Do princípio ao fim, nem sempre é uma distância fácil de predizer. Depende do que pretendemos medir e, se a grandeza for de natureza imaterial e volátil como o conceito de emergência, a missão ainda mais difícil se torna. Não há ciência nem arte que valha a uma previsão rigorosa deste tipo; muito menos num País, pequeno e frágil, subordinado a poderosas forças exógenas endógenas quase invencíveis. Ainda para mais no caso da acção política ser desempenhada por agentes políticos, traidores constantes dos compromissos e intenções manifestados perante os cidadãos. Passos Coelho é um deles e já o provou à exaustão com as decisões sobre impostos em geral e a retenção de parte do subsídio de Natal que negou à jovem da Escola do Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria, em tempos de campanha eleitoral.
Por tudo isto e muito mais do que se percebe das confusas comunicações de vários ministros, Álvaro Santos Pereira e Vítor Gaspar em especial, por que razão haveríamos de fazer fé nestas promessas de Pedro Passos Coelho? E é caso para lhe perguntar: "Que distância exacta vai do princípio ao fim?".
Mas atenção, ele está a falar de "princípio e fim do plano de emergência" e ficamos sem saber que raio de coisa será essa em termos de justiça social, distribuição de rendimentos, políticas de emprego, descongelamentos de salários e da criação de um ambiente macroeconómico que, de facto, permita ao tecido produtivo português e aos portugueses produzir e consumir dentro de padrões que o Século XXI está a fazer regredir. Aqui, como por esse mundo fora.
Os jovens do efémero curso - para alguns compensador a prazo - ouviram o grande líder na Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide. Porventura, muitos ficaram enfeitiçados pelas palavras de Passos Coelho. Foi uma burlesca manipulação política, vendida como lição. Coitados deles e... de nós também.
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