O patriota Barroso, político de
sucesso e de percurso sinuoso e extenso – do MRPP à Presidência da CE – com a
colaboração activa da equipa de comissários que comanda e de onde se destaca o
idiota útil Oli Rhen – sentencia a tempo e horas mais austeridade para Portugal
em 2015: “1.700 milhões de cortes na despesa”.
Valerá a pena lembrar o Artigo 3.º do Tratado de Maastricht, ainda em vigor? Provavelmente não. Acenaram
em 1992 com falsa ‘cenoura’: ‘coesão económica,
social e territorial’, prometida aos cidadãos dos Estados-Membros. E estes
foram no engodo, aguçado pelos políticos internos.
A coragem e falta de vergonha de
mentir e trucidar milhares e milhares de vidas constituem componentes de um 'processo crime' de desumanidade imperdoável .
O que é mais relevante de
destacar nas medidas de austeridade para 2015, altura em que já estaremos no ‘pós-troika’,
segundo a linguagem cavaquista, é a CE anunciar as chamadas ‘condicionalidades’, parte integrante não confessada de um ‘programa
cautelar’ ou ‘segundo resgate’ a
que certamente não nos furtaremos.
A despeito das pesadas punições
que aplicou, o governo de Passos e Portas fracassou nos objectivos e o resultado
está à vista: exija-se mais pobreza e miséria aos portugueses, a mando de
Bruxelas. Tudo isto, no desvario para alcançar 2,5% de défice em 2013, uma
miragem desértica para um País que vai apresentar 5,9% - ou mais qualquer coisa
em 2013 – contra os 5,5% previstos e falhará, de certeza absoluta, os 4% de
défice programados para as contas de 2014.
O desplante da CE é colossal,
termo vulgarizado pelo Gaspar que ‘deu de frosques’. A CE não se inibe de
criticar as deliberações do Tribunal Constitucional Português. Gostaria de
idêntico arrojo proferido contra os órgãos e regras constitucionais da
Alemanha; país que, em matéria de políticas europeias mais consistentes e muito
menos austeras, usa o expediente da lei constitucional para as rechaçar.
Os dois últimos dias foram preenchidos
por intervenções pesadas de organismos plurinacionais: o denunciado apelo ao
reforço de austeridade da CE para 2015 – 1700 milhões de euros é obra; e por
outro lado, a
vinda do Director-Geral da OIT, reforçando o apelo para aumentar o SMN e o
RSI, a fim de reduzir os níveis de pobreza dos portugueses. O SMN nacional é de
565,83 euros brutos (= 485,00 € x 14 / 12). Na Irlanda, país igualmente
intervencionado, o mesmo Salário Mínimo Nacional é de 1.462,00 euros.
Coesão social, económica e
territorial é, portanto, uma quimera na UE e na Zona Euro, com que nos transformaram
em títeres.
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