sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Uma mensagem para o Fernando Moreira de Sá

O Fernando Moreira de Sá é meu ex-companheiro do Aventar – jamais camarada, por opção de ambos. Pertence ao blogue desde a fundação ou muito próximo dela.
Temos preferências políticas distintas, ele de direita e eu de esquerda; isto, a par de muitas outras diferenças, a começar pela idade. O Fernando é mais jovem. Jamais caímos em polémicas, porque respeitamos e usamos a tolerância para quem pensa diferente.
Li a entrevista à “Visão”, que o também meu amigo, João José Cardoso, teve a iniciativa de divulgar no ‘Aventar'. No fundamental, e desculpa se te desiludo Fernando, dos objectivos do ‘Albergue Espanhol’, por ti relatados ao Mario de Carvalho, fiquei na mesma; ou seja, desde o arranque que era claro como a água que o objectivo do blogue se centrava em promover Passos Coelho no acesso ao poder ‘laranja’, primeiro, e depois a chefe do governo de Portugal.
Os autores do ‘Albergue’ estavam cientes do caminho escolhido e - aqui para nós, não sendo o teu caso - parte deles alimentaram e conseguiram integrar os tentáculos do poder, fosse em Conselhos Administração de empresas públicas ou na condição de assistentes de gabinetes governamentais.
O Pacheco Pereira, como dizes, tem razão e concluo isso sem sofisma; todavia, outros,que se sentem acossados por falsas efabulações, não se podem lamentar. Souberam de ciência certa ao que foram, não hesitando, nos tempos de hoje, em recorrer com desplante ao trivial processo de autovitimização, sacudindo a água com que encharcaram o próprio capote.
Em descabelado assomo de vaidade, e respondendo nos ‘posts’ apenas a comentários de amigos e conhecidos, consideram-se membros de uma elite predestinada; portanto, erudita, sábia e sem paralelo na sociedade portuguesa – da direita à esquerda cabe lá de tudo.
Os de valor verdadeiro, os autênticos sabedores, são uma minoria a que se encostam os classificados de medíocres, quando muito de suficientes, que se projectaram na comunicação social e na política através da blogosfera. Ferem-se com a verdade.
Junto-me ao Valada, que não conheço, e aos meus amigos Ricardo, João José Cardoso e José Freitas, nos textos dedicados ao Fernando Moreira de Sá. Um abraço, Fernando. 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A festa irlandesa

A Irlanda prescindirá do programa cautelar. Os mercados, depreende-se, vão ser generosos nos empréstimos a Dublin – taxas acessíveis (3 a 4%) para obrigações a 10 anos.
Eufórico, Kenny, o PM (Taoiseach em bom irlandês), anunciou a boa nova ao País. Segue-se a reunião do Eurogrupo, talvez regada a champanhe – quanto mais não seja em socorro de uma França que estiola na economia (queda do PIB no 3.º trimestre) e dilata na xenofobia.
O sucesso irlandês recomendaria contida prudência e algum pudor. Sobretudo, em respeito pelos milhares de irlandeses, injusta e severamente punidos. Cite-se o “The Irish Independent”: o PM Kenny, a despeito do final “feliz” do programa de resgate, lembrou:
“Os nossos desafios económicos e financeiros continuam a subsistir”, ou 
“Temos de estabelecer políticas do desemprego massivo para o pleno emprego”, ou ainda
 O problema da emigração involuntária para o regresso de tantos milhares de cidadãos nossos que tiveram de abandonar o país para encontrar emprego”.
Sei que aos mercados e investidores, as “bestas negras” da era hodierna, este tipo de problemas pouco importa. Todavia, não deixarão de os afligir a dívida da Irlanda (125,7% do PIB com o segundo maior aumento (15,5%) no 3.º T2013 - Eurostat).
Por último, refira-se que a decisão do governo irlandês não é consensual. O “The Irish Times” dá conta de haver economistas a defender que o recurso ao ‘programa cautelar’ teria sido preferível.
Esta festa irlandesa é como tantas outras. Sabemos como começou. Com tempo,
tomaremos conhecimento de como prosseguirá e do fim que a espera. 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Os embustes, falácias e dolos do FMI

