segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Promulgação do OGE: reacções dos partidos

PSD e CDS
Curiosamente no principal partido do governo, PSD, há reacções opostas ao processo e deliberação da presidência.
Teresa Leal Coelho (TSC) exultou de grande contentamento com a colaboração institucional do PR. O “enorme conforto para o governo” e “a validação da Lei Orçamental por Cavaco” são duas expressões que lhe agitaram a alma de euforia. A alma, o corpo e os gestos. Nem sei mesmo se, ao estilo do ‘encantador de serpentes’, não cometeu o milagre de fazer dançar o cachecol, longo do pescoço aos joelhos, acessório que raramente dispensa na invernia.
Todavia, dentro do PSD, há quem tivesse antecipado uma posição bem dura contra Cavaco Silva. Trata-se, nem mais nem menos, do Prof. Bacelar Gouveia, constitucionalista da FDL, concorrente anunciado à presidência da Distrital de Lisboa do PSD. Veja-se e ouça-se o que pensa e diz:
 
(Do CDS nem vale a pena falar. Digo apenas que tem as fechaduras e as dobradiças das portas bastante emperradas e vergadas pelo duo Gaspar e Coelho – Gaspar não é, obviamente, o gato de Honório Novo. Nuno Magalhães, líder parlamentar, limitou-se a afirmações superficiais).

PS

Do Largo do Rato, coube ao porta-voz, João Ribeiro, fazer o papel de idiota útil, como comprovam as embrulhadas palavras do discurso insípido e inconclusivo do jovem socialista; muito cauteloso ao referir-se ao PR, lá afirmou a medo:
Os deputados do PS assumirão as suas responsabilidades e pedirão a fiscalização sucessiva do OE"
A comunicação, no fundo, integra-se na estratégia de Seguro; primeiro, na manutenção na liderança do PS e, depois, no objectivo de chegar a primeiro-ministro.
Não é em vão que Seguro percorre Portugal de lés a lés, a fim de em todas as secções do PS, mesmo as mais recônditas, angariar apoio ao seu projecto de poder; projecto bem distinto das necessidades reais de liderança de um País em crise, de amputada soberania e inserido num espaço “colectivo” dominado por um único “parceiro”, a Alemanha de Angela Merkel; coadjuvada, diga-se, por homens da Goldman Sachs; caso de Draghi na presidência do BCE e outras ramificações pela Zona Euro.
Os socialistas devem ser prudentes, mas céleres em encontrar uma liderança sólida e credível.

BE e PCP

Do BE e PCP, as críticas à promulgação do OGE inserem-se no processo de contestações manifestadas desde a 1.ª hora de gestação da proposta orçamental de Gaspar (este é que é o n.º 1) e dos secundarizados Coelho e Portas. Das declarações de inconstitucionalidade ao compromisso de acção conjunta de requerer a fiscalização sucessiva do TC, tudo era previsível e lógico, dentro do posicionamento político da ala esquerda do Parlamento.
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Sou, por norma, optimista.  No caso da crise portuguesa e até porque o atoleiro tem dimensão internacional, tenho, ainda assim, a esperança que saia de cena quem está em cena e se encontrem os verdadeiros talentos vocacionadas para a acção política eficaz. Trata-se de uma expectativa alta, tanto mais que contamos com um PR de baixo perfil, como sabemos.













A promulgação do OGE maldito

Os falsos tabus de Cavaco Silva
A promulgação do OGE de 2013, maldito, desumano e inconstitucional, pelo PR não me causou a mínima perplexidade. Esperei-a desde sempre.
A despeito de reiterada até à exaustão, essa a ideia de que Cavaco Silva é um insigne criador e jogador de tabus é, a meu ver, falsa.
O Presidente da República não me ilude. De facto, é um político previsível, refugiado em vazios silêncios ou pardas ambiguidades de discursos.
Certos jornalistas e comentadores nutrem-se do suspense como matéria-prima essencial das ficções que se querem prolongadas. O objectivo é deixar o ‘Zé Povinho’ em estado de ansiedade – estará algum ‘lobby’ de psicanalistas freudianos a pressionar no sentido de aumentar a carteira de clientes?
Jamais fiquei suspenso ou surpreendido com os artificiais tabus de Cavaco. Sempre o interpretei como um homem introvertido, ardiloso e arrogante. E, sobretudo, parcial, inconsequente e contraditório.
O que agora venha a decidir, se remete ou não o OGE de 2013 para fiscalização sucessiva do Tribunal Constitucional, será próprio do político não fiável e controverso, dois traços da sua marca: hoje defende o mar, antes dizimou as pescas; diz agora lutar pela agricultura, tendo extinguido produções agrícolas enquanto PM; alienou e destruiu unidades industriais, as tais que produziam os bens transaccionáveis de que o País carece, para auto-consumo e exportação. Enfim, é este o PR que temos…
Se o empenhamento na defesa de legítimos e constitucionais direitos de cidadania, alguma vez, tivesse sido regra irrecusável para Cavaco, teria, então, remetido o OGE maldito para fiscalização preventiva do TC – a dupla tributação em sede de IRS, o contributo extraordinário a cobrar a reformados e pensionistas, o desrespeito pelo Acórdão do TC quanto ao pagamento integral dos subsídios seriam matérias mais do que suficientes para a fiscalização preventiva, rejeitada por Belém.
Nunca um PR remeteu um orçamento para fiscalização preventiva, alega. Nunca um orçamento conteve tanta matéria inconstitucional, afiançam muitos especialistas, da direita à esquerda.








sábado, 29 de dezembro de 2012

Adeus a D. Canô, agora escrito

Ao saber da sua partida a 26 de Dezembro, um dia após a Consoada passada com os sete filhos mais os netos, emocionei-me. Despedi-me de si intima e solenemente.
Senti-me, é óbvio, solidário com a Bethânia e o Caetano. Lembrei a ‘Oração da Mãe Menininha’, cantada com a Senhora e que Dorival Caymmi escreveu assim: 

Oração de Mãe Menininha

Ai! Minha mãe
Minha mãe Menininha
Ai! Minha mãe
Menininha do Gantois

A estrela mais linda, hein
Tá no gantois
E o sol mais brilhante, hein
Tá no gantois
A beleza do mundo, hein
Tá no gantois
E a mão da doçura, hein
Tá no gantois
O consolo da gente, ai
Tá no gantois
E a Oxum mais bonita hein
Tá no gantois
Olorum quem mandou essa filha de Oxum
Tomar conta da gente e de tudo cuidar
Olorum quem mandou e ô ora iê iê ô


