domingo, 25 de setembro de 2011

Pensar e falar banal

Assembleia da ONU no discurso de Passos Coelho




De forma bastante sintética, pode dizer-se que o mundo é comandado por políticos de inferior qualidade. Na Europa, sairam de cena políticos de fundada coerência ideológica, espírito democrático, capacidade de liderança e visão estratégica da estirpe de Olaf Palm, Charles de Gaulle, Simone Veil, Adenauer, Willy Brandt, Helmut Khöl, Mitterrand, Tito, Suarez, Gonzalez, Jacque Delors, Harold Macimillan e outros mais, como Soares, Cunhal ou Sá Carneiro a nível interno. Gente de cultura e capacidade política, de direita ou de esquerda.
Entretanto, despontaram os mediáticos e medíocres, sem saberes e interesse para atacar colectivamente os gravíssimos problemas sociais e económicos com que os europeus se debatem. Em especial, das novas e futuras gerações.
Neoliberais ostensivos, orientados pelos ideais monetários e destituídos da grandeza de espírito humanista, limitam-se a utilizar 'clichés'; pronunciam frases feitas, em consonância com superficiais e erráticos pensamentos, sempre distantes de propostas arrojadas e consistentes de acções a exercer para revolucionar o sistema financeiro que conduziu o mundo à desgraça.
O nosso primeiro-ministro na Assembleia Geral da ONU fez o que as suas limitações lhe ditam: um discurso frugal construído de lugares comuns. Refém do estigma do pensamento político banal, proclamou:
Tirada inspirada no 'Efeito de Pigmaleão', pronunciada na sala quase vazia da Assembleia da ONU, Naturalmente com impactos idênticos às correntes conversas de café, numa qualquer ‘localidade-dormitório’ suburbana. Massamá, por exemplo. E, suburbano por suburbano, audiências compostas por algumas centenas de participantes, nos EUA, apenas podem conseguir-se em Newark, essa aldeia lusa dos 'states'.


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