Sabe-se. FMI, nos quatro cantos do mundo, tem sido uma instituição de inépcia e maldade extremas; com destaque para África, Ásia e América Latina.
Para os europeus, e em especial os portugueses, a síndroma do mal FMI era meramente teórica. Infelizmente, completando uma ‘troika’ sinistra com a CE e BCE e gozando da cooperação antipatriótica do governo, temos sentido – e resta saber até quando –  os dolorosos efeitos das políticas da nefasta organização.
Do que se depreende desta notícia, o FMI receia que o OE não resista à Lei Constitucional Portuguesa. Certamente cientes de, pela mão do governo de Passos e Portas, a terem transgredido a torto e a direito – o motivo de um dos receios são os cortes de salários e pensões a partir de 600 euros, estando eles, FMI, conscientes de que o ‘memorando de entendimento’, no ponto 1.9, estabelece explicitamente o congelamento de salários na f.p. em 2012 e 2013 e, no ponto 1.10. ser prescrita a redução de pensões acima de 1.500 euros mensais. 
Da sinistra organização de Lagarde, começámos por conhecer o ‘gauleiter’ Thomsen   iniciador do processo criminoso (ao tempo, exigiu a privatização da EDP, mas na Dinamarca, de onde é natural, 76% do capital da DONG são detidos pelo Estado); depois veio um tal Selassie que muito teria a resolver no seu país, a Etiópia; sucede-lhe agora o indiano Subir Lall. Certamente, pouco se importará com as desigualdades no seu país, onde, a par da exploração, a violação e assassínio de jovens mulheres são práticas correntes.
Habituado, pois, a uma sociedade permissiva do crime e fomentadora institucional da injustiça social, Lall diz que Portugal terá de lançar mais cortes de salários.
Quais são os limites para tanto despudor e injustiça? Como se terminará este ciclo infernal? Por certo só pela violência, que tem tanto de lamentável como de inevitável. Ou então corremos o risco da reforma das políticas do FMI e da legislação laboral nos conduzirem a estatuto idêntico ao do Bangladesh.
O filme é mais do que elucidativo da condenação que o FMI nos pretende aplicar, se não for aplacado rápida e eficazmente. 

Eurostat contradita o “milagre económico” do Pires

O Pires é descendente de outro Pires, de limado apelido. Em síntese, é membro de família pirosa, adjectivação de falta de qualidade.
O homenzinho tem postura arrogante. E erecto, novidade não original na cerâmica portuguesa. Em especial, na cerâmica das Caldas da Rainha, de intumescência pomposa mas inócua.
O Pires vendeu na AR os cacos de um ‘milagre económico’ do Portugal actual. Impingiu a ideia de se tratar de peça inteira e prometedora. Foi demagógico, característica marcante do governo que integra.
O milagre económico, no sentido de ilusionismo, é equivalente ao ‘irrevogável’ do amigo Paulo. É mera especulação e topete.
A justificar que o discurso do Pires não é sério, entre múltiplas provas de contradição possíveis, citamos o relatório de hoje do EUROSAT, onde poderá ler-se:
“Comparação mensal
Em Setembro de 2013 comparado com Agosto de 2013, a produção de bens duráveis caiu 2,6% na zona euro e 1,6% na UE28. Bens de capital tiveram uma redução de 1,0% e 0,2% respectivamente. Os bens intermédios desceram 0,8% na zona Euro e 0,5% na UE28. Os bens de consumo não-duráveis declinaram 0,8% na zona euro e de 0,5% na UE28. A energia aumentou de 1,3% e 0,4%, respectivamente. Entre os Estados-Membros para os quais há dados disponíveis, a produção industrial caiu em doze e aumentou em treze. As maiores quebras registaram-se em Portugal (-11,2%), Luxemburgo (-4,1%), Croácia (-3,3%) e a República Checa (-2,8%) e os aumentos mais elevados ocorreram na Irlanda (+2,9%), Roménia (+2,4%), Hungria (1,8%) e Polónia (+1,4%). “
Se a estes dados, adicionarmos o comportamento da inflação e os elevados riscos de deflação em Portugal e zona euro (INE e tratado aqui), concluiremos facilmente que a amanuense Albuquerque e o petulante Pires, sob o comando supremo de Cavaco e dos ajudantes de campo Coelho e Portas, hão-de conduzir o País a um desastre calamitoso que a Alemanha e a ‘troika’ promovem, em desobediência dos textos dos tratados da EU.






