A respeito da escolha do Deutsche
Bank para funções de “aconselhamento
financeiro na reavaliação das contas do banco e na sua reestruturação” do
BES já ouvi diversas conjecturas e nenhuma me parece despropositada; eis alguns
exemplos:
- · Os métodos e critérios de selecção não foram publicamente divulgados, em respeito pelos direitos dos cidadãos à informação e às regras impostas pelo interesse nacional – lembre-se que não está de todo excluída a recapitalização do BES através de verba a retirar do saldo de 6,4 mil milhões ainda subsistente no BdP e cujos juros+comissões oneram as ‘contas públicas’ e consequentemente os contribuintes.
- · É clara demonstração de um expediente de Vítor Bento, para suprir a incapacidade técnica dos serviços internos, CA incluído, para realizar o trabalho adjudicado ao banco alemão.
- · Idêntico juízo, falta de confiança, é formalizado sobre a hipótese de escolha de sociedades de autoria presentes em Portugal e de reputação mundial (KPMG, Deloitte ou Pricewaterhouse Coopers, entre outras).
- · Menos frequentemente, ouvi igualmente que a selecção do Deutsche Bank pelo BES do Bento foi uma opção para ser agradável à chanceler Merkel, ao novo presidente da CE, o luxemburguês Juncker, e demais personalidades determinantes nas medidas políticas do Eurogrupo.
Enfim, ouvindo tudo isto e muito
mais, não deixei eu próprio de ficar perplexo quanto à forma célere e
inexplicada como o banco germânico foi seleccionado.
Longe de procurar a razão lógica
da escolha, eis que através do ‘Jornal de Negócios’ sou tolhido pelo seguinte título:
“Reserva
Federal detecta problemas nas contas do Deutsche Bank”; no corpo da
notícia, entre o mais, pode ler-se:
“A Reserva Federal de Nova Iorque levou a
cabo uma análise às operações do Deutsche Bank nos EUA e identificou alguns
problemas, classificando os seus relatórios financeiros de "imprecisos e
não confiáveis".
A complementar, o
Wall Street Journal publica uma notícia, assim titulada:
“O Administrador Financeiro do Deutsche Bank
Enfrenta Pressões Após a Divulgação de Relatório Financeiro”.
Confesso que, reflectindo sobre
toda esta matéria, ocorre-me a habitual máxima usada na ‘área da saúde’: “quanto mais o doente sabe, mais sofre”.
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