, levemente, o patriota Barroso; ou como ajuíza, à falta da reforma do Estado, o intelectual despenteado, por dentro e por fora, Barreto;  ou ainda como afirmou em brilhante reflexão de Estado Social e totalitarismo o Branco, citando Francisco Sá Carneiro, o único cuja memória respeito.
Sou do tempo dos dois bês: ‘BB’ de Brigitte Bardot. Agora em vez de dois são três: BBB. Acrescento, contrariado por usar o palavrão, um quarto 'B' de ‘Bardamerda’… para o Barroso, o Barreto e o Branco. 
Do triplo passo a quádruplo, sem necessidade de usar outro apelido. ‘Beleza’, por exemplo.

O felino Rosalino


Ralo de cabelo e de humanismo, eis acima a verdadeira alegoria do felino Rosalino - nome superfino com que o baptizaram em menino. Veio ao mundo em Sintra e, tal como a queijada da terra, diz com doçura considerar os concidadãos como amigos. 
Numa altura em que o desemprego é, de facto, uma desgraça nacional, levando milhares de jovens habilitados e outros trabalhadores a partir da Pátria por mar, terra e ar, o Rosalino manifesta-se satisfeito em lançar na inactividade mais trabalhadores da função pública, por rescisão de contratos. 
Está convicto o felino ajudante - designação de Cavaco para os Sec. Estado - que até ao final do ano conseguirá mandar pela porta fora entre 5 e 15 mil trabalhadores
O limite do intervalo superior da meta estabelecida é o triplo do limite inferior. Na matemática, sobretudo em cálculo matricial e econometria, o Rosalino é um ás. Foi até por isto que quem cunhou o seu ingresso no Banco de Portugal o incitou: "Entra cientista de mérito, já cá estás!".
Este é mais um dos tais 'friends' do extremamente amigável governo que nos (des)governa. Temos é de nos defender de ataques de estilo felino em que é mestre e pérfido o Rosalino.  

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Tradução de documento da OIT – Organização Internacional do Trabalho

(Considerações prévias: a OIT é uma agência da ONU especializada em questões de trabalho. Integra representantes de trabalhadores, de empresários e governantes. Não se trata de uma espécie de “Confederação Sindical Mundial”, como alguns pensam. Ontem deixou um extenso rol de questões de interesse sobre o desemprego e a crise económica em Portugal. Como é habitual, o eco na empresa foi mínimo e muito formal, ignorando a maior parte do texto cuja tradução aqui se publica. É extenso, mas, desta feita, não por culpa minha. Respeitei o conteúdo integral do documento da OIT).

Notícias | 4 de Novembro de 2013
GENEBRA (Notícias OIT) – Um em sete empregos foram eliminados em Portugal desde o início da crise global de 2008, diz um novo relatório, “Combater a crise de emprego em Portugal”, elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Uma parte significativa desta deterioração ocorreu desde o começo do programa de assistência financeira em 2011, com trabalhadores jovens e famílias com filhos menores a serem afectados desproporcionalmente.
O Relatório descreve a situação socioeconómica no país como “crítica”, marcada por níveis sem precedentes de desemprego, um declínio drástico do investimento produtivo e uma recuperação económica provavelmente demasiado fraca para diminuir significativamente os números do desemprego.
"Muito da acção política até agora tem-se focado na redução dos défices orçamentais e impulsionar a competitividade," diz Raymond Torres, chefe do Departamento de Pesquisa da OIT.
De acordo com o relatório, novas políticas são necessárias para fazer face às tendências negativas. Suas conclusões serão discutidas em uma conferência de alto nível da OIT em Lisboa em 4 de Novembro.
“Cortes nos salaries e nos programas de segurança social, conjugados com os aumentos de impostos, erodiram os rendimentos das famílias e a procura interna. Pequenas e médias empresas esforçam-se para obter crédito, o que significa oportunidades perdidas para a criação de emprego," explica Torres.