Esta ‘oração’ foi criada por Caymmi em honra da Ialorixá (mãe-de-santo) mais famosa do Brasil, de verdadeiro nome  Escolástica Maria da Conceição Nazaré, nascida em 1894. Dirigiu um terreiro, espaço sagrado do Candomblé, em anterior propriedade de um francês, Gantois.
Como senti, de forma intensa, o aroma, a atmosfera e o pulsar de réplicas, reminiscências e pinceladas de África, na cidade mais africana do Brasil, S. Salvador -  coincidentemente com forte imagem portuguesa, no traçado de ruas e casario da 'Baixa do Sapateiro'. E como fiquei a entender que Candomblé é imanente da vida baiana; é impossível viver sem Orixás, divindades ou semideuses criados pelo ‘Ser Supremo’ Olarum.
Eu sou amante fervoroso da Baía, de Dona Canô, de Bethânia, de Caetano, de Jorge Amado, de Vinícius, de Caymmi, de Gal e de muitos, muitos mais baianos que partiram ou permanecem neste mundo. - O que é que a Baía tem? – interrogo-me eu também.
Adeus Dona Canô. Está no Céu, de certeza. O poeta Manuel Bandeira imaginaria deste modo a chegada: “São Pedro disse: - entre Dona Canô, a Senhora não precisa de pedir licença.-”
 
 


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O défice externo visto à lupa

deficitO INE informou e a comunicação social fez eco da redução do défice externo português para 0,7% do PIB, no período dos três trimestres, terminado em 30-09-2012.
Relevou-se também o facto da redução em causa, pela primeira vez, ser comparável com os valores de 1999.
Saúda-se esta precisão da comparação no tempo. Governantes e acólitos afirmavam: “estavam-se a atingir valores que, apenas, poderiam ser cotejados com o ano de 1943". 
Nesse ano longínquo, da 2.ª Guerra Mundial, a estrutura e os fluxos de comércio externo nacional dependiam, em parte significativa, dos produtos coloniais, lembre-se. Aconselha a seriedade intelectual de não se comparar o incomparável: ‘balanças comerciais’ de épocas históricas e conteúdos tão diversos.
A interpretação do resultado do défice externo, e rejeitando a hipótese de ignorar o que está por detrás dos tais 0,7% do PIB, exige observação atenta  e consideração de outros fenómenos:
  1. O primeiro factor a contribuir para a redução défice externo está associado às importações (-1,5% no 3.º trimestre contra o acréscimo de apenas +0,9% das exportações e os números de trimestres anteriores levam a idêntica conclusão).
  2. No 3.º Trimestre de 2012, como o ‘Público’ anunciou em 7-12-2012, citando o INE,  registou-se outro facto relevante: o PIB nacional caiu 3,5%. 
Sumariamente, os números do défice externo igualmente traduzem baixa continuada (desde 2010) do consumo privado, do investimento e do consumo público – esta última quebra repercutida igualmente na redução das prestações do Estado Social, sector da saúde em especial.
A redução do PIB, que é significativa, além da pobreza do tecido económico nacional,  reflecte o permanente aumento do desemprego, sempre para valores superiores às previsões e sucessivas revisões do governo.
Em suma, o resultado do binómio exportações-importações, à vista desarmada, até parece agradável. Examinado à lupa, sinaliza, porém, outros efeitos perniciosos nas condições de vida e na dificuldade de acesso ao trabalho dos portugueses, circunstâncias que as forças do governo tentam dissimular.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

ANA: As Finanças subordinam a Economia

anaSituação ignorada com frequência, a diferença entre o Economista e o Financeiro corresponde, no rigor da análise, a uma distinção de comportamento psico-profissional, de que estudiosos, políticos e comunidade em geral não deveriam alhear-se tanto.
Sumariamente, para os Economistas a importância da eficiência do mercado não deriva directamente dos mecanismos de preço, mas sobretudo da aptidão desse mecanismo de preço para maximizar o resultado económico pela via da optimização da alocação de recursos. Os Financeiros enfatizam mais directamente o preço a que os bens ou serviços são transaccionados.
Tudo isto vem a propósito das palavras, na conferência de imprensa, de Maria Luís Albuquerque (MLA), secretária de Estado do Tesouro, acerca da privatização, classificada de concessão por 50 anos, da ANA aos franceses da ‘Vinci’.
MLA não se cansou de citar, repetir e insistir nos 3,080 M € que o Estado português receberá da poderosa companhia internacional – mais de 183.000 trabalhadores e já accionista detentora de 37% da Lusoponte – pela exploração do negócio da totalidade dos aeroportos civis portugueses e o militar de Beja.
O secretário de Estado das Obras Públicas,Transportes e Comunicações, sem deixar de enaltecer o preço, estava eufórico com o potencial estratégico da ‘Vinci’; empresa que, diga-se, tem apenas até hoje, na carteira de negócios, a exploração de 12 aeroportos (9 em França e 3 no Camboja), com um movimento total de 8,5 milhões de passageiros. O Aeroporto de Lisboa, e omitindo outros como Porto e Faro, já registou um tráfego de 15 milhões de passageiros em 2012.
O ‘know-how’ que Portugal cederá à ‘Vinci’ para expansão do negócio, os rendimentos derivados do lucro da ANA que transitarão dos cofres do Estado Português para a compradora por repatriamento de lucros e nova alienação de estratégica infra-estrutura, sem ponta de reflexão ou preocupação de ordem económica do governo, constituem mais um motivo para comemorar um grande sucesso nos gabinetes da Praça do Comércio e da Horta Seca.
Trata-se de outra vitória de ‘Pirro’ para a colecção do governo; e um passo mais dos portugueses na direcção empobrecimento e do abismo.
Os Financeiros dominam, os Economistas obedecem e a crise, a Luís Albuquerque de ar risonho, causa uma imensa felicidade, ao intensificar o ritmo e a proporção a que o País se afunda.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O estrabo causador de estrabismo

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Fonte: Juxtapoz

O discurso natalício de Passos Coelho foi réplica de enorme estrabo – o governo, dos impostos aos desvios orçamentais, sabe, apenas, trabalhar à escala do enorme.
Se dúvidas existissem da intensidade da explosão de matéria infestada e das perturbações provocadas na saúde dos portugueses, as imagens dissipam-nas. O estrabo causou  estrabismo temporário até a crianças; tão vesgos ficaram de assistir ao desmaios de avós e familiares reformados ou pensionistas a quem, em 2013, o governo vai confiscar parte substancial de reformas de 1.350 euros ou um pouco mais, em alguns casos.
O jantar correra pacificamente. Todavia, de súbito, irrompeu na TV o contador de histórias sujas e estrambóticas.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Onde para a demagogia do Coelho?


