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quinta-feira, 31 de julho de 2014

O BES e Banca Internacional – da degeneração à punição dos povos

Carlos Costa, do BdP, mistificou a situação do BES. Em sede de ‘comissão própria’ na AR e na balela impingida a António José Seguro. O socialista saiu, lembre-se, feliz da audiência que o governador do BdP lhe concedeu para o tranquilizar sobre as condições do BES, citando a tal almofada para sobreviver às dificuldades financeiras.
Hoje, Seguro, incrédulo, sente-se ludibriado por Carlos Costa – nas adversidades do ainda líder do PS, há sempre um Costa a azedar-lhe o caldo político. “Que mal fiz eu aos ‘Costas’?”, interrogar-se-á. Da colecção de vídeos, já retirou e colocou no lixo o ‘Costa do Castelo’ e lá foram à vida os desempenhos de António Silva e dos restantes elementos do elenco, no qual, curiosamente, não existia ninguém com o apelido Costa.    
Diferentemente da informação do governador do BdP, e valha a verdade que Carlos Tavares da CMVM foi mais assertivo e rigoroso no depoimento, acabou de saber-se ao final do dia de hoje que os resultados do 1.º semestre do BES atingiram 3.577 M de €, ou seja, 2,11% do PIB português em 2013 (estamos a medir um resultado semestral com uma variável anual).
Quem teve a culpa? Salgado e os seus homens de mão, presume-se. Todavia, e é o próprio FMI que o diz, houve falhas na supervisão do BdP. Todavia, acrescento: isso é verdade, mas a instituição dirigida pela Madame Lagarde pretende iludir a opinião pública com a omissão de que a ‘troika’, composta pelo seu FMI, a CE de Barroso, e o BCE de Draghi andaram por cá três anos e nada detectaram ou, possivelmente, viram e assobiaram para o ar. Os 6,4 mil milhões de euros € ainda existentes no BdP para recapitalização pública têm custado juros aos contribuintes, ou seja, ao povo.
Contudo, os desmandos e descalabros da Banca não se esgotam em Portugal (BPP, BPN, BCP e agora BES). Desde a falência do Lehman Brothers nos EUA em 2007 a onda de choque propagou-se no mundo, em especial na Europa.
No presente, os bancos austríacos, em primeiro lugar, e seguidamente os suecos, franceses e italianos estão em vias de sofrer pesadas consequências das sanções europeias contra a Rússia. A notícia foi divulgada pela Bloomberg e no título e 1.º parágrafo pode ler-se:
[…]
O caso BES, a despeito de condições específicas, integra-se nesta vasta pandemia da banca internacional, considerada argumento falacioso para os programas de austeridade, como demonstra João Cravinho em “A Dívida Pública Portuguesa”. Se não houvesse dimensão internacional até no processo BES / GES que sentido faria referir-se o Panamá, os EUA, o Luxemburgo e ‘la Banque Privée’ da Suiça, entre outros.
Trata-se, de facto, de um processo degenerativo do sistema financeira internacional, a que a complacência de políticos, sistemas de corrupção e abjectos poderes tipo ‘Goldman Sachs’ confluem no sentido de fazer subsistir uma crise que os povos lesados não causaram, mas pagam.

quinta-feira, 6 de março de 2014

A frágil e desunida Europa face à Rússia

A recente obsessão para valer à Ucrânia de parte dirigentes da UE, incluindo o nosso José Manuel, é grave erro político, por diversos motivos, uns mais debatidos do que outros. Observe-se o elenco de algumas realidades mais óbvias, em meu entender:
(1) A integração da Ucrânia na UE, ou mesmo um simples convénio económico, é um objectivo irracional, devido à situação degradada do país, ilustrada pelo gráfico e outros dados publicados por ‘The Economist’:
ukraine
A Ucrânia, devido à destruição do aparelho produtivo, à economia paralela (50% do PIB) e à corrupção, desde há anos que se confronta com uma situação económico-financeira muito complexa. O PIB caiu 15% em 2009, as reservas financeiras foram drasticamente reduzidas e o endividamento externo, 15.000 milhões de empréstimos do FMI p.e., subiu. Beneficia de preços especiais no fornecimento de gás natural pela Rússia.
(2) Tenha-se em consideração que a própria UE, e as suas infra-estruturas, CE e BCE, mais vocacionadas para ajuda a países em dificuldades, são incoerentes na acção com objectivos de coesão no seio da União, por influência do directório alemão. Associado à falta de capacidade em relação países em crise do Sul – Espanha, Grécia, Itália e Portugal -“comprar” um conflito com a Rússia a troco da intromissão em dificuldades políticas e financeiras de um país externo é um acto de aventureirismo e irracionalidade. sem limites.
(3) Do ponto de vista militar, a UE tem nula capacidade, restando-lhe apenas a NATO para o dinamarquês Rasmussen cumprir as directivas dos EUA que, neste como em outros casos, divergem dos interesses europeus.
(4) Nas diversas reuniões havidas em Paris, no campo diplomático, os países do Centro-Norte, Alemanha (22 mil milhões de euros investidos na Rússia), França (a ‘Renault’, com 75% do capital, é a maior accionista do primeiro fabricante russo de automóveis) e o Reino Unido, onde na ‘city’, e em outras zonas londrinas existem 70 empresas de hidrocarbonetos russas, assim como bancos e o Sr. Abramovich, patrão de Mourinho e amigo de Putin.
É neste cenário e perante a aplicação de sanções à Rússia que Merkel, Hollande e outros receiam as ‘contra-sanções’ do regime de Putin. Da retaliação, a UE sairia certamente perdedora. É exactamente por prever este desfecho que há divisões de opinião entre os líderes da desunida União, com a chanceler alemã e outros a defender mediação em vez de sanções.
A Crimeia é um problema histórico e muito complicado que, ao invés de ajudar, mais contraria as veleidades de certos políticos europeus. Da população, 58,5% dizem-se de etnia russa, 22,4% de ucranianos e 12,5% de tártaros. O que se pode esperar disto? A adesão da Crimeia à Federação Russa, não se prestando a haver resultados congéneres ao Iraque, para os quais o José Manuel, embora servindo chá a Bush, Blair e Aznar, contribuiu e foi premiado com a presidência da CE.