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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A denúncia cortante do ‘Der Spiegel’

Os jornalistas domésticos, deste pequeno rectângulo, dedicam-se, na escrita, a um entretinimento de míopes e interesseiros. Raramente ultrapassam figuras e episódios de âmbito nacional, em textos críticos ou laudatórios em função de benefícios próprios, sectarismos e promiscuidades a que estão vinculados. Claro que este diagnóstico não tem dimensão totalitária, mas o objecto é suficientemente prevalecente, para o sentirmos chocante.
Da falta de ética, a par de outras, no desempenho de cargos políticos, eis dois parágrafos extraídos do jornal ‘Público’ de hoje:
e
Em contraste, no ‘Der Spiegel’, em denúncia cortante do capitalismo actual, e reflectindo uma visão ampla, global, que a maioria dos nossos jornalistas, míopes e enviesados, se revela incapaz sequer de vislumbrar, é possível ler o seguinte artigo:
“O Sistema Zombie: como o capitalismo tem saído fora dos trilhos
Seis anos após o desastre do Lehman, o mundo industrializado está a sofrer da síndrome do Japão. Crescimento é mínimo, um outro acidente pode ser uma cerveja e o fosso entre ricos e pobres continua a aumentar. A economia global pode ser reinventada?
Um novo chavão está a circular nos centros de convenções e auditórios do mundo. Pode ser ouvida no Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça e na reunião anual do Fundo Monetário Internacional. Banqueiros polvilham-no nas apresentações; políticos usam-no para deixar uma impressão em painéis de discussão.
O termo está agora mesmo a ser usado em reuniões de carácter mais exclusivo, como foi o caso em Londres em Maio. Alguns 250 ricos e mesmo indivíduos extremamente ricos, do Presidente do Google Eric Schmidt ao CEO da Unilever Paul Polman, reuniram-se num Castelo Venerado no Rio Tamisa, a lamentar o facto de, no capitalismo de hoje, haver muito pouco para a esquerda diminuta e para as classes de rendimentos mais baixos. O ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, denunciou falhas com a “distribuição desigual de oportunidades,” enquanto a Directora Geral do FMI, Christine Lagarde, foi crítica em relação aos numerosos escândalos financeiros. A anfitriã da reunião, investidora e herdeira de banco Lynn Forester de Rothschild, disse que estava preocupada com a coesão social, constatando que os cidadãos tinham “perdido a confiança nos seus governos.”
[…]
Esta é apenas uma tradução parcial. Quem pretender completar a leitura, pode aceder a este ‘site’.
Sabemos que, das individualidades citadas no texto, algumas são contraditórias entre a acção e as ideias que dizem defender. Christine Lagarde é um caso flagrante, a meu ver. Mas fica registado que a desigualdade na distribuição dos rendimentos, na actualidade, é também considerada como factor de destruição do sistema capitalismo da pós-modernidade, no parecer de alguns dos mais ricos do mundo.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Que porca de vida a nossa!

relatório da OCDE
Fonte: Jornal ‘Público’
A OCDE publicou um relatório de indicadores do bem-estar em 36 Países. Portugal, ficou qualificado no 29.º lugar. Poderia ser pior, considerará a tradicional resignação lusa. Um assomo de consolação não é sequer despropositado, diriam. Se olharmos em frente, vemos 28 melhores do que nós; mas, observando a retaguarda, há 7 países desgraçados bem piores.
Dos indicadores utilizados, é na ‘satisfação com a vida’ que nos revelamos abatidos, tristes e piegas. Caso para desabafar: “Que porca de vida a nossa!”. Resignemo-nos. É a vida.
No entanto, lido friamente o relatório, há, de facto, motivos  para satisfação, apreensão, resignação, alegria e descontentamento. Depende do tema.
Na esperança de vida, estamos nos 80 anos (83 nas mulheres e 77 nos homens). É bom (satisfação), faltando saber se as políticas de Paulo Macedo não vão começar a matar-nos mais cedo (apreensão). O rendimento por pessoa são cerca de 83,5% do valor médio da OCDE (resignação), mas com a particularidade de 20% dos portugueses de topo (alegria deles) auferirem 6 vezes mais do que os 20% que menos recebem (descontentamento dos pobres).
Mas há mais razões para ser compassivos com nós próprios, como manda a tradição judaico-cristã.  A própria OCDE, à parte do relatório, anunciou para Portugal: ‘Desemprego e défices mais altos podem levar as mais medidas’… de austeridade, claro.
Repetimos: “Que porca de vida a nossa!”. Há que mudar de vida e, para isso, arrasar o governo e o estilo de lacraus que há mais 30 anos governam o País.