Pedro Passos Coelho, de mansinho e sobre a relva, tenta vender a imagem do político imaculado – como ele sabe, e bem, nem como cidadão, homem de família ou o ser social exemplar, carece de condições e do mínimo de qualidades de que julga convencer a totalidade dos portugueses – um parte substantiva, da qual faço parte, tem-lhe natural asco. O motivo é simples: é ainda mais aldabrão que o antecessor, Sócrates. 
Todos os dias, nos dá provas da fala de seriedade e de ruptura de princípios anti-democráticos – Tecnoforma, Foral, AC, Efromovich/TAP, Relvas são exemplos, alguns dos  nos chegam ao conhecimento.
Agora faz um apelo guerreiro, citando uma guerra do ‘Ultramar’ que, nascido em 1964 (em Coimbra) não conheceu nem viveu. Fala do que não sabe, como o habitual ignaro, chegado ao poder vazio de ideias e de estrutura de político - os frangos de 'aviário' que as jotas produzem.
Pela minha parte, declaro não estar disponível para o desafio do PM. A não ser que o objectivo seja enfia-lo no ‘Carmo’ com os compinchas dos crimes contra o povo português, garantindo-lhes o transporte numa espécie de 'Chaimite', cujo destino, desde que seja lixeira, nem me interessa qual.Sem hesitações, ou o menor dos medos, estou disposto a despojá-lo do poder – o Relvas, Portas, Gaspar & Cia. vão por arrasto.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O voluntariado de gama alta

Estamos a candidatarmo-nos ao eventual ‘Campeonato Mundial do Voluntariado'.
Há anos, de voluntários, tínhamos apenas bombeiros e umas senhoras ‘xexés’, por sinal incomodativas, a dar bolachas ‘Maria’ e ‘Água-e-Sal’ a doentes hospitalares entubados. Pouco mais havia.
No esplendor da época da desgraça e do disparate – e de golpes suspeitos – o ‘voluntariado’ tornou-se moda do pessoal de gama alta. À piedosa e caridosa Jonet, falsamente considerada fundadora do Banco Alimentar, segue-se hoje o funesto banqueiro, Ricardo Salgado.
Voluntariamente, e pelos vistos sem que tivesse nada de importante a revelar, Espírito Santo Salgado almoçou possivelmente no ‘Ritz’ e foi até ao Ministério Público prestar declarações – inócuas, assinale-se – sobre o caso ‘Monte Branco’.
Se patriota primeiro e banqueiro depois – uma utopia, claro – poderia ter aproveitado a oportunidade para revelar que conversas teve, com o Sr. Efromovich ou outas figuras, sobre a venda da TAP que, tudo indica, o governo, e em especial Relvas, está empenhadíssimo em concretizar nas próximas horas.
Ricardo Salgado, nos tempos de Sócrates, foi dos mais altos responsáveis pelos aumentos das dívidas externas, pública e privada. Muitos portugueses até o venderiam; o pior é que não há mercado para estas espécies – no mundo os níveis da oferta já não têm procura. 

Newshold, o Polvo

Privatizao da RTPO prestigiado James Fallows há tempos escrevia:
“Há alguns bens e serviços cujo valor social não se pode  ver, exclusivamente, por um prisma economicista – pense-se na saúde, na educação, no jornalismo e no direito. A sociedade será pior se a sua prestação forem determinados apenas pelo mercado.”
A famigerada ‘troika’, FMI-CE-BCE, recusa-se a aceitar estes princípios e, mais grave ainda, esforça-se por realizar justamente o inverso, no nosso País.  Têm sempre uns serventuários de serviço – em Portugal são diversos, chamem-se eles Coelho, Gaspar, Relvas ou Portas que, por habitual abjuração, se aliou ao grupo.
A liberdade de expressão é, como se sabe, condição inalienável do regime democrático. Tão grave é desrespeitá-la, pela acção repressiva e censória do autoritarismo, como pela traição ao dever do próprio Estado, na manutenção de estações televisivas públicas. Na UE, BBC à cabeça, cumpre-se em regra a missão de zelar pela sagrada obrigação de defesa da ‘liberdade de expressão’, pilar indissociável da ‘Democracia Pluralista’.
A troco de dinheiro, e sabe-se lá mais de quais outros interesses, a venda e atribuição do serviço público televisivo a privados, ainda por cima de certa estirpe, constituem actos antidemocráticos condenáveis.
Se nos alhearmos da superioridade dos princípios, por si só suficientes, o facto do actual governo, sob o empenho de Relvas, Borges e outras abomináveis criaturas, alienar a RTP, e o serviço público a que esta está cometido, a favor de um polvo, designado Newshold, é um acto criminoso, digno de reprovação de um Presidente da República que dignifique o regime, bem como em matéria de averiguação das instâncias da Justiça.
A Newshold, o tal polvo, é complexa e extensa teia de tentáculos que o ‘Público’ dá a conhecer,  descrita aqui ou aqui. É dominada por gente espúria e cujos prejuízos e consequências da apoiada intromissão, infelizmente, vamos conhecer tarde e a más horas.      

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A política social do governo, de maioria “social-democrata”

No último fim-de-semana, a opinião pública foi bombardeada, em sucessivos ataques, com o discurso de Passos Coelho aos ‘jotinhas’.
Os disparos partiram de um homenzinho, hoje PM, que começou a trabalhar entre os 35 e os 40 anos. Antes andou a passear-se por cargos públicos dos quais Portugal e portugueses não obtiveram o mínimo proveito, embora, através de impostos e outros encargos de contribuintes, tivessem suportado os custos públicos de quem, habilmente, soube inscrever-se no JSD e atingir a presidência da organização dos jovens ‘laranjas’. Sem qualquer realização, mérito ou satisfação do interesse colectivo. Apenas tratou da sua vidinha.
Mentindo, iludindo, prometendo e não cumprido, ascendeu ao poder para dar continuidade à saga dos políticos preparados nas ‘jotas’ para iludir os cidadãos (mesmo uma ingénua jovem estudante do Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria). O malabarista Relvas foi um preciosa alavanca.
O neoliberalismo, como outra ideologia política, tem regras. Precisa de homens socialmente insensíveis, gestores e governantes de números, em absoluto desprezo pelos cidadãos. Vítor Gaspar é um dos mestres na matéria a que PPC recorreu – o Moedas, sem entender, porque sim ou porque não, lá está para o acompanhar. Como esteve com o rubicundo e desbragado Catroga.
No Parlamento, e na caminhada compassada em direcção ao BCE, FMI ou instituição do género, Gaspar considerou:
A recessão económica, o galopante desemprego e impacto deste nas receitas e encargos sociais, a somar à colossal quebra de receitas fiscais e agravamento do défice público que o próprio Gaspar projectou para 2012, enfim… nada disto é relevante.
Todavia, dos últimos discursos de Coelho e Gaspar, percebe-se que aplicando as medidas previstas na proposta de OGE 2013, a debacle será enorme. Estão assustados.
O próprio FMI, relativamente à Irlanda e em evidente divergência com a CE e BCE, já propõe que se abandone a austeridade e se desenvolva uma política de crescimento.
Neste caso, como dizia Fernando Pessoa, estamos perante  indivíduos, Gaspar é um deles, limitados pela incapacidade de ver o mundo para lá da escala da sua estatura.
Um ministro das Finanças, dono e senhor das mega-decisões governamentais, incapaz de arriscar uma previsão, mínima que fosse, do ponto de viragem da Economia Portuguesa, é obviamente um falhado. De resto, os resultados, dos seus orçamentos e revisões orçamentais não têm outra leitura.    
   

