Saído da Arábia Saudita, o presidente norte-americano e comitiva dirigiram-se
para Israel. A visita ao Estado Judaico é sempre imperativa para um PR dos EUA. Obama
cumpriu essa regra, embora de forma fria e distante que imagens dele com
Benjamin Netanyahu testemunham. Donald Trump também obedeceu à norma, mas fê-lo
de forma calorosa.
A paz no Médio Oriente, em termos de espectáculo, também foi objecto de
acto do ‘medíocre ilusionista’ Trump. Deslocou-se a Belém, reunindo com Mahmoud
Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana (AP). Em resumo, ficou-se pela
simplista declaração de que é necessário um acordo de paz entre Israel e a AP. Antes
do assassinato de Yitzhak Rabin, este mesmo, o falecido Arafat e Bill Clinton não lograram
alcançar esse acordo em 1995. É difícil acreditar que Trump o atinja e até que esteja empenhado em promove-lo.
O que levou Donald Trump a Israel, no fundo, foi cumprir os desígnios da
maioria da comunidade judaica nos EUA, reafirmar a oposição firme ao Irão
(xiita) e, por fim e muito importante, satisfazer o ego e os interesses do
genro, Jared Kushner, e da filha preferida, Ivanka, judia convertida por conveniência.
Há, com efeito, aspectos relevantes na vida de Kushner que levam a pensar que,
nesta visita de Trump a Israel, outros desígnios predominaram, que não aqueles
de extinguir a miséria extrema de milhões de refugiados palestinianos ou de uma
solução de paz na região.
Vamos a factos!
- A família e o próprio Kushner são amigos de longa data de Benjamin Netanyahu. O PM israelita acompanhou o marido de Ivanka Trump, quando ele tinha dezassete anos, em viagem de jovens judeus a Auschwitz. Amigo do pai, Netanyahu pernoitou na casa da família e dormiu na cama de Jared Kushner. Ora, quando os laços de amizade são tão intensos, não me parece provável que Trump leve Netanyahu, homem do renascimento sionista, a negociar a paz com a AP. Para cúmulo das impossibilidades ou dificuldades de negociação, os palestinianos pretendem a retirada dos israelitas dos territórios ocupados após a guerra de 1967, bem como o desmantelamento de colonatos que registaram um incremento intenso nos últimos anos. Kushner apoiou financeiramente esta expansão.