Os carrascos da Comissão Europeia, contrariados pelo TC e OIT

O patriota Barroso, político de sucesso e de percurso sinuoso e extenso – do MRPP à Presidência da CE – com a colaboração activa da equipa de comissários que comanda e de onde se destaca o idiota útil Oli Rhen – sentencia a tempo e horas mais austeridade para Portugal em 2015: 1.700 milhões de cortes na despesa”.
Valerá a pena lembrar o Artigo 3.º do Tratado de Maastricht, ainda em vigor? Provavelmente não. Acenaram em 1992 com falsa ‘cenoura’: ‘coesão económica, social e territorial’, prometida aos cidadãos dos Estados-Membros. E estes foram no engodo, aguçado pelos políticos internos.
A coragem e falta de vergonha de mentir e trucidar milhares e milhares de vidas constituem componentes de um 'processo crime' de desumanidade imperdoável .
O que é mais relevante de destacar nas medidas de austeridade para 2015, altura em que já estaremos no ‘pós-troika’, segundo a linguagem cavaquista, é a CE anunciar as chamadas ‘condicionalidades’, parte integrante não confessada de um ‘programa cautelar’ ou ‘segundo resgate’ a que certamente não nos furtaremos.
A despeito das pesadas punições que aplicou, o governo de Passos e Portas fracassou nos objectivos e o resultado está à vista: exija-se mais pobreza e miséria aos portugueses, a mando de Bruxelas. Tudo isto, no desvario para alcançar 2,5% de défice em 2013, uma miragem desértica para um País que vai apresentar 5,9% - ou mais qualquer coisa em 2013 – contra os 5,5% previstos e falhará, de certeza absoluta, os 4% de défice programados para as contas de 2014.
O desplante da CE é colossal, termo vulgarizado pelo Gaspar que ‘deu de frosques’. A CE não se inibe de criticar as deliberações do Tribunal Constitucional Português. Gostaria de idêntico arrojo proferido contra os órgãos e regras constitucionais da Alemanha; país que, em matéria de políticas europeias mais consistentes e muito menos austeras, usa o expediente da lei constitucional para as rechaçar.
Os dois últimos dias foram preenchidos por intervenções pesadas de organismos plurinacionais: o denunciado apelo ao reforço de austeridade da CE para 2015 – 1700 milhões de euros é obra; e por outro lado, a vinda do Director-Geral da OIT, reforçando o apelo para aumentar o SMN e o RSI, a fim de reduzir os níveis de pobreza dos portugueses. O SMN nacional é de 565,83 euros brutos (= 485,00 € x 14 / 12). Na Irlanda, país igualmente intervencionado, o mesmo Salário Mínimo Nacional é de 1.462,00 euros.

Coesão social, económica e territorial é, portanto, uma quimera na UE e na Zona Euro, com que nos transformaram em títeres.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O humor de Palmeirim é um brinde ao cão, ao gato e um gozo à Assunção


Verdade! O País necessita de momentos de ruptura com a tristeza. Estamos doentiamente sóbrios, introvertidos, incapazes de cultivar a anedota, a crítica social e mordaz que é histórica no humor português. Do cinema ao teatro, da rádio à televisão, mesmo na imprensa escrita.
Terá a rarefacção de humoristas portugueses alguma relação de causa e efeito com o ambiente tenso e denso em que a crise nos envolve? Talvez, mas ainda se destacam uns tantos com piada, capazes de nos fazer rir – o que não é fácil, diga-se.
Vasco Palmeirim, da Rádio Comercial, é um deles. Se políticos se espalham em declarações, dão o dito por não dito ou coisa do género, oferecem a generosa inspiração aos autores humorísticos. Como na tradição da velha ‘revista à portuguesa’, aqui está a resposta de Palmeirim à ideia de Assunção Cristas de limitar a dois cães e (ou?, ainda não percebi) quatro gatos os animais domésticos.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Estado caloteiro, credores temerosos

