Taxas e taxinhas constituíram o tema
com que Pires de Lima eternizou uma das mais ridículas intervenções de um
governante na Assembleia da República.
Dir-lhe-ia, se o encontrasse, que existem
taxas e taxinhas para todos os gostos e leituras. Algumas, estou certo, o
ministro da economia detesta e, ao aperceber-se delas, assobia para o lado. É o
caso, certamente, dos números da ‘Produção Industrial’, referidos, por exemplo,
no ‘Jornal
de Negócios’, relativamente a Novembro-2014.
Todos os valores componentes
dessa estatística revelam uma quebra global de – 0,2%, com referência a Outubro,
que já havia sido mês de estagnação. Nada melhor que citar a fonte, o INE,
e transcrever o texto inicial que, em PDF, é publicado hoje pelo Instituto
citado:
“Índice
de Produção Industrial (*) registou variação homóloga negativa
O índice de produção industrial apresentou
uma variação homóloga de -2,0%, em Novembro (variação nula em Outubro). A
secção das Indústrias Transformadoras registou uma variação homóloga de -3,1%
(-0,5% no mês anterior).
Variação homóloga
O índice de produção industrial situou-se,
em Novembro, em 93,7, o que corresponde a uma variação homóloga de -2,0%, 2,0
pontos percentuais (p.p.) inferior à observada em Outubro.
Todos os agrupamentos apresentaram taxas de variação
inferiores às observadas em Outubro, destacando-se os contributos negativos dos
agrupamentos de Bens de Consumo e de Bens Intermédios (-2,0 p.p. e -0,9 p.p.,
respectivamente) que superaram os contributos positivos dos agrupamentos de
Bens de Investimento e de Energia (0,1 p.p. e 0,8 p.p., pela mesma ordem). As
variações homólogas dos dois primeiros agrupamentos fixaram-se em -6,2% e -2,5%
(-4,1% e -1,8% em Outubro) e as dos dois últimos situaram-se em 0,7% e 4,9%
(4,1% e 8,5 no mês anterior).”
Para um governo que, com especial
destaque para o PM, Coelho, e subordinados ministros, incluindo o Pires, iniciou
uma luta eleitoral a um ano de distância, começou um longo período de
proeminência de auto-elogios do desempenho económico do País; para esse
governo, dizia, é um doloroso desmentido que a Economia Real do País lhe
oferece.
A austeridade, cuja continuidade
o governo actual defende com intenso empenho, não é, de facto, o caminho para
Portugal e para a Europa. Olhe- se e reflicta-se com redobrada a atenção sobre
o que se passa na Grécia (Syriza), Espanha (Podemos), à esquerda, ou em França,
a Frente Nacional, à direita, para se perceber que a Área do Euro, se não está
ameaçada de morte, iniciou há tempo suficiente um estado de morbidez cujo
desfecho se desconhece: morte ou reabilitação? Esta última, creio convictamente,
jamais terá probabilidades de ser alcançada com as políticas e ilusórias
promessas do nefasto Juncker (o herói do ‘Luxleaks).
Do ‘suspense’ deste filme
dramático, veremos que solução haverá para 78 milhões de desempregados da UE e
de múltiplas desgraças que atingem os povos do Velho Continente.
(Adenda: tomei a liberdade de alterar o texto do INE nos termos em que
este usou o AO de 1990.)
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