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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Portugal na mão do génio de Massamá

Passos Coelho, na Cimeira Europeia, esteve calado e quietinho. Nem Monti ou Rajoy lhe deram espaço para expressar o apoio a Merkel. A chancelerina, educada e formada na férrea Alemanha Oriental de Honecker, é uma líder produzida na prepotência, na germanofilia comunista e em comportamentos autocráticos, cuja ‘História Europeia’ regista de forma clara e inequívoca. O génio de Massamá ouviu, calou-se e desviou-se para o desastre nacional.
Coelho, célere na demagogia e na luta do poder pelo poder, virou o discurso para o que se passa em solo português e enveredou pela propaganda:
[…] os dados das contas nacionais hoje conhecidos confirmam as más notícias que já eram conhecidas. No entanto, Passos Coelho diz que números mostram também que o ajustamento está a ser bem sucedido.
Fez estas afirmações com a maior das naturalidades. Como fossem de somenos os gravosos desvios das previsões de Gaspar – -7,9% de défice contra -4,5% estimados para o final do ano. Está em causa um défice de 3.217 milhões de euros, causado justamente pelas políticas recessivas do actual governo.
Não me voltem a falar do Sócrates. Falemos do presente, do trágico futuro que nos espera e das desumanas políticas do actual governo que hoje, na Covilhã, foram objecto de contestação popular junto do Álvaro. Há uns tempos o vermelho era exclusivo do hoje desertificado Alentejo. Agora é em Guimarães, Póvoa de Varzim, Guarda, Castro Daire, Cova da Beira, no Terreiro do Paço que a revolta se expande e manifesta. Naturalmente porque o governo e PR são, de facto, de uma espécie de políticos que o povo rejeita e abomina.

Cimeira Europeia: Espanha e Itália vencem

Os Vencidos
Os vencidos
Este fim-de-semana, na Europa, é o tempo de duplas hispano-italianas. No futebol do Euro 2012 e na política da ‘Zona Euro’.
Na cimeira europeia, de que o eixo franco-alemão era pesporrente directório, uma cúmplice rebeldia de Rajoy e Monti afrontou Merkel e Hollande. O pacto de crescimento discutido, com cinismo e euforia, pelos quatro líderes há dias, em Itália, só foi assinado após Rajoy e Monti terem garantido condições favoráveis de financiamento pelo FEEF e MES e outras benesses, das quais se destacam:
  • Utilização de fundos dos citados FEEF e MES para comprar dívida pública dos dois países, a fim de fazer baixar as taxas de juro exigidas pelos mercados.
  • Embora subscrevam memorandos de entendimento, Espanha e Itália não ficam submetidos a programas de austeridade idênticos aos de Grécia, Portugal e Irlanda, nem a avaliações por parte da ‘troika’ (FMI, BCE e CE).
Complementarmente, Rajoy defendeu a recapitalização directa dos bancos, sem implicações no agravamento da dívida pública.
No levantar do arraial de cada cimeira, e em especial no tocante aos 17 países da ‘Zona Euro’, é comum ouvir políticos e alguns comentadores simpatizantes das incongruências saudarem, muito satisfeitos, os acordos estabelecidos.
Nesta cimeira, o desfecho afinou-se pelos paradigmas desse habitual festim. Entretanto, e sem que isso tenha importância, foram destruídos mais uns restos da coesão económica, social e territorial do famoso Tratado de Maastricht.
A tendência para fragmentar a Europa, segundo critérios segregativos, voltou à ribalta. Aos mais fortes, Espanha e Itália neste caso, suavizam-se as regras; à escumalha, Grécia, Portugal e Irlanda, aplicam-se as penitências mais duras. Mesmo que os povos sofram até sangrar a última gota.
Nesta Europa, neste ‘euro, nesta mixórdia de remendos atrás de remendos, não acredito! O tempo dar-me-á razão. Estou convicto. Um dia, sem nos apercebermos, acordaremos surpreendidos, porque o muro se desmoronou.