terça-feira, 12 de novembro de 2013

Portugal e Zona Euro sob ameaça da deflação

A imprensa portuguesa, escrita, em áudio ou audiovisual, prefere ser omissa e ignorante de factores e riscos graves para a debilitada vida dos cidadãos. Por norma, descura ‘problemas agudos a que o País está sujeito’; problemas estes que, diga-se, podem envolver uma dimensão geográfica mais ampla – Zona Euro – e, porque assim é, mais complexos se tornam para o pequeno país e a débil economia que somos.
Hoje, porém, fez-se alguma luz na nossa comunicação social. O ‘Público’ alerta:
“A taxa de inflação homóloga em Portugal caiu em Outubro para -0,2%, o valor mais baixo desde 2009…”
Sinto um primeiro mal-estar, por saber que esta notícia da Zona Euro estar sob o risco de deflação já tem dias, sem ter sido divulgada em Portugal. De resto, foi esse motivo para o Sr. Draghi anunciar a redução da taxa de refinanciamento do BCE de 0,50 para 0,25%.
Trata-se da reacção do BCE ao decréscimo da taxa de inflação para 0,7% em Outubro, inferior a 1,1% registado em Setembro. Draghi e companheiros perseguem o objectivo de manter a inflação ligeiramente abaixo dos 2%.
A queda da inflação, se continuada, pode obviamente transformar-se em deflação e é este o fenómeno temido. No ‘site’ da CNBC há dois dias, poderia ler-se o seguinte:
No título da notícia, questiona-se: “Está a zona euro em risco de deflação ao estilo do Japão?”. Há mais de década e meia que os nossos amigos nipónicos lutam contra esse mal e só agora parecem iniciar a fuga ao problema.
Outros ‘sites’ referem-se ao tema. Por exemplo, aqui, a Bloomberg em 7 de Novembro.
Os resultados da deflação são desastrosos: as empresas baixam os preços, mas os consumidores retraem-se nas compras e o investimento, entre nós já muito reduzido, declina pesadamente. O desemprego aumenta, em função da eliminação de postos de trabalho.
Tudo isto, como não poderia deixar de ser, é produto da política europeia imposta pela Alemanha e, no tocante aos periféricos como Portugal, os resultados agravam-se em consequência das desastrosas medidas de austeridade a que estamos submetidos pela ‘troika’.
O silêncio a este respeito, por cá, é sepulcral. Nem ‘o escreve e fala barato’ Camilo Lourenço o aborda. A Albuquerque nem saberá o que fazer. Passos e Portas entretêm-se a comentar Machete, o ‘pivot’ do disparate. O PR assobia para o lado.

(Nota final: no caso de deflação, o mecanismo de alterar as taxas de juro utilizado pelo BCE é de aplicação impossível; não descer abaixo dos 0% e este é o drama que os japoneses tão bem conhecem).

