A quantidade de fundos excedentes
no sistema financeiro da zona euro caiu abaixo de um limite, antes definido
pelo Banco Central Europeu como o limite inferior da política monetária acomodatícia
(obs. nossa: política que visa a estabilidade de preços (economia) e
juros (finanças).
O excesso de liquidez no sistema
financeiro da zona euro, ou o dinheiro não directamente necessário para um bom
funcionamento do mercado monetário, caiu para 187 mil milhões de euros (US $258
mil milhões) ontem, segundo dados publicados na reunião de hoje do BCE com base
em Frankfurt. Esse é o nível mais baixo desde 13 de Dezembro de 2011 e a
primeira vez que o excesso de liquidez caiu abaixo de 200 mil milhões de euros,
desde que o BCE emitiu mais de 1 trilião de euros em empréstimos a 3 anos há
quase dois anos para evitar uma crise de crédito.
Caindo os níveis de liquidez
pode-se impulsionar o custo de financiamento aos bancos, uma perspectiva, o
Presidente do BCE Mario Draghi disse-o no mês passado, à qual ele estaria
"particularmente atento". Além do mais, Draghi lançou uma
reivindicação em Fevereiro que fundos excedentes acima da marca de 200 mil
milhões de euros confirmavam a política do BCE de estar a apoiar a economia.
Ele disse em Setembro que o
limiar depende do estado de fragmentação dos mercados financeiros. Taxas de
mercado monetário de curto prazo devem ficar ligeiramente acima da taxa de
depósito, actualmente no zero, quando o excesso de liquidez permanece acima de
um nível estimado" para estar na faixa de 100 a 200 mil milhões de
euro," afirmou o BCE em Julho.
…
A quebra de falta de liquidez do BCE é fenómeno com maiores implicações para países mais fragilizados, entre os quais se insere Portugal. Dos
empréstimos à nossa economia, em especial às PME, nem será necessário cair em
comentários detalhados. Os bancos, na prática, reduziram ou em inúmeros casos
bloquearam esses empréstimos.
No que respeita ao regresso de Portugal aos mercados, e diminuídos que
estejam os recursos de liquidez do BCE, a expectativa de haver intervenções
decisivas do banco central da zona euro para, no mercado secundário,
condicionar o nível de juros não deve ser considerada como uma certeza, certas
vezes eufórica e manifestada por comentadores da comunicação social, em
especial nas TV’s.
Oxalá tais riscos se dissipem, porque, com o flagelo da austeridade da ‘troika’
e a subserviente disciplina do governo de Passos e Portas, será sempre o povo a
suportar o agravamento de custos, geradas por uma zona monetária que, sem uniformidade
orçamental e fiscal, nunca deveria ter sido criada.
Como é que os países europeus mais debilitados vão sair de tamanho
imbróglio? Esta é a questão a que nenhum Draghi, hábil mas errante, jamais
responderá com precisão, muito menos se a liquidez do BCE continuar a diminuir.
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