Adoro as tardes de Sábado, no Chiado. O desfile é intenso. Socialmente deparamo-nos com gente bem vestida, músicos, vagabundos e mulheres e homens de diversas nacionalidades.
O desfile é, de facto, inebriante, mas volto-lhe as costas e entro pela Rua Anchieta a dentro. Contígua à veteraníssima Bertrand. Confesso-me confuso em relação ao nome da rua: Anchieta? Ivens? Serpa Pinto? É pormenor de somenos. O importante é a feira de alfarrabistas, de bancas estendidas ao longo da rua.
No final da feira, oposto à Rua Garrett, deparei-me com um cartaz com a palavra:
HIPOCRACIA
Confesso ter sentido um sobressalto íntimo. De facto, a sociedade portuguesa está submetida a um regime de Hipocracia. Do governo, seria exaustivo enumerar provas. Limito-me, pois, às notícias do dia:
- O incapaz Seguro diz que o PS não está disponível para fazer um assalto ao Estado Social? Depois de Sócrates e da revogação socrática das ‘leis laborais’, não é um Seguro, qual cacique a percorrer o País sem cessar para domar as hostes socialistas, que me convence da honestidade das declarações “socialistas”.
- Isabel Jonet, cuja proclamação da multiplicação da pobreza, tem este fim-de-semana nas ‘grande superfícies’ a recolha de alimentos para o Banco Alimentar – A Dr.ª Jonet, em momento televisivo de cretina desumanidade ou incapacidade intelectual, teve o desplante de estimular a pobreza, quando tem a responsabilidade de combatê-la; não percebeu, nem está interessada possivelmente em considerar que o direito a uma vida e subsistência dignas, de qualquer ser humano, está muito, mesmo muito, acima da ideologia política do ‘empobrecimento’ de Passos Coelho.
Estes e outros episódios graves do nosso dia-a-dia levam-me a concluir que. efectivamente, vivemos tempos de Hipocracia. Com a ilusão de usufruir de um regime verdadeiramente democrático.
Sem comentários:
Enviar um comentário