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Cala a boca Machete

Atribui-se a Plauto (254 a.C. – 184 a.C.) a autoria exacta da primeira definição de Tragicomédia, modelo híbrido de tragédia e comédia. Desarmando a incredibilidade de uns quantos, afiançou:
 "O que é isso? Vocês franziram a testa porque eu disse que ia ser uma tragédia? Sou um deus, e posso mudá-la; se vocês quiserem farei da tragédia uma comédia, com os mesmos versos, todos eles. Querem que seja assim ou não? …”
O nosso governo é muito emblemático em comportamentos tragicómicos insuperáveis. Chamesmo-lhe ‘A divina tragicomédia’. 
Sobretudo, a continuidade do talento nesse género Tragicomico, se diminuído pela saída de Relvas, ficou muito compensado pela dupla Maduro & Lomba e, nos últimos tempos, com o ingresso do “avô” Machete.
Depois da bronca com Angola, o anedótico e incapaz MNE foi até à Índia descobrir o caminho para se evitar o segundo resgate: “os mercados deveriam cobrar 4,5% de taxa de juro”, disse ele.
Como o disparate o obriga sempre a emendar a mão, inabilmente veio a terreiro rectificar: “apontei a taxa de juro de 4,5% como mera hipótese”… poderiam ser outros 4 e qualquer coisa porcento.
Inspiradas no “Cala a boca Magda”  de Falabella no ‘Sai de Baixo’, já há várias vozes a mandar calar o Machete: Paulo Portas, Nogueira Leite, Oliveira Martins e até, com subtileza, Bruxelas. 
Do presidente Cavaco, até por solidariedade na idade, ao PM Coelho, entende-se que Rui Machete tem muitos disparates ainda para oferecer ao País – o homem é uma fonte inesgotável de sandices que, infelizmente, não se transformam em petróleo, diamantes ou qualquer coisa que nos ilumine ou brilhe.

domingo, 10 de novembro de 2013

Isto nunca mais acaba!

Um dos cérebros do PSD jovem e simultâneamente retrógrado, ou involuntariamente reaccionário, é o imberbe José Moreira da Silva. 
Ontem teve a companhia desse veterano do carreirismo, um ex-BCP  do Jardim Gonçalves reconvertido a governador do BdP por cunha do amigo Teixeira dos Santos. 
Realizaram no ISCSP, sempre é um espaço mais barato, aquilo que designaram por " Plataforma para o Crescimento Sustentável". Como síntese da propaganda e demagogia proclamadas - o Moreira que não é dos Cónegos, mas de lá perto - sacou da massa encefálica esta brilhante conclusão:
"isto não acaba em Junho"
Também não disse quando acaba. Com o PSD e CDS, nas mãos da criançada do governo, ornamentada de casaco tradicional de baptizado ou casamento (António Lobo Antunes na "Visão"); com essa criançada e - acrescento eu - o califa de Penamacor, estou a pensar em realizadores de filmes, cujo final, sem suspense, advínhamos e ansiamos. Não pela qualidade do enredo, mas para nos libertarmos de realizações da mediocridade.
Diz o Moreira, e o Costa acena que sim, que o País carece de um guião - provocação ao inepto e também demagogo Portas - para os próximos 20 anos.
Sim, para 20 anos de 'pós-troika'. Visionário e de inesgotável sinergia, Moreira  transforma 3 anos de 'troika' em mais 20 anos de sofrimento do povo português.
Limitado nas capacidades de análise, a política europeia passe-lhe despercebida. É despicienda. 
Penso não ser insolente, ao recomendar-lhe a leitura atenta desta entrevista de Elisa Ferreira que, sem meias-palavras ou jogos ilusórios, desmonta a falta de qualificação e de responsabilização dos membros da 'troika'. E explica claramente por que razão o PIB português e outros factores macroeconómicos se degradam, em função da afectação do tecido económico português e da sua redução a micro ou pequenas empresas. Assim, é também meu entender, torna-se impossível alcançar níveis de crescimento e desenvolvimento de que o País e os portugueses muito carecem.


sábado, 9 de novembro de 2013

A ‘swinger dos swaps’, o Moedas ou o governo díssono

 

A ‘swinger dos swaps’, mulherzinha sem credibilidade, botou palavra em Viseu, terra do poderoso cavaquistão, para afirmar:

“Orçamento do Estado para o próximo ano é o adequado para cumprir o programa da troika.”

