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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O princípio de distante e triste fim

"O princípio do fim" tornou-se uma espécie de slogan do governo, propalado pelo PM, Passos Coelho, e pelo Ministro das Finanças. Dizem eles que 2012 marcará "o princípio do fim da crise", sem, contudo, se comprometerem tão explicitamente com o ano do fim. Não sabem e escusam-se a empolar a incapacidade de previsão revelada.
O jornal "i", para suprir falhas e contradições da comunicação do governo, elenca um série de cortes em despesa pública programados para 2012. Atingirão os 4 mil milhões de euros, segundo a notícia.
Todavia, sem datar o fim, a meu ver penosamente distante e triste, Gaspar, diz o jornal, em 2013 ainda manterá duras medidas de cortes na Administração Central (500 milhões), Saúde (375 milhões) e Educação (175 milhões).
Conheço o conto 'A Eterna Noiva'. Viveu iludida por constante promessa de matrimónio feliz e breve. Infeliz, envelheceu e faleceu em eterno noivado. "O princípio do fim", propagandeado pelo governo, é também um géneri de promessa de felicidade, insinuada como próxima, mas sem desfecho feliz à vista.
A listagem de despesas a cortar, publicada pelo "i", é uma espécie de lembrete das condições do memorando da troika, a cujo cumprimento o governo está vinculado; condições essas que, aqui e acolá, quando está com o apetite de abocanhar em força, o governo zelosamente excede.
Segundo as últimas previsões, o cenário internacional, marcado pela crise do euro, ainda tornará mais complexas as metas do governo de sustentar parte substantiva da actividade económica nas exportações.
Internamente, com congelamento e corte de pensões, congelamento e corte de salários dos excedentários na função pública, aumentos do IVA e outras medidas do género, 2012 será certamente um ano muito recessivo. Vamos a caminho da Grécia, o triste fim está lá. Entramos pelo Pireu, sempre é mais calma e não está longe de Atenas.  

domingo, 4 de setembro de 2011

Quanto vai do princípio ao fim?

Do princípio ao fim, nem sempre é uma distância fácil de predizer. Depende do que pretendemos medir e, se a grandeza for de natureza imaterial e volátil como o conceito de emergência, a missão ainda mais difícil se torna. Não há ciência nem arte que valha a uma previsão rigorosa deste tipo; muito menos num País, pequeno e frágil, subordinado a poderosas forças exógenas endógenas quase invencíveis. Ainda para mais no caso da acção política ser desempenhada por agentes políticos, traidores constantes dos compromissos e intenções manifestados perante os cidadãos. Passos Coelho é um deles e já o provou à exaustão com as decisões sobre impostos em geral e a retenção de parte do subsídio de Natal que negou à jovem da Escola do Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria, em tempos de campanha eleitoral.
Por tudo isto e muito mais do que se percebe das confusas comunicações de vários ministros, Álvaro Santos Pereira e Vítor Gaspar em especial, por que razão haveríamos de fazer fé nestas promessas de Pedro Passos Coelho? E é caso para lhe perguntar: "Que distância exacta vai do princípio ao fim?".
Mas atenção, ele está a falar de "princípio e fim do plano de emergência" e ficamos sem saber que raio de coisa será essa em termos de justiça social, distribuição de rendimentos, políticas de emprego, descongelamentos de salários e da criação de um ambiente macroeconómico que, de facto, permita ao tecido produtivo português e aos portugueses produzir e consumir dentro de padrões que o Século XXI está a fazer regredir. Aqui, como por esse mundo fora.
Os jovens do efémero curso - para alguns compensador a prazo - ouviram o grande líder na Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide. Porventura, muitos ficaram enfeitiçados pelas palavras de Passos Coelho. Foi uma burlesca manipulação política, vendida como lição. Coitados deles e... de nós também.