O Estado deve 2600 milhões de euros, na maior parte a fornecedores privados. Temerosas de retaliações, as empresas não se manifestam nos lugares e meios próprios - a lista de credores em branco é a prova da pusilanimidade empresarial: 
No sector da saúde, há pequenas e médias empresas que foram compelidas a despedir bastante pessoal. Uma firma de que é sócio um amigo meu, no último ano reduziu de 34 para metade o número de trabalhadores. Tem créditos sobre diversos hospitais do Estado superiores a 1 milhão de euros, sem receber um cêntimo há mais de 18 meses.
Paulo Portas, na oposição, em 2008, reclamava, de voz tonitruante e de dedo em riste, contra o facto de a lista de credores do Estado conter apenas 11 milhões de euros; “Apenas 0,4% da verdade”, sublinhava o então deputado.
Agora governante, nem insónias tem. O governo em que participa, no seguimento da tradição pecaminosa de governos anteriores e em desrespeito pelas próprias promessas eleitorais, prolonga o calote do Estado às empresas e muito menos denuncia a injustificada lista vazia – “Apenas 0% de verdade” deveria histericamente gritar agora o putativo vice-PM, no gesto jactancioso e melodramático com que se expressa; mesmo que, sem vergonha, essa teatralidade dos gestos sirva para revogar um pedido de demissão do governo, a qual, preto no branco, jurara ser irrevogável.
Divulga-se que agora, depois de mais de 72.000 empregos perdidos e da redução de 13,2 mil milhões de euros reduzidos no Valor da Produção Bruta, o IAPMEI, a CIP e a ACEGE - Associação Cristã de Empresários e Gestores irão, com fé, solucionar o problema e clamar em uníssono: “Ó Cristo anda cá abaixo ver isto!”. 

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A Jerónimo Martins e o livro de Sócrates

O 'Público' anuncia que, afinal, a Jerónimo Martins (JM) tem à venda o livro de José Sócrates: "A Confiança no Mundo - A Tortura em Democracia". Todavia, o mesmo jornal cita a porta-voz da Babel, confirmando que a editora recebeu uma ordem de cancelamento da encomenda do livro. Confusão!
O livro está à venda em nove hipermercados 'Pingo Doce' diz a JM - com diferentes áreas, a distribuidora tem a funcionar 375 lojas em Portugal e, ao contrário do que pretende dar a entender, há livros à venda em lojas menores, supermercados. No meu caso, foi no 'Pingo Doce' da Alta do Lumiar, próximo de minha casa, que comprei o excelente livro 'O Ensino do Português' de Maria do Carmo Vieira, da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Antes de conhecer a notícia do 'Público', em 'post' de ontem, já havia criticado o acto de censura praticado pelo grupo Jerónimo Martins.
A governação de Sócrates, e disso tenho testemunhos publicados, não escapou a críticas minhas, às vezes duras. Todavia, não é no plano de governante que a ele me refiro agora nem é um fedorento Soares de Santos, antipatriótico e lesivo da economia nacional (evasão de lucros para a Holanda e o encerramento recente da fábrica Lever em Sacavém) que tem o direito de escrutinar os livros que posso ler - se quero, compro e leio; se não quero não compro.
Se atentarmos na parte final da notícia do 'Público', captamos sem esforço a maldade, neste caso aguçada pela senilidade, do mediático e impostor Soares dos Santos. Respondeu ele, a uma pergunta:
“José Sócrates. Absolutamente. Um homem que não ouvia nada, megalómano, mentiroso, inteligente... Costumo dizer que se o Sócrates fosse candidato a entrar na Jerónimo Martins, metíamo-lo cá e depois tentávamos desenvolvê-lo..."
Esta resposta é sintomática e clara sobre o carácter dos candidatos privilegiado pelos critérios prevalecentes na admissão de quadros superiores na JM. E sobre o merceeiro Soares dos Santos fica, por ora, tudo dito.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Livro de Sócrates proscrito pela Jerónimo Martins



