A
Irlanda prescindirá do programa cautelar. Os mercados, depreende-se, vão
ser generosos nos empréstimos a Dublin – taxas acessíveis (3 a 4%) para
obrigações a 10 anos.
Eufórico, Kenny, o PM (Taoiseach
em bom irlandês), anunciou a boa nova ao País. Segue-se a reunião do Eurogrupo,
talvez regada a champanhe – quanto mais não seja em socorro de uma França que
estiola na economia (queda
do PIB no 3.º trimestre) e dilata na xenofobia.
O sucesso irlandês recomendaria
contida prudência e algum pudor. Sobretudo, em respeito pelos milhares de irlandeses,
injusta e severamente punidos. Cite-se o “The
Irish Independent”: o PM Kenny, a despeito do final “feliz” do programa de
resgate, lembrou:
“Os nossos desafios económicos e financeiros continuam a subsistir”, ou
“Temos de estabelecer políticas do desemprego massivo para o pleno emprego”, ou ainda
“… O problema da emigração involuntária para o regresso de tantos milhares de cidadãos nossos que tiveram de abandonar o país para encontrar emprego”.
Sei que aos mercados e
investidores, as “bestas negras” da era hodierna, este tipo de problemas pouco
importa. Todavia, não deixarão de os afligir a dívida da
Irlanda (125,7%
do PIB com o segundo maior aumento (15,5%) no 3.º T2013 - Eurostat).
Por último, refira-se que a
decisão do governo irlandês não é consensual. O “The
Irish Times” dá conta de haver economistas a defender que o recurso ao
‘programa cautelar’ teria sido preferível.
Esta festa irlandesa é como
tantas outras. Sabemos como começou. Com tempo,tomaremos conhecimento de como prosseguirá e do fim que a espera.
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