Conclui-se, à partida, não ser apenas Passos Coelho a negar o que afirma antes perante audiências de largas centenas de milhar de espectadores. Jean-Claude Junker fez exactamente o mesmo. Há imagens e material da imprensa a comprová-lo.
Vamos, então, a factos: Schäuble com o discurso de quem imagina estar a falar para dementes ou gente vítima de obstrução mental, advertiu:
“[seria] um sinal terrível…Não aconselho Portugal a obter a mesma coisa…eu não gostaria de ser comparado à Grécia”
Para restabelecer o funcionamento perfeito do famigerado eixo, o ministro das Finanças francês, Moscovici, acrescentou:
“[As situações de Portugal e da Irlanda] não são evidentemente as mesmas [que a Grécia].”
Quanto ao alemão, devo dizer-lhe que não se trata de uma questão emocional: gostar ou não gostar de ser comparado. Ao francês, responderia: as situações de Portugal e da Irlanda não são exactamente iguais, excepto no importantíssimo pormenor de, com diferenças de escala e de causas, os três países estarem submetidos a (impropriamente) chamados “programas de ajuda externa”, pelo FMI, CE e BCE.
A ambos indagaria ainda: qual a lógica de países integrados no mesmo projecto europeu e de moeda comum (Euro grupo) serem objecto de tratamentos distintos, quando o objectivo principal, está escrito, é virem a cumprir condições idênticas do Programa de Estabilidade e Crescimento da UE e harmonizarem as condições económicas e sociais, segundo o diapasão da coesão social.
Coesão social para Merkel é, em ano de eleições, prometer o aumento de 9% das pensões de reformados alemães e exigir, no seio da UE, que os pensionistas e reformados do Sul Europa sofram avultados cortes nos ganhos que o Estado lhes prometeu pagar, após o final de décadas de trabalho?
De Passos Coelho, é histórica a cega obediência aos poderes da Angela. De Seguro, estou na expectativa e atento para saber se, em vez de “Joyeux Noël” a Hollande, lhe ouvirei um sonoro “Vous êtes un faux ami”… - era o ouvias!
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