A administração da Jerónimo Martins recusou cumprir o acordo, antes firmado, de venda do livro de Sócrates nas lojas do grupo. TOMA LÁ QUE É DEMOCRÁTICO!, diria Camilo de Oliveira em reprodução da mensagem dos  'sketchs' que manteve na TV há anos com Ivone Silva.
Prefaciado por Lula da Silva, o tema tratado pelo ex-PM, 'A Tortura em Democracia', é de relevante interesse para o estudo político, cultural e social do fenómeno, a nível mundial.
Ao negar o reconhecimento de que a venda, compra e leitura desse livro forma um processo de divulgação cultural, distinto do exercício do poder do autor, em diversas situações questionável, consubstancia-se um acto de injustiça e falta de tolerância democráticas que, em Portugal, foram a marca de água da censura do Estado Novo. A liberdade de expressão é banida por quem pode, normalmente por quem o poder consente.
No mundo de tirania financeira, em que vivemos, seria muito mais justificado castigar severamente a família Soares dos Santos por, em momento de crise aguda do País, usufruir do imoral benefício de exportar lucros para a Holanda, para se furtar ao pagamento de impostos ao fisco português.
Acabaram com a Lever Portuguesa em prejuízo da economia nacional, exploram trabalhadores das lojas 'Pingo Doce'; enfim, cometem autênticos actos de tortura sobre milhares de cidadãos, mulheres e homens, através da exploração repugnante, de salários de miséria. 
Porém, essa conduta é, de facto, a única tortura permitida no 'Pingo Doce' e outros centros de funcionamento do sinistro grupo de merceeiros - a 'Pordata' não compensa tudo e agora fica-se na dúvida de que seja isenta nos critérios políticos de escolha de autores que publica.
Lula da Silva, se fosse vingativo, poderia influenciar a criação de direitos agravados para importação do azeite marca 'Gallo' no Brasil. Seria esta resposta que esta míope gente mereceria e, sobretudo, de países que, destacadamente, estão em processo de desenvolvimento - Angola é outro exemplo de efervescência política. 
O País, deteriorado por políticos e empresários sem ética, atravessa um dos momentos mais negros da sua História. Estamos de regresso à 'Inquisição'. 
    

O Cardeal Policarpo, Policromático e Politiqueiro

Faculdade de Engenharia da UCP inaugurada pelo cardeal Policarpo e Edite Estrela

A contradição de Policarpo é óbvia. Desrespeita as reiteradas denúncias e condenações da expansão da pobreza no mundo, formuladas pelo Papa Francisco. 
Aliviado de dirigir a diocese de Lisboa, o Cardeal Policarpo, ou o Cardeal das Caldas como alguns o chamam, decidiu dedicar-se à baixa política. Assume a defesa empenhada, diria mesmo militante, do governo de Passos e Portas; governo que, em dois anos, produziu falências em série, 400.000 desempregados, condenou milhares à emigração, 40.000 por ano, muitos destes jovens habilitados superiormente.
Então, Dom Policarpo criticou ontem com aspereza toda a oposição, defendendo o ‘plano da troika’ e o inclemente governo.
A cena oratória ocorreu perante duas centenas de pessoas e foi promovida pelo Secretariado da Acção Social e Caritativa da Diocese de Setúbal – crentes e não crentes da cidade jamais esquecerão as homílias e acção progressista de Dom Manuel Martins.
Sou agnóstico. Quando os notáveis da ICAR intervêm de modo desaforado e hipócrita na falsa defesa do interesse dos cidadãos, sinto revolta. E resta-me agir com o que sei a respeito de absorção de dinheiros públicos pela igreja.
Dom Policarpo tem também os pés nessa lama. Na qualidade de reitor da Universidade Católica que, anos a fio, consumiu vastos recursos do erário público, por exemplo. Destaquem-se os meios financeiros do País desperdiçados em conivência com Edite Estrela, uma socialista, presidente da C.M.Sintra à época, na construção da Faculdade de Engenharia da Universidade Católica Portuguesa e infra-estruturas camarárias de suporte, funcionamento e acesso ao edifício (imagem acima). Hoje está encerrada e no seu ‘site’ pode ler-se:
Mas, no fim das contas, o discurso de Dom Policarpo acaba abstruso. Depois de se atirar de unhas e dentes a toda oposição nacional, terminou assim:
Afinal em que ficamos? A responsabilidade é de quem se opõe ao actual governo ou do sistema financeiro internacional que atingiu desde 2008 as economias ocidentais? Será melhor que Policarpo, em vez de policromático partidariamente segundo as conveniências do momento e politiqueiro de sacristia, se remetesse ao silêncio e à ascese, seguindo o exemplo do também emérito Bento XVI.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Passos segregado e desprezado pela NSA


A NSA segregou Passos. O nosso PM não faz segredo disso, conformando-se - que remédio! - com a discriminação.    
Ser-lhe-á difícil entender a falta de relevância com que os sinistros serviços de espionagem norte-americanos o consideram, relegando-o para a categoria dos 'Eat Shit'? 
Tem de limitar-se a ser solidário com a Alemanha e a França e já se sente promovido.
Negligentemente, esqueceu, em tempo devido, o discurso de Dilma na Assembleia-Geral da ONU, a mais oportuna, incisiva e dura intervenção que o mundo ouviu de reprovação da espionagem norte-americana. Para mais, proferido pela PR de um país irmão, o Brasil.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A liquidez do BCE em queda acentuada – e os efeitos para Portugal?


