Eu lisboeta, alfacinha de gema, vivi
anos de ansiosa expectativa de haver um Governo a planear a recuperação da alma e da vida da Rua das Gáveas, no Bairro Alto, ou da Rua do Ferragial, esta
por cima da Travessa do Cotovelo ao Corpo Santo, recreando a cultura das ‘casas
de p….”.
Já nem cito outras artérias e moradas, como o
45 da Rua Boavista, onde uma idosa senhora tinha a ajuda de uma caixa
registadora de museu, “Remington” salvo erro, para registar os recebimentos das
‘quecas’ (ou cópulas, para os mais contidos na linguagem) a 7 e meio (escudos)
por quarto de hora – barato e rápido. E o acto tornava-se ainda mais célere quando havia acostado um porta-aviões norte-americano em Alcântara e a senhora
da caixa, muito autoritária, ordenava: “Meninas
à sala que estão cá os amaricanos!”.
Tudo isto, reconheço, não
passam de ilusões de quem viveu já muitos anos. O jovem Pedro Coelho foi mais selectivo.
Ordenou que o Conselho de
Ministros aprovasse a criação de uma estrutura de missão para fazer o Plano
Estratégico Cultural da Área de Belém, em Lisboa.
Para a ciclópica tarefa, e Dom Manuel I o testemunharia certamente,
o secretário de estado da cultura, Xavier de apelido, nomeou António Lamas, que
é presidente do CCB desde Outubro de 2014.
Diga-se que o sob as ordens de Pedro ou Xavier, um tal Azevedo e Silva,
na descrição da hierarquia da decisão, se esmerou empenhadamente em usar o português próprio de alunos de ‘escola primária’ dos meus tempos, hoje dita ‘básica’. Leia-se uma das frases da comunicação:
Superou claramente o meu colega Edgar, o melhor aluno nas
redacções das 3.ª e 4.ª classes; assim se chamavam os anos escolares básicos e
ainda estávamos longe do AO90.
Caraças! Jurídica e politicamente,
vamos a ver até quando temos de depender destas sumidades.
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