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Uma aula magma de Vítor Gaspar

Lio de Vtor Gaspar
 
Magma, no título, não é lapso. É mesmo magma = massa pastosa de materiais em fusão.
Para mero ensaio da exposição ao próximo Conselho de Estado, Vítor Gaspar pediu a um companheiro de governo e do BdP (será o Rosalino?) para explicar a alunos de ‘Introdução à Economia’, os modelos macroeconómicos e econométricos que serviram de base ao OGE de 2013.
Para quem tenha eventuais dificuldades, o ministro das Finanças, de voz calma e alargadamente pastosa, vai explicar tudo direitinho na ‘Comissão de Economia e Finanças’ da AR, em especial ao deputado Honório Novo e com particular devoção, miando ao gato deste último, o homónimo Gaspar.
Igualmente fará uma prolongada exposição à ‘troika’; ou seja,  ao etíope, que ficará branco, ao alemão que ingressará no mundo dos morenos e, por último, ao “careca” que passará a ter uma cabeleira farta, semelhante à do Paul McCartney nos anos 60.
A nós, cidadãos vulgares, não interessa perceber. Apenas temos de pagar, pagar, pagar… e é tudo.

TAP: A sinergia dos mensalões

Sinergy, em português, traduz-se por Sinergia. Segundo o ‘Ciberdúvidas’, em termos de significância, quer dizer:
“[…] sinergia tem o sentido genérico de «cooperação», «acção associada»…”
Quer isto dizer que, sob a cooperação e acção associada do famigerado ministro Relvas e do condenado José Dirceu, no processo do mensalão, haverá cumplicidade, a meu ver com indícios de atentado ao interesse nacional, na alienação do valioso activo estratégico nacional, designado TAP? 
Se atendermos – e não há razões para duvidar – à notícia do ‘Público’, fica-se ciente, sem dúvidas, que estamos perante uma acção contra o património estratégico nacional, em que Relvas, ao contrário da imaculada imagem propagandeada, revela indícios de interessado promotor do negócio.
A referência do ‘Público’ diz respeito ao texto do bloguer de ‘O Globo’, Ancelmo.com, a seguir reproduzido:
o globo 
O texto, daqui retirado, tem o seguinte conteúdo:
O amigo português
Quem está ajudando o empresário brasileiro-colombiano Germán Efromovich a comprar a TAP é o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares de Portugal, Miguel Relvas.
O ministro tem amigos influentes no Brasil — inclusive, Zé Dirceu. “
Com os casos ‘Tecnoforma’, ‘Foral’, TAP e RTP, poucas dúvidas me restam que, de Sócrates a Passos Coelho, de Jorge (também) Coelho a Miguel Relvas, a distância é milimétrica, variando, apenas, nos alvos em jogo.
O que, a muitos milhares dos cidadãos, causa enorme perplexidade é constatar que, independente do poder governamental necessariamente partidarizado, não haja uma voz ou acção de magistraturas soberanas contra manifestações de indícios de acções lesivas do interesse nacional. Nem Presidente da República, nem Ministério Público ou outra instância competente tem a ousadia de usar de poderes que a lei lhes confere, para julgar e provavelmente jugular os interesses dos protagonistas nacionais, autores destes atentados contra os supremos interesses do País.
Amanhã, os trabalhadores da TAP vão manifestar-se contra a nacionalização da companhia. Na “Rua”, o que causa ataques de psoríase e afrontamentos a D. Policarpo. Poderá ser infrutífero, mas será patriótico e consequentemente louvável. Estou ao lado deles.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Ó Passos: aguenta, aguenta

Ulrich: Declarações de Passos “são um insulto e não são verdade”.

(Retirado do Jornal de Negócios – publicado hoje, às 18:12)
Fernando Ulrich, presidente do Banco BPI reage, assim, às afirmações do primeiro-ministro que defendeu hoje a necessidade de uma maior tributação das pensões mais elevadas.
“No caso das pensões a cargo de fundos de pensões, as declarações do primeiro-ministro são um insulto e não são verdade”, afirmou Fernando Ulrich ao Negócios.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje a necessidade de os reformados com pensões mais elevadas darem ao Estado um “contributo maior”, o que na sua opinião não viola a Constituição da República.
Tais pensões elevadas, segundo o primeiro-ministro, “não correspondem ao valor dos descontos que essas pessoas fizeram” ao longo da sua carreira contributiva”.
O primeiro-ministro disse que “há pessoas que estão reformadas e que têm reformas que são pagas por aqueles que estão hoje a trabalhar”, que “nunca terão” reformas desse nível. Os jovens que agora começam a trabalhar “vão ter pensões e reformas de acordo com toda a sua carreira contributiva”, frisou, sem nunca se referir directamente ao eventual pedido de fiscalização sucessiva do OE a efectuar pelo Presidente da República junto do Tribunal Constitucional.
Os fundos de pensões dos bancos, ao contrário da Segurança Social são fundos capitalizados. Ou seja quando os bancos transferiram os fundos para o Estado (o que aconteceu há um ano com o objectivo de baixar o défice orçamental) eles foram transferidos incluindo todas as responsabilidades.







Acima Dilma! Abaixo o “Acordo Ortográfico’!

Dilma RousseffSou um admirador de Dilma Rousseff. Motivado pela carreira de combatente de causas em defesa do progresso social e económico : viveu, ao vivo, o Maio de 68 em França, afrontou a ditadura militar brasileira a ponto de ficar prisioneira quase 4 anos, mas, depois de tanta luta e sacrifícios pessoais, saiu vencedora.
Atingiu, com o apoio maioritário do povo e de intelectuais, a Presidência da República do Brasil – Óscar Niemeyer, recentemente falecido, esteve com ela na campanha e assistiu esforçada mas entusiasticamente a um comício de campanha no Rio de Janeiro, acompanhado do sobrinho Chico Buarque.
Dilma, entretanto, tem feito várias limpezas dessa tenebrosa congregação, chamada “mensalão”.  
Mas, outras limpezas se seguem. Se estas notícias se confirmarem, Dilma está decidida a outra varredela: “adiar a plena aplicação do Acordo Ortográfico”.
Que por tempo indeterminado, necessariamente longo, até ficar arrumado definitivamente no candomblé do alheamento – é o meu desejo.
(Um saudação aos Nabais, sem ortigas e nabos; esta é planta crucífera que, neste cozinhado, se propunha crucificar a nossa escrita.)