A quantidade de fundos excedentes no sistema financeiro da zona euro caiu abaixo de um limite, antes definido pelo Banco Central Europeu como o limite inferior da política monetária acomodatícia (obs. nossa: política que visa a estabilidade de preços (economia) e juros (finanças).
O excesso de liquidez no sistema financeiro da zona euro, ou o dinheiro não directamente necessário para um bom funcionamento do mercado monetário, caiu para 187 mil milhões de euros (US $258 mil milhões) ontem, segundo dados publicados na reunião de hoje do BCE com base em Frankfurt. Esse é o nível mais baixo desde 13 de Dezembro de 2011 e a primeira vez que o excesso de liquidez caiu abaixo de 200 mil milhões de euros, desde que o BCE emitiu mais de 1 trilião de euros em empréstimos a 3 anos há quase dois anos para evitar uma crise de crédito.
Caindo os níveis de liquidez pode-se impulsionar o custo de financiamento aos bancos, uma perspectiva, o Presidente do BCE Mario Draghi disse-o no mês passado, à qual ele estaria "particularmente atento". Além do mais, Draghi lançou uma reivindicação em Fevereiro que fundos excedentes acima da marca de 200 mil milhões de euros confirmavam a política do BCE de estar a apoiar a economia.
Ele disse em Setembro que o limiar depende do estado de fragmentação dos mercados financeiros. Taxas de mercado monetário de curto prazo devem ficar ligeiramente acima da taxa de depósito, actualmente no zero, quando o excesso de liquidez permanece acima de um nível estimado" para estar na faixa de 100 a 200 mil milhões de euro," afirmou o BCE em Julho.
A quebra de falta de liquidez do BCE é fenómeno com maiores implicações para países mais fragilizados, entre os quais se insere Portugal. Dos empréstimos à nossa economia, em especial às PME, nem será necessário cair em comentários detalhados. Os bancos, na prática, reduziram ou em inúmeros casos bloquearam esses empréstimos.
No que respeita ao regresso de Portugal aos mercados, e diminuídos que estejam os recursos de liquidez do BCE, a expectativa de haver intervenções decisivas do banco central da zona euro para, no mercado secundário, condicionar o nível de juros não deve ser considerada como uma certeza, certas vezes eufórica e manifestada por comentadores da comunicação social, em especial nas TV’s.
Oxalá tais riscos se dissipem, porque, com o flagelo da austeridade da ‘troika’ e a subserviente disciplina do governo de Passos e Portas, será sempre o povo a suportar o agravamento de custos, geradas por uma zona monetária que, sem uniformidade orçamental e fiscal, nunca deveria ter sido criada.
Como é que os países europeus mais debilitados vão sair de tamanho imbróglio? Esta é a questão a que nenhum Draghi, hábil mas errante, jamais responderá com precisão, muito menos se a liquidez do BCE continuar a diminuir.

Gestores ou predadores públicos?

