sexta-feira, 21 de setembro de 2018

PGR: a luta perdida pelo "Expresso"


Percebeu-se desde ontem à noite que este destaque, do 'Expresso' do último Sábado, não era uma informação idónea e responsável aos leitores. 
O "Acordo à vista para manter a PGR" seria obviamente entre o PR e o PM. Sem o mínimo respeito por quem o compra e lê, o 'Expresso' mentiu, perdendo a luta que vinha a empreender com o objectivo da recondução de Joana Marques Vidal no cargo de PGR por mais seis anos - doze anos são muitos anos.
Expressei, neste 'post', a opinião desfavorável a duplos mandatos na PGR, como em outros cargos de nomeação política. Entendi, e continuo a entender, que a longevidade própria de sucessivos mandatos no poder judicial, político ou qualquer outro são lesivos dos princípios democráticos. Não caí, todavia, na tentação de defender qualquer outro nome, muito menos a nova PGR, Lucília Gago, personalidade que, de todo, desconhecia.
Centrei a minha crítica na manipulação a favor de Joana Marques Vidal feita por grande parte de órgãos de comunicação social, encontrando-se, entre estes, o 'Expresso' pela mão dessa prodigiosa personagem de plasticina, chamada Ricardo Costa. 
A comunicação social, neste como em outros temas, está vinculada à obrigação da imparcialidade em relação a actos de exercício dos poderes normais, legítimos e democráticos do PR e PM. Poderá e deverá, no caso, escrutinar a prestação de nomeados, mas jamais lançar campanhas a favor ou contra A, B, C, ou D.
Para além de lembrar que, em 2013, a própria Joana Marques Vidal admitiu o exercício de um único mandato por ser extenso, chamei a atenção para noite de azia de Ricardo Costa, no 'Expresso para a Meia-Noite' de 17-09-2018. Como não bastassem os argumentos de Marinho e Pinto e João Araújo a contrariá-lo, ouviu-se da boca de Raquel Alexandra, hoje 'Constitucionalista' e ex-jornalista da SIC, que embora a CRP não estabeleça a não renovação do mandato de seis anos para o cargo de PGR, a recondução significaria que, na prática, se estava a considerar que o mesmo seria vitalício e não temporário.
O 'Expresso' sai claramente derrotado desta novela e o seu director, Pedro Santos Guerreiro, também não fica isento da derrota, ao permitir o enganoso título.
De resto, espero dos senhores jornalistas integridade e respeito pelos princípios democráticos e da nova Procuradora-Geral da República acções que estanquem a caótica e imunda quebra continuada do segredo de justiça pela imprensa em geral e o CM em particular.

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