A blogosfera transformou-se em plataforma de
comunicação em permanente actualização, poderosa e acessível a uma dimensão
universal de milhões de cidadãos de todos os géneros, idades e classes sociais.
Da pornografia à moda, da cultura à política, enfim, em todos os domínios, se
cruzam autores e leitores multifacetados segundo preferências e comportamentos;
em larga maioria moldados e comportando-se diversamente como reverentes,
indiferentes, insípidos, acerados ou irreverentes, nos opúsculos que escrevem
ou lêem. Pelo meio há democratas e reaccionários, obviamente.
A intersecção da democracia com
conteúdos blogosféricos – considere-se em plano destacado ‘os blogues’ – é
fenómeno complexo. Sobretudo, quando louvavelmente, diga-se, os propósitos de
um blogue se fundamentam e perseguem princípios pluralistas; princípios estes invariavelmente
difíceis de balizar com traços definidos e nítidos.
Pluralismo, no sentido semântico,
assume características de conceito absolutista, corporizando a pluralidade do
maior número possível. Uma ausência de limites, na propagação ideológica e tipo
de argumentação política, facilita o uso do oportunismo por uns quantos cujo
objectivo é defender e propagandear ideais adversos à democracia política,
económica e social – a História está recheada de exemplos de usurpadores do
poder e serventuários dóceis de poderosos, não sendo sequer necessário recorrer
à citação de Estaline, Hitler, Franco ou Salazar para comprovar o expediente de
usar métodos que começam por parecer inofensivos e se transformam em
pesporrentes de sorrateira e crescente tirania.
O filme dedicado a Hannah Arendt,
em exibição neste momento, é excelente meio pedagógico desses métodos de
ascensão e exercício do totalitarismo.
Escrevi, despretensiosa e discretamente,
vários textos no ‘Aventar’, na qualidade de autor. De súbito, fui expulso por
imperativos de consciência, sem, sublinhe-se, a mínima pressão dos vários
amigos que nesse blogue continuo a considerar com muita estima.
Independentemente das inclinações políticas que perfilham. Não de todos, é
claro.
Um demente, libidinoso confesso,
de verve fácil e aprimorada, pelo e como escreve, compeliu-me a abandonar o
blogue. Fiz uma pausa na blogosfera, quebrada, é evidente, com este texto. O
fulano, repetitivo, fanático e gratuitamente obsceno, a despeito de dizer que
vive sem eira nem beira, tem a audácia de, ao jeito de diluvião escriba, em
pouco espaço de dias (ou horas) ser capaz de publicar isto, isto,
isto,
isto,
isto,
isto e muito mais
que me dispenso de reproduzir.
O transviado mental, libidinoso confesso, reduz-se, de
facto, a um perturbado revoltado contra as condições de vida democrática, que nem
sempre é isenta de derivas. Ao que parece, sem ostentar embuçada saudade do
fascismo, é um animal prolixo e opulento na verve fascistóide que dizima de
Manuela Ferreira Leite a Bagão Félix, sendo sintomáticos os reconhecidos apreços
e agradecimentos que lhe são manifestados por quem com este governo se governa.
Uma meia-dúzia face a milhões que sofrem da insanidade de governantes incompetentes,
de falta de palavra e mau carácter, que hão-de levar o povo português a mais
pobreza e miséria; as quais, pelos vistos, não atingem o desempregado devoto da
governação de Coelho e Portas e, eventualmente no futuro que imagina, de outras
figuras de mais impetuosa pesporrência que lhes possam vir a suceder – de quem
salário diz não ter é caso para dizer: “Quem cabritos vende e cabras não tem,
de algum lado lhe vem…”. É estranho.
De facto, não entendo também como é que integra o colectivo do Aventar. Aliás, tem blog próprio onde, logo à direita, pede doações em dinheiro:
ResponderEliminar43 anos, Desempregado
20 euros ajudava... Grato!
NIB: 0033 000045318767049 05
IBAN: PT 50 003000045318767049
http://joshuaquim7.blogspot.pt/
SWIFT: BCOMPTPL
Número de Conta: 45318767049
Nem eu jamais compreendi. Mesmo na condição de 'aventador' que fui, passado pouco tempo do arranque do blogue que sempre se afirmou pluralista e democrático. Com o 'bloguer pedinte e reaccionário' desfez-se o compromisso de respeitar a democracia; a qual, como é óbvio, não elimina o debate entre ideias diferentes, combates por ideais e de críticas dentro dos padrões socialmente aceites pelo consensual pensamento democrático.
EliminarTambém gosto imenso do Carlos Fonseca e leio sempre o que escreve. Parabéns pelo texto.
EliminarSim, esse imbecil fascizóide e o outro fascistäo que durante estes dois meses escrevem aos 2 e 3 artigos (ou melhor, vómitos) diários andam a estragar a qualidade do Aventar.
ResponderEliminarObrigado pela leitura.
EliminarExactamente. Um fascista de direita e outro de esquerda, que rima com perigoso. Amam-se, completam-se e estragam a qualidade daquilo que já foi um bom blogue. Desgraçado país, vão-se sempre os melhores e ficam apenas os medíocres.
EliminarAinda bem que deixou aquela companhia perneciosa.
ResponderEliminarM. Martins
Custou-me bastante, apesar de tudo.
EliminarCarlos Fonseca
ResponderEliminarHoje fui ao Aventar e soube do seu
paradeiro.Tinha quase a certeza que a
sua ausência era consequência das razões que descreve no post. É que a
cria há uns tempos a esta parte, até
assina com 3 nomes diferentes.
Foi um reencontro feliz!
Há uns tempos largos num post seu
eu escrevi: Os amigos não se fazem!
Reconhencem-se! Ao que o Carlos
respondeu: do grande Vinicius.
Um abraço
Caro Adelino Ferreira,
EliminarGrato pelas suas palavras.
Um abraço
Também saí Carlos, também não aceito fazer parte de um espaço onde escreve aquele ignorante cheio de ódio e que tem vindo a tomar conta do Aventar
ResponderEliminarParabéns por não pactuar com aquilo que se tornou um panfleto fascista!
ResponderEliminarJá lá não vou (aventar) com a frequência habitual devido a diarreia que esse sujeito vomita aos três postes por dia!
Lamento pelo Aventar e pelos amigos que lá deixei. Subsistem autores que escrevem muito bem, sem necessitarem de enveredar por repugnante reaccionarismo.
EliminarSe fosse só um, aquilo não era o lixo em que se tornou. Há lá dois fascistas de sinal contrário, cada um mais nojento do que o outro.
ResponderEliminarOs bons autores que lá havia, como o amigo e outros, afastaram-se e fizeram bem
Ainda lá existe gente muito boa. Por vezes, a morte de uma andorinha estraga mesmo a primavera.
EliminarCarlos Fonseca : Tem a minha solidariedade.
ResponderEliminarO Joshua Palavroso e o canito Cardoso estão bem um para o outro. Mereçem ficarem a ladrar sozinhos.