Dia chuvoso e cinzento. Tempo agreste em País de escassa gente mandante que preste; em especial, políticos, no governo ou fora dele, gestores e administradores de instituições e empresas de propriedade e interesse públicos.
A propósito da inclemência pluvial em dia de casamento, usa-se o provérbio “boda molhada, boda abençoada”. Todavia, a jornada é de divórcio, materializado na alienação da PT pela CGD.
A CGD, segundo o presidente da PT, Henrique Granadeiro, ainda tinha bastante tempo para realizar a operação. Por outro lado, diga-se, é concretizada justamente no momento em que se desenvolve a fusão da PT com a brasileira Oi; fusão que já por si, e segundo se lê, favorece o domínio maioritário dos capitais brasileiros sobre os portugueses - pelo menos, Dilma, muito mais patriota do que o  PR e governo portugueses, congratulou-se com esse facto.
É difícil conceber que a CGD se esteja a despojar de um activo estratégico de tal valor neste momento sem que a tutela, na pessoa da ministra das finanças, tenha sido informada. Caso saiba do assunto, fica, uma vez mais, provada a incompetência da senhora; agora, para entender a afectação do interesse nacional pela venda de 6,11% (54.771.741 acções) da PT, enfraquecendo a posição portuguesa na dita fusão – para cúmulo, a CGD ficará com a insignificante e ridícula participação de 0,20% do capital da PT.
A empreitada da antipatriótica asneira foi cometida ao administrador da CGD, um tal José Matos. Em tão imbecil quanto lampeiro comunicado, os órgãos dirigentes da Caixa justificam: “esta venda faz parte de uma estratégia de desinvestimento em activos não estratégicos".
Quando, em plena era de imparável desenvolvimento das ‘Tecnologias de Informação e Comunicação’ a nível mundial – e a PT tem ‘know-how’ próprio em processos avançados de telecomunicação – estultas figuras do ‘neoliberalismo’, ministra incluída, aventuram-se, sem pudor, em justificações insensatas, próprias da ignorância de que não dão conta de existir dentro de si.
A despeito da crise e das “exigências” dos credores – chega de desculpas para tanta asneira! - o País precisa de mudar de rumo e consequentemente de mandar esta gentalha passear para bem longe. Talvez para o Saara, mas sem oásis à vista. Ainda os nacionalizavam, alienando a multinacionais.
Em sentido oposto, o astuto banqueiro Salgado diz: “BES continuará fortemente envolvido na criação de grande empresa multinacional de língua portuguesa”. Há banqueiros e aprendizes de sapateiro.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O transitório interminável

O ministro Mota Soares proporá à concertação social a transição para 2014 da transitória medida do pagamento em duodécimos dos subsídios de férias e de Natal no sector privado. Estava estabelecido para vigorar apenas em 2013, segundo a Lei 11/2013 de 28 de Janeiro.
Independentemente de se atingir os trabalhadores privados, deverá lembrar-se que os trabalhadores da função pública, reformados e pensionistas já estão abrangidos por medida semelhante, cujo horizonte temporal, diz o governo, é o termo do PAEF (Programa de Ajustamento Económico e Financeiro) – ver Art.º 29.º da Lei do OGE de 2013 revogado pela Lei 29/2013 de 21 de Junho.
Duvido que o governo não a faça transitar para 2015, já sob o efeito do ‘programa cautelar’ ou do ‘2.º resgate’, conforme o que nos cair na rua, nos transportes, no trabalho ou em casa – é apenas necessário que o ministro Moreira da Silva tenha ambiente e energia para ordenar a exposição territorial do programa que nos sairá ao caminho.
Temos, de facto, à frente do país um governo da mentira, da trapalhada, incapaz de corresponder aos padrões mínimos do estatuto exigente e excepcional de estadistas. Juntam-se na molhada governativa espécies de eriçar pelos e cabelos. Cito alguns: o super vaiado pm; o irrevogável revogado vice-pm; o macróbio MNE; a ‘swinger dos swaps’ que, mestre em economês e deficiente em português, nos avisa que, no ‘gamanço dos rendimentos dos cidadãos comuns’ – Sr. Ulrich & Cia. não se metam nisto! - o transitório (=efémero, fugaz, passageiro) não é anual e parece interminável. Tudo com a obscena complacência da vetusta figura de Belém.

Cumpre-nos, pois, reagir, na certeza de que o governo será plurianual, mas jamais eterno. Sim porque um dia terminará o inferno.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O autor psicopatológico do ‘Aventar’