O Coelho, o empobrecimento e os reformados

Pedro_Passos_Coelho_1Passos Coelho, a quem a actividade política, passada e actual, garante rendimentos imoralmente elevados, licenciou-se pela Lusíada em 2001, trabalhou na famigerada Tecnoforma, a tal do ‘Foral’ do Relvas, a partir de 2000. Tinha, então, 36/37 anos.
Prosseguiu a carreira profissional na LDN em 2001, tendo em 2004 ingressado na Fomentivest, de um conhecido, hábil e talentoso político-empresário. Sobretudo, um veterano de perfil de admirador caloroso e incondicional de jovens talentos – equivalentes ao tipo de modelo, que excluído o desprezo de valores e referências cruciais, se afirma, em especial, através  de aspectos físicos e porte de excelência.
Governando-se bem no domínio de cargos políticos, NATO incluída, Passos, de licenciatura e ingresso no mercado trabalho tardios, e impulsionado pela velha cunha, empolgou-se hoje, em Penela, para , entre outros disparates, afirmar:
Este acepção de “pensões mais elevadas”, por imprecisa, é própria do mais comuns dos ignorantes, porque transgride a regra do rigor e da mensagem inequívoca a que um estadista está vinculado. Tributar pensões de 1.350 € com uma taxa especial específica de 3,5%, mais 3,5% de sobretaxa de IRS e ainda o agravamento decorrente das novas tabelas do mesmo IRS – ‘troika’, lembre-se, estabelecia no memorando um agravamento de sobretaxa de 3,5 a 10% a partir de 1.500 € (ponto 1.11).
O elevado, o muito, o pouco, o bastante e outros termos do género estão excluídos da linguagem científica e, consequentemente, do rigor político.
Passos Coelho, submisso, por ignorância, ao incompetente e neoliberal Gaspar, nem se apercebe, como ignora espécie, da asneira de defender a constitucionalidade do OGE de 2013 em matéria de pensões e de outros domínios contrários à “Lei Fundamental” do País.
Como vão longe os tempos das ‘Doce’ e da leviana vida gozada, com dinheiros da política, até ser quase quarentão!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

RTP: ‘Holdnews’ e as ‘old news’

Da xenofobia à defesa legítima do interesse nacional vai um passo de  gigante. Conheço bem Angola, sem que – saliente-se – nunca lá tenha vivido. Sei como ao longo de anos funcionaram e funcionam os famosos "esquemas".
Conheço, pois, perfeitamente como alguns "esquemáticos" – angolanos, portugueses, judeus e de muitas outras nacionalidades – abocanharam os meios de fortunas pessoais.
A prova de que, em relação à RTP, não estou a reagir em obediência a pensamento xenófobo é, além do referido no primeiro parágrafo, considerar que a responsabilidade principal do desmando recai sobre alguns ou algum dos “patriotas” que referi neste ‘post’, em Agosto passado.
De um país, Angola, em que o controlo e a censura governamentais sobre a comunicação social, sobretudo na perseguição a adversários internos, e que, por exemplo, impede advogados de outras nacionalidades de exercer a profissão nas suas fronteiras, e muitos outros casos poderia invocar, recuso-me a ficar mudo e quedo quando os senhores da Holdnews decidem classificar de xenófobo  e dizer o que lhes vem à cabeça sobre quem crítica a alienação indevida do serviço público de televisão de Portugal. Ainda para mais através da venda de, apenas, 49%, ou seja, um valor relativo elevado mas  minoritário.
Tão preocupados com os “interesses das partes”, desses senhores, fico sensibilizado mas, pelo sim, pelo não,  aconselho os meus concidadãos a proteger “as partes baixas”. 

ANA, os erros de Gaspar conduzem à renegação da soberania

ANA
Anuncia o ‘Expresso’ que o contrato de concessão da ANA foi assinado hoje. Antes mesmo da hora-limite (17h) estabelecida para a entrega de propostas da privatização da empresa aeroportuária.
Vítor Gaspar, esse génio que falha objectivos atrás de objectivos orçamentais, prevê, com o contrato da concessão da ANA, a fixação do défice público em 5%.
Mais uma engenharia financeira, pelos vistos aceite pelo EUROSTAT e igualmente pela ‘troika’. Em 2011, o sinistro trio, FMI-CE-BCE, tinha jurado solenemente que, em termos de redução do défice através de receitas extraordinárias, o encaixe do ‘fundo de pensões da banca’ seria a última operação permitida. Não foi e mais, Gaspar falhou duplamente: concessionar a ANA e mesmo com esta  foi-lhe permitido que a meta inicial, 4,5% de défice, tenha sido incrementada para 5%, ou seja, um desvio da ordem dos 11,11%.
Como Cavaco, Gaspar e outros deuses menores, tipo Rosalino, são membros da congregação financeira nacional, neste caso o Banco de Portugal.  Pertencem ao poderoso grupo de personalidades, ou seja, a influente estrutura do ‘Inside Job’ nacional.
No léxico dos financeiros, existem apenas receitas, despesas, saldos, orçamentos e outros vocábulos e referências sintomáticas do género. Por alguma razão, de ignaros, carreiristas ou alienadores do interesse nacional, tornam  Portugal em excepção numa Europa de aeroportos públicos.
Desde sempre que, da soberania e a estratégia nacionais, os aeroportos constituem infra-estruturas do comunicação com o mundo, que o Estado jamais deve alienar, como entende, e bem, a estrondosa maioria dos outros Estados-membros da UE.
Todavia, a época actual é protagonizada por um Coelho, um Portas, um Gaspar e, para encerrar a roda, um Sr. Silva, especialista em deliberar em sentido contrário do que declara, e com ares de provinciana sobranceria.
Anda esta gente a exigir, com crescente dureza, sacrifícios atrás de sacrifícios aos portugueses… para acertarem as contas públicas com sortilégios de feiticeiros de aldeia. 
 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

FMI: um era louro, outro é moreno e ambos neoliberais por sentimento pessoal e profissional


“O FMI não aprendeu depressa com os erros cometidos na Ásia Oriental. Com pequenas variações, tentou repetidamente a estratégia das grandes operações de salvamento. O insucesso na Rússia, Brasil e Argentina mostra que é necessária uma estratégia alternativa…”
(Joseph Stiglitz em ‘Globalização-A Grande Desilusão’, pág. 181) 
Da funesta ‘troika’, o 1.º chefe de missão em Portugal foi o louro Poul Thomson, hoje empenhado a submergir a Grécia a milhares de km’s na profundidade da desgraça – Thomson, de nacionalidade dinamarquesa, prestou-se a promover a privatização da EDP, sem considerar que o capital da poderosa DONG ser detido em 76,49% pelo Estado dinamarquês.
Do lado do moreno - etíope que, se patriótico e solidário, deveria empenhar-se nas soluções económicas e sociais para evitar a morte, por fome, de milhares (ou milhões?) de crianças do seu país - tivemos uma conferência na Ordem dos Economistas. Eis alguns extractos das declarações:
O programa português tem tido fortes progressos…”
“Portugal é um dos países que gasta mais em pensões, mas tem uma das maiores proporções de idosos em risco de pobreza Há ganhos de eficiência que podemos fazer aqui.”
“Há riscos para o programa e para a economia…”
No elogio dos “fortes progressos”, relativizou, e apenas aflorou superficialmente, os problemas de quebras do PIB, o crescimento exponencial do desemprego (16,3%) e o acréscimo, acima do programado, do endividamento (actualmente acima de 120% do PIB).
Os riscos de falha do programa são tudo menos riscos. São certezas e Selassie convença-se de que o desfecho em termos de ‘recuperação económica’ é uma miragem.
Ainda assim, o etíope é mais previdente do que o incompetente António Borges, um ex-FMI e Goldman Sachs. Borges considerava há dias que “o ajustamento da economia está feito”. 
Selassie, mais realista, lembra que “um terço do ajustamento ainda está por fazer.”
O que ambos não falam – porque ignoram – é da solução de relançamento da Economia Portuguesa, no tempo e no modo como absorverá parte de mais de um milhão desempregados, em que sectores e com que investimentos.
O equilíbrio das ‘contas externas’, e porque estas funcionam em ordem sistémica, não passa de mera falácia. A queda do poder de compra e o aumento da pobreza, através da redução do ‘Consumo Privado’, têm contribuído para a diminuição drástica das importações. Tal como a falta de investimento que, em Portugal e em sete países da UE em recessão, é poupança compulsiva da importação de bens de formação bruta de capital fixo.
Sem D. Policarpo, jesuítas e membros da ‘opus dei’, oremos os restantes…mesmo os agnósticos e sem fés religiosas.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A venda da TAP, crime lesa interesse de Portugal