Precisa nos fundamentos da governação, citou que as medidas previstas no orçamento são equitativas, abrangentes e estritamente necessárias, Pudera são impostas pelo programa da ‘troika’ e as avaliações que se lhe seguiram – a 7.ª em particular.

A prova de que Portugal está entregue a garotos, para quem a verdade não é valor inalienável, está na contradição entre aquilo que a Albuquerque acaba de dizer (cumprir o programa da troika) e as declarações públicas do Moedas, ao garantir por exemplo:

“… o Governo prefere aumentar a competitividade do país pela qualidade e não pela redução de preço da mão-de-obra.”

O memorando da troika, em termos de transformação das leis laborais, é bem explícito, na permissividade das condições para o desemprego, a precariedade e outras flexibilidades que tais.

Os resultados das referidas são conhecidos: desemprego, artificialmente calculado, e promoção de emigração maciça.

Em termos de respeitar a verdade, este governo é um desastre (até o ‘irrevogável’ é sinónimo de ‘revogável’. Para completo descrédito do que dizem, a dissonância e as entropias da comunicação são mais do que muitas.

Não prestam. Não prestam, mesmo. Chamar-lhes reles é demasiado suave.

A solidariedade do sabujo Moedas

Segundo o ‘Público’, Moedas afirmou:
A frase é mera tentativa de manifestação de falsa solidariedade. A finalidade é desculpabilizar o governo. O certo, certo, é que as políticas do governo, por opção própria ou por incumbência da ‘troika’, não se ficam, na avaliação de consequências, no plano das ideias. Sem escrúpulos nem seriedade, jogando com imaginários fantasmas – “há esta ideia errada” – argumenta-se infundadamente que ideias injustas esvoaçam por aí como pássaros migrantes, sem rumo nem norte.
O Moedas sabe bem do que os portugueses substantivamente se queixam são dos prejuízos materiais e situações sociais graves com que o governo os castiga. Ou, então, já se esqueceu de que o seu chefe supremo, Passos Coelho, assumiu declaradamente que o ‘programa do governo’ era o ‘programa da troika’ e que estava mesmo disposto a excedê-lo.
A solidariedade de Moedas, homenzinho que gosta de sublinhar ser filho de militante ou ex-militante comunista, assim argumentada é um acto de pura hipocrisia.
Servil no comportamento, o sabujo Secretário de Estado Adjunto aproveita para adular Vítor Gaspar – “um homem a quem o País deve muito” - e Paulo Portas – “uma grande mais-valia” pela sua “experiência e pragmatismo". De uma cajadada, mata dois bichos cuja relação era pouco menos do que odiosa… mas o Moedas, hipócrita, fica de bem com todos, aqueles que concordam ou discordam e se cobatem entre si.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Dona Trindade: vereadora, embusteira de mau gosto


Olhe-se para esta obra com olhos de ver! Quem não fica deslumbrado com a expressão estética desta construção? Ninguém resiste. O povo de Valongo sente orgulho e milhares de visitantes, até da Galiza, inundam a terra para admirar os anexos da D. Maria Trindade Costa, histórica vereadora laranja do concelho.
A D. Trindade, membro da Comissão Política Nacional do PSD, e pessoa muito ligada a essa figura anedótica mas sublime do poder PSD, chamada Marco António Costa. Homem de qualidades intelectuais inexcedíveis e isento servidor da “pátria laranja”, evoluiu da condição de cacique nortenho – em Valongo, foi vice-presidente da câmara – para governante da nação e depois nomearam-no dirigente supremo do partido no plano nacional.
É com este género de gentinha que o País autárquico tem desenvolvido muitas das terras de Portugal, de Norte a Sul, com rotundas, piscinas, pavilhões desportivos e lares de idosos; estes últimos, diga-se, insuficientes e sem o complemento de centros de saúde entretanto encerrados, para servir a população do interior que, em mais de 90% dos casos, se enquadra na faixa etária acima dos 60 anos.
Mas, aqui ou acolá, vão surgindo obras arquitectónicas (?) de majestático mau gosto. Trata-se do caso dos anexosda moradia da D. Trindade, vereadora com o pelouro da Acção Social valonguense. A mulher além de pirosa é mentirosa.
Com 62 anos de idade e altas funções partidárias, faltou à verdade, ao informar a Câmara de Valongo onde trabalha da destruição de um anexo há anos. Não é verdade e agora, em vez de um, é proprietária de dois.
Paradigmático! É com Donas Trindades, Marcos Antónios e outros nomes conhecidos que o País falha em pleno na ética e na estética, chegando, em paralelo, à consabida situação socioeconómica que sofremos.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Da mentira à transformação do triplo em quádruplo ‘B’

