terça-feira, 27 de setembro de 2011

Uma espécie de epístola a Miguel Relvas

 

Epístola popular ao Ministro da Facúndia

Oh Sr. Relvas não se incomode V.Exa. que é ministro atarefado, nem os seus companheiros que também o são. Diga, por favor, aos secretários de estado, gente menos graduada mas voluntariosa, que igualmente não se martirizem. A maioria de nós, cidadãos, ao final dos primeiros 60 dias, quanto mais dos 100!, já sabíamos de cor e salteado o que o governo é capaz de nos fazer.
Sr. Relvas, tome lá bem nota: não precisamos de mais explicações dos governantes. As do Sr. Gaspar já nos bastaram. Veja, Sr. Relvas, o sumário dos ensinamentos:
  • aumentos de impostos, criação do imposto extraordinário, subida de preços dos transportes públicos, cortes em despesas sociais da saúde e ensino, reduções programadas para as pensões e outras prestações sociais, antecipação do aumento do IVA na electricidade e no gás natural, preparação da liberalização do despedimento sem justa causa, com recurso a conceitos subjectivos de 'produtividade' e 'objectivos do posto de trabalho', nomeação de amigos para cargos importantes – na CGD, por exemplo...ufa! Há mais, mas por ora chega.
Como vê, pela amostra, Sr. Relvas, está tudo muito bem explicadinho acerca das capacidades e decisões do governo de que V.Exa. faz parte. Porém, como a vida não é igual a 100 dias de PSD+CDS e ainda teremos uns tantos do actual governo pela frente, até já cuidámos de escutar com redobrada atenção, em New York!, New York!, o Sr. Gaspar - o homem é um grande especialista em economês - e lá conseguimos entender que para o ano, 2012, ainda vai ser pior.
Sr. Relvas, a sério, eu sinto, eles sentem, todos sentimos, de uma forma ou de outra o que seu governo nos faz. Sentimos tanto, tanto que nem sequer temos mais espaço na alma para explicações.
De qualquer modo, Sr. Relvas, agradecendo a disponibilidade para explicar, faça o favor de transmitir cumprimentos ao Sr. Coelho e peça-lhe que privatize tudo rapidamente e em força. Comece pelas Águas de Portugal e, quando mais não houver por privatizar, privatize o próprio governo. Quem não vos conheça que vos compre! Precisa-se de sorte para encontrar o comprador certo, no momento certo. Oxalá consigam. 

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