A blogosfera transformou-se em plataforma de comunicação em permanente actualização, poderosa e acessível a uma dimensão universal de milhões de cidadãos de todos os géneros, idades e classes sociais. Da pornografia à moda, da cultura à política, enfim, em todos os domínios, se cruzam autores e leitores multifacetados segundo preferências e comportamentos; em larga maioria moldados e comportando-se diversamente como reverentes, indiferentes, insípidos, acerados ou irreverentes, nos opúsculos que escrevem ou lêem. Pelo meio há democratas e reaccionários, obviamente.
A intersecção da democracia com conteúdos blogosféricos – considere-se em plano destacado ‘os blogues’ – é fenómeno complexo. Sobretudo, quando louvavelmente, diga-se, os propósitos de um blogue se fundamentam e perseguem princípios pluralistas; princípios estes invariavelmente difíceis de balizar com traços definidos e nítidos.
Pluralismo, no sentido semântico, assume características de conceito absolutista, corporizando a pluralidade do maior número possível. Uma ausência de limites, na propagação ideológica e tipo de argumentação política, facilita o uso do oportunismo por uns quantos cujo objectivo é defender e propagandear ideais adversos à democracia política, económica e social – a História está recheada de exemplos de usurpadores do poder e serventuários dóceis de poderosos, não sendo sequer necessário recorrer à citação de Estaline, Hitler, Franco ou Salazar para comprovar o expediente de usar métodos que começam por parecer inofensivos e se transformam em pesporrentes de sorrateira e crescente tirania.
O filme dedicado a Hannah Arendt, em exibição neste momento, é excelente meio pedagógico desses métodos de ascensão e exercício do totalitarismo.

Escrevi, despretensiosa e discretamente, vários textos no ‘Aventar’, na qualidade de autor. De súbito, fui expulso por imperativos de consciência, sem, sublinhe-se, a mínima pressão dos vários amigos que nesse blogue continuo a considerar com muita estima. Independentemente das inclinações políticas que perfilham. Não de todos, é claro.
 
Um demente, libidinoso confesso, de verve fácil e aprimorada, pelo e como escreve, compeliu-me a abandonar o blogue. Fiz uma pausa na blogosfera, quebrada, é evidente, com este texto. O fulano, repetitivo, fanático e gratuitamente obsceno, a despeito de dizer que vive sem eira nem beira, tem a audácia de, ao jeito de diluvião escriba, em pouco espaço de dias (ou horas) ser capaz de publicar isto, isto, isto, isto, isto, isto e muito mais que me dispenso de reproduzir.
O transviado mental, libidinoso confesso, reduz-se, de facto, a um perturbado revoltado contra as condições de vida democrática, que nem sempre é isenta de derivas. Ao que parece, sem ostentar embuçada saudade do fascismo, é um animal prolixo e opulento na verve fascistóide que dizima de Manuela Ferreira Leite a Bagão Félix, sendo sintomáticos os reconhecidos apreços e agradecimentos que lhe são manifestados por quem com este governo se governa. Uma meia-dúzia face a milhões que sofrem da insanidade de governantes incompetentes, de falta de palavra e mau carácter, que hão-de levar o povo português a mais pobreza e miséria; as quais, pelos vistos, não atingem o desempregado devoto da governação de Coelho e Portas e, eventualmente no futuro que imagina, de outras figuras de mais impetuosa pesporrência que lhes possam vir a suceder – de quem salário diz não ter é caso para dizer: “Quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vem…”. É estranho.

Regresso


Resolvi regressar ao meu blogue pessoal, ‘Solos sem Ensaio’. Sem ter expressão em termos de audiência, já serviu, contudo, para causar incómodos a servidores de poderosos.
Como sempre, o que sinto em defesa dos interesses do Povo Português, nesta hora, alvo de desumanas e reles investidas, denunciarei o que me for possível. Tudo o mais será escrito ao sabor das ondas de um mar mais vezes agitado do que sereno.
Sem compromisso partidário, a justiça social e o bem dos portugueses serão fundamentalmente as minhas causas. Atacarei, quando puder, a gente espúria que por aí gravita, no governo ou à sua volta.
Saudações a quem as merece!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Gaspar, o vendedor de fantasias...e desvios

A partida dos investidores para Portugal
Fotografia obtida através de Jürgen Kitler (sim, com K)

