segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O autor psicopatológico do ‘Aventar’


A blogosfera transformou-se em plataforma de comunicação em permanente actualização, poderosa e acessível a uma dimensão universal de milhões de cidadãos de todos os géneros, idades e classes sociais. Da pornografia à moda, da cultura à política, enfim, em todos os domínios, se cruzam autores e leitores multifacetados segundo preferências e comportamentos; em larga maioria moldados e comportando-se diversamente como reverentes, indiferentes, insípidos, acerados ou irreverentes, nos opúsculos que escrevem ou lêem. Pelo meio há democratas e reaccionários, obviamente.
A intersecção da democracia com conteúdos blogosféricos – considere-se em plano destacado ‘os blogues’ – é fenómeno complexo. Sobretudo, quando louvavelmente, diga-se, os propósitos de um blogue se fundamentam e perseguem princípios pluralistas; princípios estes invariavelmente difíceis de balizar com traços definidos e nítidos.
Pluralismo, no sentido semântico, assume características de conceito absolutista, corporizando a pluralidade do maior número possível. Uma ausência de limites, na propagação ideológica e tipo de argumentação política, facilita o uso do oportunismo por uns quantos cujo objectivo é defender e propagandear ideais adversos à democracia política, económica e social – a História está recheada de exemplos de usurpadores do poder e serventuários dóceis de poderosos, não sendo sequer necessário recorrer à citação de Estaline, Hitler, Franco ou Salazar para comprovar o expediente de usar métodos que começam por parecer inofensivos e se transformam em pesporrentes de sorrateira e crescente tirania.
O filme dedicado a Hannah Arendt, em exibição neste momento, é excelente meio pedagógico desses métodos de ascensão e exercício do totalitarismo.

Escrevi, despretensiosa e discretamente, vários textos no ‘Aventar’, na qualidade de autor. De súbito, fui expulso por imperativos de consciência, sem, sublinhe-se, a mínima pressão dos vários amigos que nesse blogue continuo a considerar com muita estima. Independentemente das inclinações políticas que perfilham. Não de todos, é claro.
 
Um demente, libidinoso confesso, de verve fácil e aprimorada, pelo e como escreve, compeliu-me a abandonar o blogue. Fiz uma pausa na blogosfera, quebrada, é evidente, com este texto. O fulano, repetitivo, fanático e gratuitamente obsceno, a despeito de dizer que vive sem eira nem beira, tem a audácia de, ao jeito de diluvião escriba, em pouco espaço de dias (ou horas) ser capaz de publicar isto, isto, isto, isto, isto, isto e muito mais que me dispenso de reproduzir.
O transviado mental, libidinoso confesso, reduz-se, de facto, a um perturbado revoltado contra as condições de vida democrática, que nem sempre é isenta de derivas. Ao que parece, sem ostentar embuçada saudade do fascismo, é um animal prolixo e opulento na verve fascistóide que dizima de Manuela Ferreira Leite a Bagão Félix, sendo sintomáticos os reconhecidos apreços e agradecimentos que lhe são manifestados por quem com este governo se governa. Uma meia-dúzia face a milhões que sofrem da insanidade de governantes incompetentes, de falta de palavra e mau carácter, que hão-de levar o povo português a mais pobreza e miséria; as quais, pelos vistos, não atingem o desempregado devoto da governação de Coelho e Portas e, eventualmente no futuro que imagina, de outras figuras de mais impetuosa pesporrência que lhes possam vir a suceder – de quem salário diz não ter é caso para dizer: “Quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vem…”. É estranho.

16 comentários:

  1. De facto, não entendo também como é que integra o colectivo do Aventar. Aliás, tem blog próprio onde, logo à direita, pede doações em dinheiro:

    43 anos, Desempregado
    20 euros ajudava... Grato!
    NIB: 0033 000045318767049 05
    IBAN: PT 50 003000045318767049
    http://joshuaquim7.blogspot.pt/


    SWIFT: BCOMPTPL

    Número de Conta: 45318767049

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nem eu jamais compreendi. Mesmo na condição de 'aventador' que fui, passado pouco tempo do arranque do blogue que sempre se afirmou pluralista e democrático. Com o 'bloguer pedinte e reaccionário' desfez-se o compromisso de respeitar a democracia; a qual, como é óbvio, não elimina o debate entre ideias diferentes, combates por ideais e de críticas dentro dos padrões socialmente aceites pelo consensual pensamento democrático.

      Eliminar
    2. Também gosto imenso do Carlos Fonseca e leio sempre o que escreve. Parabéns pelo texto.

      Eliminar
  2. Sim, esse imbecil fascizóide e o outro fascistäo que durante estes dois meses escrevem aos 2 e 3 artigos (ou melhor, vómitos) diários andam a estragar a qualidade do Aventar.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Exactamente. Um fascista de direita e outro de esquerda, que rima com perigoso. Amam-se, completam-se e estragam a qualidade daquilo que já foi um bom blogue. Desgraçado país, vão-se sempre os melhores e ficam apenas os medíocres.

      Eliminar
  3. Ainda bem que deixou aquela companhia perneciosa.
    M. Martins

    ResponderEliminar
  4. Carlos Fonseca
    Hoje fui ao Aventar e soube do seu
    paradeiro.Tinha quase a certeza que a
    sua ausência era consequência das razões que descreve no post. É que a
    cria há uns tempos a esta parte, até
    assina com 3 nomes diferentes.
    Foi um reencontro feliz!
    Há uns tempos largos num post seu
    eu escrevi: Os amigos não se fazem!
    Reconhencem-se! Ao que o Carlos
    respondeu: do grande Vinicius.
    Um abraço

    ResponderEliminar
  5. Também saí Carlos, também não aceito fazer parte de um espaço onde escreve aquele ignorante cheio de ódio e que tem vindo a tomar conta do Aventar

    ResponderEliminar
  6. Parabéns por não pactuar com aquilo que se tornou um panfleto fascista!
    Já lá não vou (aventar) com a frequência habitual devido a diarreia que esse sujeito vomita aos três postes por dia!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Lamento pelo Aventar e pelos amigos que lá deixei. Subsistem autores que escrevem muito bem, sem necessitarem de enveredar por repugnante reaccionarismo.

      Eliminar
  7. Se fosse só um, aquilo não era o lixo em que se tornou. Há lá dois fascistas de sinal contrário, cada um mais nojento do que o outro.
    Os bons autores que lá havia, como o amigo e outros, afastaram-se e fizeram bem

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ainda lá existe gente muito boa. Por vezes, a morte de uma andorinha estraga mesmo a primavera.

      Eliminar
  8. Carlos Fonseca : Tem a minha solidariedade.
    O Joshua Palavroso e o canito Cardoso estão bem um para o outro. Mereçem ficarem a ladrar sozinhos.

    ResponderEliminar