“O FMI não aprendeu depressa com os erros cometidos na Ásia Oriental. Com pequenas variações, tentou repetidamente a estratégia das grandes operações de salvamento. O insucesso na Rússia, Brasil e Argentina mostra que é necessária uma estratégia alternativa…”
(Joseph Stiglitz em ‘Globalização-A Grande Desilusão’, pág. 181)
Da funesta ‘troika’, o 1.º chefe de missão em Portugal foi o louro Poul Thomson, hoje empenhado a submergir a Grécia a milhares de km’s na profundidade da desgraça – Thomson, de nacionalidade dinamarquesa, prestou-se a promover a privatização da EDP, sem considerar que o capital da poderosa DONG ser detido em 76,49% pelo Estado dinamarquês.
Do lado do moreno - etíope que, se patriótico e solidário, deveria empenhar-se nas soluções económicas e sociais para evitar a morte, por fome, de milhares (ou milhões?) de crianças do seu país - tivemos uma conferência na Ordem dos Economistas. Eis alguns extractos das declarações:
“O programa português tem tido fortes progressos…”“Portugal é um dos países que gasta mais em pensões, mas tem uma das maiores proporções de idosos em risco de pobreza Há ganhos de eficiência que podemos fazer aqui.”“Há riscos para o programa e para a economia…”
No elogio dos “fortes progressos”, relativizou, e apenas aflorou superficialmente, os problemas de quebras do PIB, o crescimento exponencial do desemprego (16,3%) e o acréscimo, acima do programado, do endividamento (actualmente acima de 120% do PIB).
Os riscos de falha do programa são tudo menos riscos. São certezas e Selassie convença-se de que o desfecho em termos de ‘recuperação económica’ é uma miragem.
Ainda assim, o etíope é mais previdente do que o incompetente António Borges, um ex-FMI e Goldman Sachs. Borges considerava há dias que “o ajustamento da economia está feito”.
Selassie, mais realista, lembra que “um terço do ajustamento ainda está por fazer.”
O que ambos não falam – porque ignoram – é da solução de relançamento da Economia Portuguesa, no tempo e no modo como absorverá parte de mais de um milhão desempregados, em que sectores e com que investimentos.
O equilíbrio das ‘contas externas’, e porque estas funcionam em ordem sistémica, não passa de mera falácia. A queda do poder de compra e o aumento da pobreza, através da redução do ‘Consumo Privado’, têm contribuído para a diminuição drástica das importações. Tal como a falta de investimento que, em Portugal e em sete países da UE em recessão, é poupança compulsiva da importação de bens de formação bruta de capital fixo.
Sem D. Policarpo, jesuítas e membros da ‘opus dei’, oremos os restantes…mesmo os agnósticos e sem fés religiosas.
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