Gaspar, excepto na fala que é pastosa, é  dinâmico, activo e prevenido. Corta o cabelo às 7:00 da manhã para evitar perdas de tempo. Usa um tipo de penteado semanal. Sim, só se penteia ao Domingo de manhã, não necessitando de mais pente nem escova no 'corte à inglesa curta' de 2.ª a Sábado. É pontual, embora penoso de ouvir - não há bela sem senão:
Ao estilo de feiticeiro infalível, excepto os desvios por culpa do 'Excel', asseverou:
Palavra de Gaspar é lei.
De súbito, da amada Alemanha do amigo Schäuble, mais concretamente de Hamburgo, um grupo de interessados investidores, nevoeiro adentro, fizeram-se imediato à estrada de bicicleta, a fim de chegar a Portugal dentro de 8 dias (30 de Maio) e no dia 1 de Junho, que é Sábado, se perfilarem às portas do AICEP, a fim de serem os primeiros de muitos investidores a ser atendidos. Mesmo sem saber as condições de apoio do GfW. Se o auxílio é alemão, é bom certamente! 
Ó Martim tem cuidado com a concorrência. Eles vão pagar o 'smn' mais 5 euros e tu ficas sem mão-de-obra, sem T-Shirts para comprar e vender. Vicissitudes da vida de empresário.


Dos paraísos fiscais aos báratros dos indigentes europeus

Talvez um dia o Martim, adolescente empresário das T-Shirts estampadas, venha a engrossar a lista dos clientes de um paraíso fiscal, quem sabe!? Decerto, os trabalhadores, a quem paga o ‘smn’ de 485,00 € mensais brutos, serão lançados em báratros de indigentes, sob os aplausos eufóricos de jovens sociopatas.
Este é um mero exemplo isolado de como funciona o retrocesso social ou as políticas anti-sociais, segundo os cânones e a ordem litúrgica do neoliberalismo; em especial, na Europa periférica que é a zona geográfica onde nos inserimos, em convívio com a dura crise do capitalismo desregulado.
Outra curiosidade: no universo dos ditos paraísos, integram-se Luxemburgo, Holanda, Chipre, Malta, Irlanda e Letónia, países da UE, assim como os protectorados de Andorra (França), Gibraltar (Reino Unido) e Aruba (Holanda) - 2-1 a favor dos imaculados monárquicos.
E Portugal? Os grandes empresários do PSI-20 têm, como sabe, o afago fiscal da paradisíaca Holanda. Todavia, há mais. Segundo o ‘Expresso’, a fraude e a evasão fiscal custam ao País 12 mil milhões de euros, em perdas de receitas pelo Estado. Mais 1,5 mil milhões do que o défice orçamental de 2012 (10,6 mil milhões de euros).
Ontem, em Bruxelas, tivemos uma minicimeira sobre ‘fraude e evasão fiscal’. Como é habitual, deixou tudo em “águas de bacalhau”, i.e., “tudo como dantes quartel-general em Abrantes” – atente-se nas declarações do caricato presidente, sem poderes, do Conselho Europeu, Rompuy. Caso houvesse coragem e determinação dos políticos, as acções atingiriam os multimilionários, embora subsistam  países relutantes a desbloquear o sigilo bancário. À semelhança do que sucede no seio do G-20, a prudência recomenda que se avance um passo e de seguida se recuem três, assim se pensa na UE.
Grande parte dos dados que a imprensa portuguesa hoje divulga foi colhida de estudo da Oxfam, ONG que integra 17 e não 13 organizações de vários países e foi fundada em 1942 em Oxford (Comité de Oxford de Combate à Fome) – uma pequena curiosidade: durante a II Guerra teve o mérito de convencer o governo britânico a permitir a remessa de alimentos às populações famintas da Grécia, então ocupada pelos nazis e submetida ao bloqueio naval dos aliados.
O relatório da Oxfam tem o título, traduzido para português, a seguir descrito:

Imposto sobre os bilhões de "privados" agora guardados em paraísos seria suficiente para acabar com a pobreza extrema do mundo duas vezes

Do texto, traduzo as declarações de Kevin Roussel, membro da organização:
Esmagados pela máquina de poder financeiro ilimitado, é imperioso lutar contra a Merkel, o Schäuble, o Gaspar, o Pedro, o Rajoy e todos os seus pares para que, da destruição objectiva dos paraísos fiscais, se reponha nesta Europa envelhecida e decadente a dignidade humana a que velhos e novos, independentemente da nacionalidade, da crença ou descrença religiosa, da profissão, da cor de pele, têm direito. De forma a livrá-los do abismo da pobreza e da miséria. Lutemos contra a propagação da indigência!
Continuemos o combate. Quanto ao Martim…cagarim!, cagarim!, como diria um brasileiro amigo.