Se a TAP for vendida a Efromovich ou a qualquer outro, judeu, cristão ou muçulmano, Passos Coelho, sob a permissão de Cavaco Silva, cometerá um autêntico crime lesivo do interesse estratégico nacional.
Efromovich, como a imprensa brasileira já anunciava em 18 de Outubro passado, era o restante candidato, do lote inicial de 13, à compra da companhia aérea portuguesa, em operação então titulada pela Avianca.
O judeu-colombiano-brasileiro confirma no vídeo, de facto, ser o único. Obviamente sem  concorrência, conta apenas com a aprovação ou rejeição da “proposta agressiva”, palavras suas, do governo para comprar ou não a TAP.
Se o governo, vezes excessivas, não tomou à letra o ‘Memorando de Entendimento’ da ‘troika’ para prejudicar os portugueses – retirada de subsídios, aumento antecipado da aplicação do IVA de 23% à energia eléctrica, nível de corte de pensões acima do estabelecido no memorando; enfim, se o governo já teve possibilidades de não cumprir à risca as directivas do sinistro trio (FMI-CE-BCE), também o poderá e deverá fazer neste caso.
Entretanto, lembro as declarações do secretário de estado, Sérgio Monteiro:
Embora os argumentos invocados pelo governante se pactuem por uma perspectiva meramente financeira; sem ponta de lucidez para entender o que a TAP vale para os mais de 5.000.000 portugueses espalhados pelo mundo, nem reflectir nos benefícios económicos indirectos do  elevado valor da plataforma europeia líder nas ligações ao hemisfério sul; mesmo sem esta lucidez, repito, parece haver a probabilidade da TAP continuar a ser património nacional.
A não ser que o secretário de Estado venha a ser contrariado por algum ministro amigo de gente do mensalão, ou de quem circule por  perto. De facto, com o currículo de Efromovich e os conflitos de milhões com a Petrobras, o actual governo, de várias vocações, entre elas, realça-se a capacidade de algum governante fazer negócios em Angola e Brasil – e não é o Paulinho, bem vestidinho, de gravata diplomaticamente armada e com o andar de modelo e, nos últimos tempos, de passo apressado, a desfilar em hóteis de luxo e outros salões da política mundial. 
A TAP, é sabido, já enriqueceu alguns; mas, se há dinheiro dos contribuintes para a banca, por que razão não poderá ser repartido pela transportadora aérea? Ou umas vezes a UE impõe axiomas, outras decide em função de interesses parcelares?

Comissão Europeia: do Nobel à novela do corte das despesas

Gaspar, na (obs)escurido
Gaspar na (obs)escuridão aprovada pela CE
A Comissão Europeia, a querer fazer jus à quota-parte do Nobel da Paz (podre) ridícula e insensatamente atribuído à UE em 2012, demonstra desmesurado empenho na pacificação das sociedades, à custa de pobreza e miséria, e de torpes políticas de finanças públicas.
Essa obra genial das contas públicas, designada por PEC – Pacto de Estabilidade e Crescimento, bem como a componente indissociável da ‘consolidação orçamental’ constituem actos de inaudito pacifismo; tão abstruso, de resto, que já arrastou para os caminhos da indigência muitos dos cerca de 30 milhões de desempregados na UE. Sem considerar outros grupos demográficos: idosos da Grécia, Portugal e Espanha, por exemplo, a viver em paz e na solidão da morbilidade induzida.
A despeito dos idealismos de fundadores e de outras personalidades posteriores, Jacques Delors por exemplo, é visível que para a actual CE – e para essa obscura e desumana figura chamada Vítor Gaspar – o que conta são tão somente as contas. Os cidadãos não!, é óbvio.
Assim, o ex-MRPP Barroso e companheiros da comissão – sim, comissão, sem insinuações a propósito de comissões, submarinos e de tesouros afundados em mares nunca dantes investigados – Barroso e companheiros, repito, manifestam apoio aos ‘cortes das despesas’ no processo orçamental de Portugal para 2013. Isto, argumentam, “devido aos riscos associados ao forte ajustamento efectuado do lado da receita…”
A CE e os ‘Gaspares’, o português é condutor falhado na pista das finanças públicas, ainda não perceberam que nós, cidadãos, já percebemos que certos cortes são meros ‘impostos disfarçados’, dos tais que empolam receitas.
Os cortes excepcionais a que reformados e pensionistas vão estar sujeitos em 2013, por exemplo, e que excedem os parâmetros da ‘troika’ (Memorando de Entendimento, no ponto 1.11) serão desembolsos mensais por apropriação do Estado de valores substanciais,  ou seja, um autêntico imposto retido pelo Estado.
Também evitam tornar claro que este tipo de medidas, a par da condescendência da UE com a banca (Deutsch Bank, HSBC e a intrujice à volta da taxa ‘Libor’ e por aí fora…), estão a criar uma Europa subdesenvolvida, de indigentes e fugitivos que vão procurar noutras paragens condições consignas e próprias de um Estado Social que o governo e a ‘troika’ estão apostados em destruir.
  

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Oscar Niemeyer, o traço eloquente do novo e do belo

Niemeyer partiu. Tinha 104 anos. A notabilidade artística e o talento venerado de Oscar Niemeyer legaram à humanidade, em diversos azimutes, capítulos de exaltação do belo e da criatividade, na arquitectura.
"Há um antes e um depois do Niemeyer"
afirmou, em expressão feliz e justa, Manuel Aires Mateus, arquitecto português.
No primeiro troço de saudade percorrido na partida de Homens -  com ‘H’ maiúsculo, efectivamente -  da qualidade intelectual e humana de Niemeyer, mais se acentua a tristeza de ficarmos num mundo de feras da voracidade financeira, de funestos políticos com que Niemeyer, agora, deixou de se inquietar.
A despeito de, no universo e nesse imenso Brasil matizado de  grandes e/ou ilegítimas fortunas e das mais pungentes das misérias de milhões, haver infalivelmente gente do povo anónimo, com postura instintiva, a viver a despedida de Oscar Niemeyer; em estado de automatismo e ao som do poema de outra personalidade brasileira de vulto, Manuel Bandeira, que deixou assim escrito:
“Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida
Confiantes na vida.”
Niemeyer saberia que, além de outros, a morte chega com estes episódios. Natural que estivesse sempre voltado para a vida, absorto e confiante nela. Aos 104 anos partiu, ciente de tudo isso.
 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

