Paul Krugman escrevia ontem no New York Times um artigo sob o título 'A viagem para a morte da zona euro'. Do texto, realço parte elucidativa em que o autor resume as características e a dimensão da crise do euro nos seguintes termos:
Obama, no mesmo estilo, também acusou a Europa de assustar o mundo com a crise. Ainda que os EUA pouco tenham trabalhado em transformações profundas do 'sistema financeiro mundial', das regras da 'Organização Mundial do Comércio' (OMC) e dos poderes, de facto, conferidos à Organização Internacional do Trabalho (OIT), o presidente norte-americano acaba por estar certo, apenas por uma razão: os líderes europeus são bastante piores e nem sequer têm a capacidade para gerir os problemas internos de duas causas, a UE e em especial a Zona Euro.
Postergados Barroso e Van Rompuy, tem competido à activa dupla franco-alemã, Sarkozy e Merkel, a gestão das falsas promessas, dos silêncios, das farsas e das ameaças à soberania de outros Estados-Membros.
Do par, Merkel é quem mais ordena. Todavia, e a despeito da imagem com que se apresenta, quem vai, de facto, mandar é o Parlamento da Alemanha no dia 29, depois de amanhã, ao decidir se, sim ou não, a Grécia deve ser apoiada. Segundo alguns, a ajuda deveria incluir o perdão de 50% da dívida.
Resta também saber se, de facto, os interesses eleitoralistas dos partidos alemães se traduzirão em factor determinante. Se assim for, então os Liberais, coligados no governo de Merkel, vítimas de quebras de votos acentuadas nas eleições, em eventual aliança com o CSU, dirão não à Grécia. E, dizendo não à Grécia, disseminam o agudizar da crise por países detentores do PIB de cerca de um terço da Zona Euro, cuja morte é assim prevista e bem por Paul Krugman.
Apenas uma breve observação. O sector bancário europeu está falido. Nem os disfarces o conseguem esconder. Qual bomba incendiária em célere e errática propagação, a população europeia vai regredir ainda mais no modelo civilizacional a que se catapultou. O mundo, todo ele, também sofrerá.
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