Desfrutar da liberdade de circular em espaços limpos de “partidarites”, “clubites” e da influência de grupos de vida e hábitos burlescos é, de facto, um bem inestimável. De preservação obrigatória. Basta estar ciente dos direitos legítimos a esse espaço e ter o engenho de utilizar a porção de inteligência que, a cada um de nós, coube em sorte. Pouca que seja.
Quem sabe fruir de tal benefício liberta-se da subjugação e manipulação de campanhas de imbecilidade que, por mecanismos bem oleados por uns e gozados e tolerados por outros, mancham a vida pública, no plano regional e nacional.
Posso ser mais claro? Nunca o PSD no todo ou fatiado ou ainda gente que lhe é afecta me mereceram particular admiração. Todavia, há episódios que me forçam a não pactuar com certas atitudes, em defesa daquilo que são inalienáveis valores e referências do civismo.
Tudo isto vem a propósito de, em publicação de distribuição gratuita destinada a promover os restaurantes do Porto, ter sido impressa uma capa ilustrada com um rotundo “Rio és um FDP”, como a imagem documenta. Rio é Rui e presidente da câmara da cidade.
Sem procuração de defesa de rios, afluentes ou efluentes, ribeiros ou outros cursos de água, e com desdém por promiscuidades clubísticas e futebolísticas omnipresentes na vida sócio-política portuguesa, confesso grande indignação perante a imbecilidade do ‘Porto Menu’, assim se chama a publicação, que, por culpa própria, se transformou em ‘Porto Merdu’.
Enfim, coisas reles mas vulgares no País onde nasci – por erro histórico-geográfico, como dizia um amigo meu – e que tenho de deglutir até que o corpo e a alma se esfumem.
Somos campeões da imbecilidade, sem dúvida. “Benha um copo, carago!”