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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Maria Luís Albuquerque, o Banco de Portugal e o BES

Não há nada no mundo que esteja melhor repartido do que a razão: toda a gente está convencida de que a tem de sobra.

René Descartes


O pedantismo, o comportamento arrogante e o embuste são, entre outros, os traços de personalidade da ministra das finanças, Maria Luís de Albuquerque.
Melhor do que eu, e mediante factos por ela protagonizados, Fernanda Câncio, no texto Tragédia entre-os-BES, começou por descrever a figurinha nos seguintes termos:
Maria Luís Albuquerque, a 27 de junho, no Parlamento: “Posso dar a garantia de que não vamos ter dinheiro dos contribuintes no BES. Estamos a acompanhar a situação há já largos meses. O Governo tudo tem feito.” M.L.A., a 7 de agosto, no Parlamento: “Os contribuintes receberão de volta o seu montante.” M.L.A., a 27 de junho, idem: “Quem toma as decisões é o Governo e ninguém mais.” M.L.A., a 7 de agosto, ibidem: “A decisão é tomada pelo regulador. Aconselho os senhores deputados a lerem a legislação.”
Elucidativa e autêntica a imagem focada de MLA neste trecho, como, aliás, até ao final do artigo.
O ‘Público’, hoje, divulga curiosa notícia sob o título “Discurso da ministra das Finanças gera mal-estar no Banco de Portugal”.
Com efeito, posicionando-se num patamar de autoritarismo, vergastou, sem dó nem piedade, nas estruturas do Banco de Portugal, elogiando o ex-companheiro de governo, o tal Rosalino da terra das queijadas da “Periquita” e um tal António Varela que, pelos vistos, é uma espécie de sábio insuperável em matéria de supervisão prudencial. Ambos foram nomeados administradores do BdP por MLA.
Quem se tramou com a estória foi o anterior supervisor prudencial, Pedro Duarte Neves, que, com o caso BES, somou o terceiro desaire depois do BPN e BPP – a tese do rufia do CDS, Nuno Melo, de concentrar a totalidade das responsabilidades em Constâncio em relação ao BPN, esfumou-se.
Todavia, um aspecto relevante de toda esta história é saber, também pela notícia do ‘Público’, o seguinte:
Há muito que os cidadãos sabem da regular falta de honestidade intelectual – e de outros géneros - dos políticos. O descaramento de MLA é mais um dos topetes em que os governantes são prolixos, não devendo estes últimos surpreender-se com o desprezo, reflectido em elevadíssimas abstenções, com que os cidadãos reagem. O custo da contrapartida é pesado para a democracia, ao proporcionar que Albuquerques e outros algozes se projectem nos areópagos cá dentro e lá fora. Sem mérito nem vergonha.
Que sina! 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Os políticos e o PIB trocista


O INE publicou os dados do PIB do 2.º T de 2014. Os resultados são insatisfatórios, conforme se demonstra:
  • O PIB aumentou de 0,6% em cadeia; isto é, da quebra de - 0,6% verificada no 1.º Trimestre.
  • A variação homóloga, relativa portanto ao 2.º T de 2013, fixou-se em 0,8%, abaixo, consequentemente, de 1,3% registado no trimestre precedente.
Certamente viciado na arrogância e no desprezo com que tratou trabalhadores - e desempregou umas dezenas - o homenzinho, como (des)governante, convence-se de estar a dirigir-se aos cidadãos deste País como de uma corja  de mentecaptos se tratasse.
A 'retoma económica', vista, apenas, por ele, pelos companheiros de (des)governo, pelos deputados da maioria e acólitos dos partidos no poder, é o mote que lhe serve de impulso para desancar em quem tem opiniões diferentes. Ou seja, aqueles, realistas, que vêm na austeridade, imposta pela 'troika', o percurso em sentido inverso ao que a Economia de Portugal e a manutenção do Estado Social necessitavam: o crescimento.
Se atentarmos nas principais justificações do INE para a queda do PIB - redução da procura interna com reflexos na quebra do investimento e desaceleração das exportações - facilmente se conclui que o comportamento económico desfavorável não é influenciado por acórdãos ou matérias em apreciação no Tribunal Constitucional, como alegava, em golpe de falácia, o emproado Luís Montenegro, líder de bancada do PSD.
O governo não acerta uma e corre uma vez mais o risco de falhar nas previsões do DEO de Maio passado (página 7, n.º 8), documento em que previa o crescimento do PIB de 1,2% em 2014. Todavia, MLA não está só no falhanço. Também a Comissão Europeia, nas previsões da Primavera, fazia previsão do PIB idêntica; e mais, dizia que a inflação cairia e aqui acertaram. Ignoro quanto, porque a percentagem não foi indicada; se essa mesma Comissão admitia que, durante 6 meses consecutivos, estivéssemos em situação de inflação negativa (- 0,9% em Julho-2014), podendo estar a caminho de um penoso processo de deflação. 
Uns eleitos, outros não eleitos, todos estes políticos se arrogam de destruir a vida de milhões de seres humanos. É a esta Europa que pertencemos, a do Euro, das dívidas crescentes e da destruição de históricos e legítimos direitos sociais.
É o nosso fado: o PIB, malvado, é trocista, desculpam-se eles.