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Remessas de emigrantes e de imigrantes |
Passos Coelho é viciado na
mentira. Incontestável. A história do ‘mito urbano’ a respeito do convite à
emigração, ampla e claramente desmascarada pela comunicação social, passou a ter
um duplo preço. Reflictamos, pois, sobre o facto de Portugal não ter ganhado
tanto dinheiro com emigrantes desde o início do século, segundo notícia e gráfico,
aqui inserido, do ‘Público’.
A notícia revela dois fenómenos
que se entrelaçam nas mesmas causas: a quebra da economia e a falta de emprego
causada pela austeridade. Sumarizamos as razões da evolução registada:
- . A recessão económica e o programa de austeridade, suportado pela tese de empobrecimento de Coelho, levaram a que ele próprio e membros do governo (o ministro Relvas e o secretário de estado Mestre) incentivassem, de facto e explicitamente, a emigração desde 2011;
- Iguais motivos, quebra de actividade económica e austeridade, causaram a saída de contingentes consideráveis de imigrantes e a subsequente diminuição da saída de capitais do País.
Provavelmente arrependido da falsidade do ‘mito
urbano’, de que deveria envergonhar-se, Passos Coelho ou outro político da
coligação, governante ou deputado, deixaram de ter espaço de manobra para comemorar
o triunfo da melhoria da 'Balança de Pagamentos', via emigração. Fazê-lo, agravando o duplo preço da mentira,
seria reconhecer que a Economia Portuguesa, ao contrário do que Coelho, Portas
e outros governantes têm propagandeado, sofre de grave crise estrutural que os
anémicos crescimentos não disfarçam e que levou à debandada de mais 3 centenas de milhares de portugueses nos últimos 4 anos.
O governo da coligação, isso sim,
tem de reconhecer que as suas políticas e o zelo de austerismo levaram a decapitar
o País de segmentos de população capacitados para um modelo de desenvolvimento avançado,
do ponto de vista tecnológico e da inovação.
A notícia suscita-me uma
observação. A certa altura, no ‘Público’ lê-se:
“A tendência de crescimento parece
manter-se este ano, já que nos primeiros três meses (últimos dados
disponíveis), o saldo era positivo para Portugal em 664 milhões de euros (mais
14% face a idêntico período do ano passado).”
A este respeito, será de tomar em
conta a desvalorização
do Euro face ao Dólar, mais acentuadamente desde Janeiro de 2015, factor
que contribui para o aumento de montantes em Euros, mesmo que as remessas em
Dólares se mantivessem em igual valor. À semelhança da Economia, as Finanças Internacionais
não constituem um campo propício a linearidades de análises simplistas.
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