Ontem caiu-me este vídeo no 'Facebook'. Aceito haver no conteúdo expressões ousadas. Talvez mesmo demasiado ousadas. Naturalmente alguma parte da audiência contestará a publicação em blogue.
Divulgá-lo ou não foi um complicado dilema. Todavia, ao fim de algum tempo, decidi avançar e eis a entrevista que me divertiu imenso, extraída do 'Youtube'.
Aqui para os meus lados, mais a mais, está um dia bastante nublado, acentuando o tom plúmbeo deste País entristecido, que me desagrada.
O último dos nossos comediantes a sério, Herman José, deixou-se estigmatizar por modelos tautológicos e evaporou-se. Optou mesmo por certo mimetismo em relação ao formato e estilo do Jô. Mas, diz o povo, cada um é para o que nasce, e Jô Soares é ele próprio, dotado de talento e de enorme capacidade de comunicação e humor, sob uma suavidade sublime. Consegue provocar, com meia dúzia de palavras, a explosão de riso do público - a última vez que vi o Jô actuar ao vivo em Lisboa foi na representação de um monólogo, no CCB (em Fevereiro de 2005). Excelente desempenho!
Portugal, já de si, é um país onde os sisudos dominam. De facto, não tem, na actualidade, um comediante digno dessa qualificação. Lembro-me, ao vivo ou em filme, do Vasco Santana, do António Silva, do Humberto Madeira, do José Viana, do Raul Solnado, da Ivone Silva; de Herman, Maria Rueff e Ana Bola que vão subsistindo; os 'Gatos Fedorentos' ludibriaram-nos, jamais foram comediantes.
(Adenda: aos que reprovarem as imagens e o diálogo do vídeo, as minhas desculpas antecipadas.)
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