Os fins justificam os meios é uma histórica proposição de Nicolau Maquiavel. Há um largo consenso em classificá-la como um princípio filosófico arrasador da ética e da moral inalienáveis nas relações inter e intra-sociedades. Sobretudo, no exercício da acção política própria da convivência democrática, cujo zelo obrigatório e íntegro pelos direitos humanos é imperativo.
Pois é, deveria ser assim, mas há muito que não é. Existem bastas provas. Notícias do tipo:
Blair trocou terrorista de Lockerbie por acesso ao petróleo líbio para a BP
ou
Pílulas e três vacinas deixam de ser comparticipadas pelo Estado
são, infelizmente, meros casos isolados, mas concludentes, de que vivemos num mundo maquiavélico. Tão maquiavélico que, em nome de sagrados desígnios financeiros, o governo considera normal que o Ministro da Saúde, Paulo Macedo, corte as comparticipações nas vacinas de combate do cancro do colo do útero, a hepatite B ou a estirpe B do vírus da gripe.
A visão contabilista de Macedo, como lhe chamou Mário Soares, sobrepôs-se ao dever do Estado proteger os cidadãos contra graves riscos de saúde. É, de facto, maquiavélico da parte de Macedo e até do primeiro-ministro que, sendo filho de médico, se comporta como filho de carniceiro. Aconselho-o a fazer uma leitura do código de Hipócrates que, certamente, o seu progenitor lhe facultará.
Neste tipo de acções governativas, de carácter anti-social, Paulo Portas e o seu CDS assobiam para o lado. A despeito dos discursos de ordem social estridentes nos tempos eleitorais.
Sem comentários:
Enviar um comentário