segunda-feira, 29 de junho de 2015

Dedicado à Sarah Adamopoulos

Eça de Queiroz
Tarde, mas tornei-me amigo e apreciador de Sarah Adamopoulos; escritora, dramaturga, jornalista e bloguer do ‘Aventar’. A Sarah é uma mulher de cultura, detentora e ecléctica nos saberes e conhecimentos que a distinguem como culta. A estas virtudes junta-se um talento de comunicadora consistente e profunda, razão do grande apreço que jamais consigo deixar de lhe dedicar.
Aproximar-me das qualidades da Sarah Adamopoulos – ou da Carla Romualdo, outra pérola do ‘Aventar’ – seria mera quimera, se a minha intenção fosse essa.
A Sarah publicou no Aventar o ‘post’ sob o título ‘Os gregos limpam as armas’ que remete para um texto de Albert Camus, de 1959, também inserido no mesmo blogue em 8 de Março de 2015.
Camus é Camus. Sou sempre um leitor recorrente do escritor francês, nascido na Argélia. É sempre um companheiro nos tempos de necessidade de depurar o espírito. Jamais o consigo ler de uma penada e definitivamente. É um exercício permanente de leitura, de reflexão a desvendar os mistérios do comportamento do homem e consequentemente da sociedade humana.
Grato à Sarah, e sem o objectivo de os comparar, lembro estas palavras de Eça de Queiroz  a propósito de Portugal e da Grécia:

“Nós Estamos num Estado Comparável à Grécia
Nós estamos num estado comparável, correlativo à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesmo abaixamento dos caracteres, mesma ladroagem pública, mesma agiotagem, mesma decadência de espírito, mesma administração grotesca de desleixo e confusão. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se quer falar de um país católico e que pela sua decadência progressiva poderá vir a ser riscado do mapa – citam-se ao par a Grécia e Portugal. Somente nós não temos como a Grécia uma história gloriosa, e a honra de ter criado uma religião, uma literatura de modelo universal e o museu humano beleza da arte.
Eça de Queiroz, em ‘Farpas’ (1872)’.”

O texto é revelador da enorme capacidade de premonição de Eça – o texto tem 133 anos – transformadora da sua obra em intemporal.

Talvez fosse recomendável enviá-lo a Cavaco, a fim de tentar fazer perceber o PR que as causas das sociedades humanas não se analisam nem resolvem com operações aritméticas simples, subtracção no caso: 18 = 19 -1. 
Mas, pensando melhor, o que se espera de política feita com contas à moda do Sr. Silva?

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