O ministro Mota Soares proporá à
concertação social a transição para 2014 da transitória medida do pagamento
em duodécimos dos subsídios de férias e de Natal no sector privado. Estava estabelecido
para vigorar apenas em 2013, segundo a Lei 11/2013 de 28 de
Janeiro.
Independentemente de se atingir os
trabalhadores privados, deverá lembrar-se que os trabalhadores da função
pública, reformados e pensionistas já estão abrangidos por medida semelhante,
cujo horizonte temporal, diz o governo, é o termo do PAEF (Programa de Ajustamento Económico e
Financeiro) – ver Art.º
29.º da Lei do OGE de 2013 revogado pela Lei
29/2013 de 21 de Junho.
Duvido que o governo não a faça
transitar para 2015, já sob o efeito do ‘programa cautelar’ ou do ‘2.º resgate’,
conforme o que nos cair na rua, nos transportes, no trabalho ou em casa – é
apenas necessário que o ministro Moreira da Silva tenha ambiente e energia para
ordenar a exposição territorial do programa que nos sairá ao caminho.
Temos, de facto, à frente do país
um governo da mentira, da trapalhada, incapaz de corresponder aos padrões mínimos
do estatuto exigente e excepcional de estadistas. Juntam-se na molhada governativa espécies de eriçar
pelos e cabelos. Cito alguns: o super vaiado pm; o irrevogável revogado vice-pm;
o macróbio MNE; a ‘swinger dos swaps’ que, mestre em economês e deficiente em
português, nos avisa que, no ‘gamanço dos rendimentos dos cidadãos comuns’ –
Sr. Ulrich & Cia. não se metam nisto! - o transitório (=efémero, fugaz,
passageiro) não é anual e parece interminável. Tudo com a obscena complacência
da vetusta figura de Belém.
Cumpre-nos, pois, reagir, na
certeza de que o governo será plurianual, mas jamais eterno. Sim porque um dia
terminará o inferno.
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