‘Há Lodo no Cais’ ou ‘Há Merda no Beco’

‘Há Lodo no Cais’ é um filme memorável (1954), de Elia Kazan. Dos considerados clássicos. Os desempenhos de Marlon Brando e de Lee J. Cobb constam, na história do cinema mundial, como interpretações extraordinárias.
A sinopse do filme é a seguinte:
“Marlon Brando interpreta o papel de Terry Malloy, um ex-pugilista que ousa fazer frente a Johnny Friendly (Lee J. Cobb), líder de um sindicato de estivadores das docas de Nova Iorque, que pretende que os trabalhadores cedam uma percentagem do seu salário, despedindo todos aqueles que se recusem a tal.”
Fonte: Infopédia
Ao ler notícias sobre a greve dos estivadores em curso, é impossível não me saltar à memória essa notável obra da 7.ª arte, vencedora de oito ‘Óscares’.
Ontem, de novo, uma cinzenta figura, dito presidente do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, trouxe-me ao pensamento ‘Há Lodo no Cais’.
Porém, hoje, com a intenção manifestada pelo Álvaro de “abrir a porta a despedimentos nos portos portugueses”, da lembrança passei a imaginar que, à escala do incipiente ministro, há forte probabilidade de virmos a ter um filme de dimensão lusa, a que eu chamaria “Há Merda no Beco”.
Nesta, como em outras histórias de trabalhadores menos coesos e determinados, pretende-se liberalizar a contratação do trabalho (com a conivência do PS, diga-se),  mediante o habitual sacrifício económico do factor trabalho – baixar salários e contratar livremente trabalhadores indiferenciados é o propósito. 
Olha com quem se estão a meter.

Passos Coelho, um homem habituado ao enxovalho

O Senhor Primeiro-Ministro faz-me lembrar uma esponja, de elevado poder absorvente. De ar democrático e demonstração de quem venera ser enxovalhado, sob gritos e apitos, lá leva o País para a cova. Trata-se, pois, de cerimónia fúnebre, mas arrastada, dirigida pelo prior Gaspar e abençoada por D. José Policarpo, protector do governo contra a revolta manifestada pelo povo na rua.
Repete, inúmeras vezes, o número do democrata acrobata,  capaz de ouvir os gritos de gente idosa, de meia-idade ou de jovens a clamar: DEMITE-TE!.
Sereno, pelo menos aparentemente, diz ao segurança Serra:
Ao mesmo tempo pensava: “Demitir-me é que não de demito, nem o meu amigo de Belém o vai fazer…tenho uma tarefa para cumprir: empobrecer toda esta gente até ao último dos cêntimos, custe o que custar…” 
Que triste sina a nossa: depois de um vem outro que é sempre pior do que o anterior.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A traficância é forma de vida?

os tranficantesNo ‘Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea’ da Academia das Ciências de Lisboa: “Traficância = Transacção comercial fraudulenta”.
Quem a pratica? O traficante, pessoa que trafica ou faz traficância.
Há tempos, na SICN, Helena Roseta denunciou Miguel Relvas. Na função de secretário de Estado da Administração Local no governo de Barroso, Relvas propôs à Ordem dos Arquitectos a realização de acções de formação de arquitectos, financiados por fundos europeus do programa ‘Foral’. Impunha, todavia, uma condição inegociável: essas acções de formação teriam de ser exclusivamente realizadas pela Tecnoforma, empresa de que Passos Coelho foi director e administrador.
A arquitecta, destituída de vícios de corrupção e adversária tenaz de ilicitudes, presenteou Relvas com um rotundo “Não!”.
À denuncia de Roseta, Relvas reagiu com a habitual ameaça do ‘processo judicial’. Onde está ele? Não existe. Nem jamais existirá, quero crer.
Basta ler a notícia do ‘Público’, para se entender o plano do famigerado ministro e do seu actual chefe supremo, Passos Coelho.
Certamente que a brutal austeridade que os portugueses estão a sofrer, entre várias causas, resultam da acção de políticos e empresários corruptos.
Sócrates, estúpida e alarvemente, tornou-se no ‘grande bombo da festa’; porém, outros, e alguns de ar de cidadãos impolutos e bem comportados, como Passos Coelho, também tentaram ou serviram-se dos poderes dos dinheiros públicos, em prejuízo do interesse nacional. O Estado, afinal, para estes assumidos ultra-neoliberais, é  fonte de todos os males sociais e simultaneamente o comedouro onde abocanham nacos de iguarias e o “taco” que os alimentam e promovem.
A traficância é uma forma de vida em Portugal? É, sem dúvida. Quem são os traficantes políticos? São tantos, tantos, tantos, que uma exaustiva lista daria um ‘post’ do tamanho de imensos relvados, frequentados por coelhos e outros animais domésticos e roedores do interesse nacional.

Merkel: CDU a seus pés, Coelho e um extenso séquito de joelhos

A chancelarina Merkel tem o partido, CDU, vergado a seus pés. Bem ao jeito dos líderes alemães que sempre fizeram curvar governados e dominados, na paz, mas sobretudo nas guerras.
A seguir aos militantes do CDU segue-se um enorme séquito de indigentes pensadores, entre eles o nosso Coelho. Todos fazem submeter os povos do Sul da Europa ao modelo de pobreza e desgraça imposto por Merkel e Schäuble, em sequência da tradicional prepotência alemã.
A certa altura, na notícia, declara-se:
“A personalização é um elemento estranho à política alemã, onde as fidelidades se constroem em volta dos partidos.”
O que, de facto, é estranho é esta afirmação. Na História da Alemanha, da Europa e do Mundo, a personalização da política desde os tempos de Bismarck, passando por Hitler, Adenuaer, Willy Brandt e agora Merkel, é uma patologia crónica do exercício do poder germânico – uns no bom sentido, outros no mau. Como, de resto, em Portugal e em outras paragens – ‘salazarismo e cavaquismo’ que sentido semântico têm e qual a origem da definição?
O crime da Sra. Merkel consiste em permitir que, no âmbito de uma União Europeia de 27 países, haja um país, a Alemanha, que, sobrepondo-se às estruturas da União, decida e condene ao sofrimento e à miséria milhões de cidadãos de outros povos, sem respeito pelo consignado nos tratados sobre coesão e solidariedade social. Batendo-se por uma austeridade desumana em regiões de outras nacionalidades, ao mesmo tempo que internamente oferece aumentos de 9% ou mais a reformados, com fins eleitoralistas.
Se a Alemanha tivesse pago a totalidade as dívidas de guerra às nações europeias e aos EUA, hoje não estaria em condições de lançar uma nova afronta aos cidadãos do Velho Continente. Nem sequer de produzir navios de guerra e submarinos, por imposição de vários episódios históricos de que é a 1.ª responsável, nomeadamente a 1.ª e 2.ª Guerras Mundiais.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Homenagem espontânea a Janis Joplin

Janis Joplin preferiu ser breve na vida. Viveu como ambicionou e a satisfez.
Partiu cedo, mas deixou para sempre este voz poderosa e imortal, não havendo assim tantas que a igualem. Tinha um disco dela à mão e não resisti à tentação de a relembrar. Espontaneamente.