A ‘swinger dos swaps’ e o demitido S.E. Pais Jorge (um ex-Citigroup, especialista em swaps, derivados, futuros e afins negociados com o Estado), afinal mentiram no Parlamento ou, como Assunção Esteves gosta de enfatizar, a ‘Casa da Democracia’ - a conclusão foi da PGR e serve de base às críticas do PS.
Noticia o ‘Jornal de Negócios’ que ‘Vendas a retalho em Portugal registam maior queda da União Europeia em Agosto’ – 6,2%, acrescento eu.
Tudo isto só pode ser causado pelas deliberações do Tribunal Constitucional, como insinua leve, levemente, o patriota Barroso; ou como ajuíza, à falta da reforma do Estado, o intelectual despenteado, por dentro e por fora, Barreto;  ou ainda como afirmou em brilhante reflexão de Estado Social e totalitarismo o Branco, citando Francisco Sá Carneiro, o único cuja memória respeito.
Sou do tempo dos dois bês: ‘BB’ de Brigitte Bardot. Agora em vez de dois são três: BBB. Acrescento, contrariado por usar o palavrão, um quarto 'B' de ‘Bardamerda’… para o Barroso, o Barreto e o Branco. 
Do triplo passo a quádruplo, sem necessidade de usar outro apelido. ‘Beleza’, por exemplo.

O felino Rosalino


Ralo de cabelo e de humanismo, eis acima a verdadeira alegoria do felino Rosalino - nome superfino com que o baptizaram em menino. Veio ao mundo em Sintra e, tal como a queijada da terra, diz com doçura considerar os concidadãos como amigos. 
Numa altura em que o desemprego é, de facto, uma desgraça nacional, levando milhares de jovens habilitados e outros trabalhadores a partir da Pátria por mar, terra e ar, o Rosalino manifesta-se satisfeito em lançar na inactividade mais trabalhadores da função pública, por rescisão de contratos. 
Está convicto o felino ajudante - designação de Cavaco para os Sec. Estado - que até ao final do ano conseguirá mandar pela porta fora entre 5 e 15 mil trabalhadores
O limite do intervalo superior da meta estabelecida é o triplo do limite inferior. Na matemática, sobretudo em cálculo matricial e econometria, o Rosalino é um ás. Foi até por isto que quem cunhou o seu ingresso no Banco de Portugal o incitou: "Entra cientista de mérito, já cá estás!".
Este é mais um dos tais 'friends' do extremamente amigável governo que nos (des)governa. Temos é de nos defender de ataques de estilo felino em que é mestre e pérfido o Rosalino.  

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Tradução de documento da OIT – Organização Internacional do Trabalho

(Considerações prévias: a OIT é uma agência da ONU especializada em questões de trabalho. Integra representantes de trabalhadores, de empresários e governantes. Não se trata de uma espécie de “Confederação Sindical Mundial”, como alguns pensam. Ontem deixou um extenso rol de questões de interesse sobre o desemprego e a crise económica em Portugal. Como é habitual, o eco na empresa foi mínimo e muito formal, ignorando a maior parte do texto cuja tradução aqui se publica. É extenso, mas, desta feita, não por culpa minha. Respeitei o conteúdo integral do documento da OIT).

