Carlos Costa, do BdP, mistificou
a situação do BES. Em sede de ‘comissão própria’ na AR e na balela impingida a
António José Seguro. O socialista saiu, lembre-se, feliz da audiência que o
governador do BdP lhe concedeu para o tranquilizar sobre as condições do BES,
citando a tal almofada para sobreviver às dificuldades financeiras.
Hoje, Seguro, incrédulo, sente-se
ludibriado por Carlos Costa – nas adversidades do ainda líder do PS, há sempre
um Costa a azedar-lhe o caldo político. “Que mal fiz eu aos ‘Costas’?”,
interrogar-se-á. Da colecção de vídeos, já retirou e colocou no lixo o ‘Costa do Castelo’ e
lá foram à vida os desempenhos de António Silva e dos restantes elementos do
elenco, no qual, curiosamente, não existia ninguém com o apelido Costa.
Diferentemente da informação do
governador do BdP, e valha a verdade que Carlos Tavares da CMVM foi mais assertivo
e rigoroso no depoimento, acabou de saber-se ao final do dia de hoje que os
resultados do 1.º semestre do BES atingiram 3.577 M de €, ou seja, 2,11% do
PIB português em 2013 (estamos a medir um resultado semestral com uma variável
anual).
Quem teve a culpa? Salgado e os
seus homens de mão, presume-se. Todavia, e é o próprio FMI que o diz, houve
falhas na supervisão do BdP. Todavia, acrescento: isso é verdade, mas a
instituição dirigida pela Madame Lagarde pretende iludir a opinião pública com
a omissão de que a ‘troika’, composta pelo seu FMI, a CE de Barroso, e o BCE de
Draghi andaram por cá três anos e nada detectaram ou, possivelmente, viram e
assobiaram para o ar. Os 6,4 mil milhões de euros € ainda existentes no BdP
para recapitalização pública têm custado juros aos contribuintes, ou seja, ao
povo.
Contudo, os desmandos e
descalabros da Banca não se esgotam em Portugal (BPP, BPN, BCP e agora BES).
Desde a falência do Lehman Brothers nos EUA em 2007 a onda de choque
propagou-se no mundo, em especial na Europa.
No presente, os bancos
austríacos, em primeiro lugar, e seguidamente os suecos, franceses e italianos
estão em vias de sofrer pesadas consequências das sanções europeias contra a
Rússia. A notícia foi divulgada pela Bloomberg e no título e 1.º parágrafo pode
ler-se:
[…]
O caso BES, a despeito de condições
específicas, integra-se nesta vasta pandemia da banca internacional,
considerada argumento falacioso para os programas de austeridade, como
demonstra João Cravinho em “A Dívida
Pública Portuguesa”. Se não houvesse dimensão internacional até no processo
BES / GES que sentido faria referir-se o Panamá, os EUA, o Luxemburgo e ‘la
Banque Privée’ da Suiça, entre outros.
Trata-se, de facto, de um
processo degenerativo do sistema financeira internacional, a que a complacência
de políticos, sistemas de corrupção e abjectos poderes tipo ‘Goldman Sachs’ confluem
no sentido de fazer subsistir uma crise que os povos lesados não causaram, mas
pagam.
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