São raros e curtos os momentos em
que assisto a programas da Helena Matos na TV; sucede apenas por deslize de ‘zapping’
ou selecção de alguém do clã caseiro.
Notara há muito, todavia, que a Matos
tinha um tom de voz e um linguajar especiais – a minha filha mais nova diz-me
sempre que é ‘voz de tia’, desse género de mulheres de cabeça oca e de conversa
frívola muito comuns na linha de Cascais, autoconvencidas do estatuto de gente
de imensa cultura… imensa, imensa, imensa!
O Miguel Esteves Cardoso diria
imediatamente tratar-se de voz de alforreca. Todavia, em respeito pela autoria
do título
deste texto da Matos, prefiro a alternativa de ‘voz da hemeroteca’.
Helena Matos leu, soletrou até, e
absorveu sete parágrafos de um artigo de Elias
Choen, no ‘site’: http://www.libertaddigital.com/opinion/elias-cohen/los-muertos-palestinos-que-no-interesan-72997/
e tratou de pespegar esses parágrafos no ‘Blasfémias’ e ‘post’ feito… e fala de
hemeroteca, ludibriando os leitores. Nem sequer de um único jornal se trata. Apenas
de fragmentos de um artigo cujo autor de apelido (Choen) é certamente judeu, ou
pelo menos pró-Israel, e anti palestiniano declarado. Basta ler.
A prepotência com que foi imposta
aos palestinianos a retirada de territórios para criação do Estado de Israel em
1947, a guerra dos 6 dias e ocupação da faixa de Gaza para a expansiva
construção de colonatos serão factos históricos irrelevantes?
Todos os conflitos na região,
mesmo entre os radicais do Hamas e a moderada Al Fatah, emanam da ocupação da
pátria palestiniana e da generalizada permissividade em relação aos desmandos dos
poderes de Israel.
Usar o argumento da violência em confrontos
entre palestinianos, os acontecimentos da Síria, a guerra no Líbano não é forma
honesta da quem quer que seja, para branquear o ‘pogrom’ em curso na faixa de
Gaza, com o assassinato de centenas de crianças, mulheres e homens e a destruição
de bens. Tudo por ordem do facínora Netanyahu e sob a conivência do hipócrita Shimon
Peres.
A violência, em qualquer
circunstância, é dos mais reprováveis comportamentos humanos. Independentemente
de quem o promova ou pratique. Que a Helena Matos não o entenda, é natural. Que
Obama e outros líderes mundiais não actuem para sossegar Gaza e mandarem
retirar os judeus é criminoso; ou por outra, continua a ser criminoso
porque, entre o petróleo e a vida humana, outras paragens são as preferidas por
tais líderes. E a Líbia como está? A ferro e fogo, mas recomenda-se silêncio.
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