Notícias | 4 de Novembro de 2013
GENEBRA (Notícias OIT) – Um em sete empregos foram eliminados em Portugal desde o início da crise global de 2008, diz um novo relatório, “Combater a crise de emprego em Portugal”, elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Uma parte significativa desta deterioração ocorreu desde o começo do programa de assistência financeira em 2011, com trabalhadores jovens e famílias com filhos menores a serem afectados desproporcionalmente.
O Relatório descreve a situação socioeconómica no país como “crítica”, marcada por níveis sem precedentes de desemprego, um declínio drástico do investimento produtivo e uma recuperação económica provavelmente demasiado fraca para diminuir significativamente os números do desemprego.
"Muito da acção política até agora tem-se focado na redução dos défices orçamentais e impulsionar a competitividade," diz Raymond Torres, chefe do Departamento de Pesquisa da OIT.
De acordo com o relatório, novas políticas são necessárias para fazer face às tendências negativas. Suas conclusões serão discutidas em uma conferência de alto nível da OIT em Lisboa em 4 de Novembro.
“Cortes nos salaries e nos programas de segurança social, conjugados com os aumentos de impostos, erodiram os rendimentos das famílias e a procura interna. Pequenas e médias empresas esforçam-se para obter crédito, o que significa oportunidades perdidas para a criação de emprego," explica Torres.

Os carrascos da Comissão Europeia, contrariados pelo TC e OIT

O patriota Barroso, político de sucesso e de percurso sinuoso e extenso – do MRPP à Presidência da CE – com a colaboração activa da equipa de comissários que comanda e de onde se destaca o idiota útil Oli Rhen – sentencia a tempo e horas mais austeridade para Portugal em 2015: 1.700 milhões de cortes na despesa”.
Valerá a pena lembrar o Artigo 3.º do Tratado de Maastricht, ainda em vigor? Provavelmente não. Acenaram em 1992 com falsa ‘cenoura’: ‘coesão económica, social e territorial’, prometida aos cidadãos dos Estados-Membros. E estes foram no engodo, aguçado pelos políticos internos.
A coragem e falta de vergonha de mentir e trucidar milhares e milhares de vidas constituem componentes de um 'processo crime' de desumanidade imperdoável .
O que é mais relevante de destacar nas medidas de austeridade para 2015, altura em que já estaremos no ‘pós-troika’, segundo a linguagem cavaquista, é a CE anunciar as chamadas ‘condicionalidades’, parte integrante não confessada de um ‘programa cautelar’ ou ‘segundo resgate’ a que certamente não nos furtaremos.
A despeito das pesadas punições que aplicou, o governo de Passos e Portas fracassou nos objectivos e o resultado está à vista: exija-se mais pobreza e miséria aos portugueses, a mando de Bruxelas. Tudo isto, no desvario para alcançar 2,5% de défice em 2013, uma miragem desértica para um País que vai apresentar 5,9% - ou mais qualquer coisa em 2013 – contra os 5,5% previstos e falhará, de certeza absoluta, os 4% de défice programados para as contas de 2014.
O desplante da CE é colossal, termo vulgarizado pelo Gaspar que ‘deu de frosques’. A CE não se inibe de criticar as deliberações do Tribunal Constitucional Português. Gostaria de idêntico arrojo proferido contra os órgãos e regras constitucionais da Alemanha; país que, em matéria de políticas europeias mais consistentes e muito menos austeras, usa o expediente da lei constitucional para as rechaçar.
Os dois últimos dias foram preenchidos por intervenções pesadas de organismos plurinacionais: o denunciado apelo ao reforço de austeridade da CE para 2015 – 1700 milhões de euros é obra; e por outro lado, a vinda do Director-Geral da OIT, reforçando o apelo para aumentar o SMN e o RSI, a fim de reduzir os níveis de pobreza dos portugueses. O SMN nacional é de 565,83 euros brutos (= 485,00 € x 14 / 12). Na Irlanda, país igualmente intervencionado, o mesmo Salário Mínimo Nacional é de 1.462,00 euros.

Coesão social, económica e territorial é, portanto, uma quimera na UE e na Zona Euro, com que nos transformaram em títeres.