Os comportamentos dos eleitorados europeus cumprem a tradição. A crise implica mudanças de protagonistas. O ritual cumpre-se. Vencem os partidos da oposição, são derrotados os detentores do poder.
Sobretudo nos territórios da Europa Ocidental, fora da influência soviética na 'guerra fria', saltitamos entre estas alternâncias há anos - a nossa Madeira é uma excepção de "poder eterno". Contudo, criticar o Jardim é irremissível pecado do BE e do PS, segundo certas teses, como esta esquizofrenia II). Com imparcialidade, diga-se que Paulo Portas foi o primeiro a condenar, alto e bom som, a ocultação de dívida pública por Jardim. Os ex-extremistas de esquerda, hoje de direita, vestem-se, porém, de denodado zelo para centrar na esquerda a critica de atitudes e actos da prática política. Sem parcimónia no uso de juízos parciais e carecidos de objectividade.Alargando os nossos horizontes à Europa da zona euro, com uma moeda comum submetida a grave crise e a dívidas soberanas elevadas, é obrigatório, por responsabilidade e protagonismo dos próprios, iniciar a ronda pelos países da Sr.ª Merkel e do Sr. Sarkozi.
Há dias, nas eleições locais de Berlim, Merkel e os aliados liberais perderam para a oposição. Além dos opositores tradicionais, o 'Partido Pirata' teve uma significativa votação, suplantando os 'Verdes'. Tem ideias próprias e bate-se por medidas revolucionárias: a gratuitidade dos transportes públicos e o direito universal a uma casa. Trata-se de causas próprias da esquerda radical.
Agora, em França, os Socialistas obtiveram uma histórica vitória no Senado. Considerada por alguns analistas como um "sismo" da V República. De resto, o resultado registado parece indiciar que, de facto, Sarkozy corre o risco de não ser reeleito em 2012.
A política europeia tem estado em forte ebulição. Desde o problema do euro e das dívidas soberanas às metamorfoses de poder, o processo de sobrevivência da Zona Euro e da UE está, de facto, a adensar-se de complexidades. Com os actuais e os próximos líderes, as soluções para milhões de europeus não são fáceis de encontrar. E se porventura esta notícia se confirma, 3 biliões de endividamento ocultado pelo governo de Merkel, a Europa está mesmo prestes a explodir, como acentua o 'Der Spiegel'.
O Velho Continente é hoje um espaço de incertezas, de complexidades e sujeito ao risco de explosões: económicas, financeiras, sociais e provavelmente de confrontos inter-países. O futuro, muito próximo, dar-nos-á o desfecho.
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