O despertar do eixo franco-alemão

eixo franco-alemoAdormecido desde o termo do período ‘merkozy’, o eixo franco-alemão volta a despertar pela vontade, arte e impudência do casal “merkhollande”; tornou-se agora visível nas condições especiais – aliás, justas - concedidas à Grécia, em termos de valor, prazo e juros da dívida. No facto de não serem aplicáveis aos outros países beneficiários da “ajuda externa” – Portugal e Irlanda – é que está o busílis.
Conclui-se, à partida, não ser apenas Passos Coelho a negar o que afirma antes perante audiências de largas centenas de milhar de espectadores. Jean-Claude Junker fez exactamente o mesmo. Há imagens e material da imprensa a comprová-lo.
Vamos, então, a factos: Schäuble com o discurso de quem imagina estar a falar para dementes ou gente vítima de obstrução mental, advertiu:
“[seria] um sinal terrível…Não aconselho Portugal a obter a mesma coisa…eu não gostaria de ser comparado à Grécia”
Para restabelecer o funcionamento perfeito do famigerado eixo, o ministro das Finanças francês, Moscovici, acrescentou:
 “[As situações de Portugal e da Irlanda] não são evidentemente as mesmas [que a Grécia].”
Quanto ao alemão, devo dizer-lhe que não se trata de uma questão emocional: gostar ou não gostar de ser comparado. Ao francês, responderia: as situações de Portugal e da Irlanda não são exactamente iguais, excepto no importantíssimo pormenor de, com diferenças de escala e de causas, os três países estarem submetidos a (impropriamente) chamados “programas de ajuda externa”, pelo FMI, CE e BCE.
A ambos indagaria ainda: qual a lógica de países integrados no mesmo projecto europeu e de moeda comum (Euro grupo) serem objecto de tratamentos distintos, quando o objectivo principal, está escrito, é virem a cumprir condições idênticas do Programa de Estabilidade e Crescimento da UE e harmonizarem as condições económicas e sociais, segundo o diapasão da coesão social.
Coesão social para Merkel é, em ano de eleições, prometer o aumento de 9% das pensões de reformados alemães e exigir, no seio da UE, que os pensionistas e reformados do Sul Europa sofram avultados cortes nos ganhos que o Estado lhes prometeu pagar, após o final de décadas de trabalho?
De Passos Coelho, é histórica a cega obediência aos poderes da Angela. De Seguro, estou na expectativa e atento para saber se, em vez de “Joyeux Noël” a Hollande, lhe ouvirei um sonoro “Vous êtes un faux ami”… - era o ouvias!  

Derrapa o défice, derrapa a economia, derrapa o País

o piloto das derrapagens
Gaspar, o campeão das derrapagens
Temos um governo de estrutura hierárquica bem definida. O número 1 não conta, a não ser para se desmentir a si próprio – fórmula mais suave de dizer que mente; o número 3 serve para se pavonear em salões e areópagos pejados de diplomatas chiques, de belos fatos, gravatas e lenços de vivas côres, e de jeitos e trejeitos ‘snobes’ nos gestos e na voz.
No fundo, de tudo isto resulta que ficamos entregues ao número 2, Gaspar. Gere as finanças públicas  atira-nos para a penúria e, no final de complexas mas erradas contas, esmera-se em OGE’s e rectificativos a fazer derrapar o défice, a economia e o País. 
Recordo-me da primeira e única vez que ousei patinar no Rockfeller Center, em NY: não me aguentei um segundo de pé (o Ulrich bem me incitava: AGUENTA, AGUENTA!) e, em vez da patinagem, executei múltiplos exercícios de derrapagem.
Vítor Gaspar, na pista do Ministério das Finanças, demonstra também ser um exímio ‘artista da derrapagem’. Agora é a UTAO (Unidade Técnica de Execução Orçamental) que, depois de analisar a ‘execução orçamental de Outubro’ vem dizer-nos que o défice público em 2012 terá de ser inferior a 4,3% no último trimestre do ano, caso se mantenha o objectivo de atingir os 5% do compromisso assumido com a ‘troika’.
Só por milagre se atingirá os 4,3% de défice no 4.º trimestre. De maneira que Gaspar, uma vez mais, se vai estatelar com um buraco que pode variar de 5,9% a 6,3%. Quer dizer: estatela-se ele, e repito, derrapa o défice, a economia e o País. Tantos sacrifícios pedidos aos portugueses para nos espalharmos ao comprido - nem quero pensar em 2013, porque, além do mais, Cavaco pensa por nós todos e de igual modo ao de Coelho e Gaspar.
Para os mais atentos não será novidade. Para esses e para outros eventuais interessados, basta observar a diabólica e negra pintura, sobre a Economia Portuguesa, na página 5 dos ‘Indicadores de Conjuntura’, n.º 11, do insuspeito Banco de Portugal. É a imagem do desastre.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Hipocracia

Adoro as tardes de Sábado, no Chiado. O desfile é intenso.  Socialmente deparamo-nos com gente bem vestida, músicos, vagabundos e mulheres e homens de diversas nacionalidades.
O desfile é, de facto, inebriante, mas volto-lhe as costas e entro pela Rua Anchieta a dentro. Contígua à veteraníssima Bertrand. Confesso-me confuso em relação ao nome da rua: Anchieta? Ivens? Serpa Pinto? É pormenor de somenos. O importante é a feira de alfarrabistas, de bancas estendidas ao longo da rua.
No final da feira, oposto à Rua Garrett, deparei-me com um cartaz com a palavra:
HIPOCRACIA
Confesso ter sentido um sobressalto íntimo. De facto, a sociedade portuguesa está submetida a um regime de Hipocracia. Do governo, seria exaustivo enumerar provas. Limito-me, pois, às notícias do dia:
  • O incapaz Seguro diz que o PS não está disponível para fazer um assalto ao Estado Social? Depois de Sócrates e da revogação socrática das ‘leis laborais’, não é um Seguro, qual cacique a percorrer o País sem cessar para domar as hostes socialistas, que me convence da honestidade das declarações “socialistas”.
  • Isabel Jonet, cuja proclamação da multiplicação da pobreza, tem este fim-de-semana nas ‘grande superfícies’ a recolha de alimentos para o Banco Alimentar – A Dr.ª Jonet, em momento televisivo de cretina desumanidade ou incapacidade intelectual, teve o desplante de estimular a pobreza, quando tem a responsabilidade de combatê-la; não percebeu, nem está interessada possivelmente em considerar que o direito a uma vida e subsistência dignas, de qualquer ser humano, está muito, mesmo muito, acima da ideologia política do ‘empobrecimento’ de Passos Coelho.
Estes e outros episódios graves do nosso dia-a-dia levam-me a concluir que. efectivamente, vivemos tempos de Hipocracia. Com a ilusão de usufruir de um regime verdadeiramente democrático.