Começo por ler e reflectir sobre
o fragmento deste texto
publicado em 1998 no ‘site’ Scielo:
“Na linguagem corrente, a palavra "mito", desprovida de qualquer complexidade, designa uma ideia falsa ou, então, a imagem simplificada e ilusória de uma realidade. Seu campo semântico é o da "mentira". […]”
O novo ano chinês, que
dizem ser da ‘cabra’, foi fatal para o secretário-geral do PS, António
Costa. Acima de tudo, causou um surto de brucelose de tal intensidade
político-bacteriana no partido rosa que, fora outras discussões internas, já
acamou definitivamente, em leito externo ao PS, Alfredo Barroso. O episódio de
Costa na festa chinesa do novo ano causou a desfiliação de Barroso do partido
de que foi fundador.
Com efeito, Costa
desiludiu-me. Creio ter sucedido o mesmo com milhares de cidadãos, militantes
ou simpatizantes, que nele votaram ou não – colateralmente, o caso do perdão de
4,6 milhões ao Benfica (“Marques Mendes
são 4,6 milhões oferecidos à enorme família vermelha!”… “grito, grito, mas o
videirinho não me ouve…”); ia a dizer que perdoar 4,6 milhões a um clube de
futebol, chame-se Benfica ou Charneca dos Tesos Futebol Clube é abjecta ofensa
à enorme horda de pobres e desempregados, crianças esfomeadas, que sobrevivem
em sofrimento no tecido social deste País.
Helena
Roseta, do movimento “Cidadãos por Lisboa”, a despeito da coligação com
Costa, na qualidade de presidente da Assembleia Municipal felizmente parece
estar segura de que a proposta lesiva para os fundos públicos será derrotada, a
qual, dizem, é encabeçada por Manuel Salgado, primo do outro e braço das
direitas de Costa.
Quando o povo se revelava
empenhado em perfilar-se maioritariamente à esquerda para, através do voto,
afastar a coligação maldita no poder, Costa oferece, de bandeja, tais prebendas
eclesiásticas ao arrivista e arruaceiro Nuno de Melo que, como bom “democrata-cristão”
(da corda e do tacho) a disseminou com eficácia no ‘facebook’ .
Neste ambiente de sarilhos
e falta de categoria que caracteriza os políticos portugueses – salvo claro
excepções e Mariama Mortágua é uma delas – o desmentido categórico da Comissão
Europeia de que, afinal, os nossos desequilíbrios económicos e sociais
permanecem graves e sob vigilância; sim quando há esta oportunidade de ouro de desmitificar
a propaganda de Coelho, Portas, Pires e da amanuense Albuquerque, humilde
servidora de Herr Wolfgang Schäuble, Costa inflige dura derrota aos cidadãos ansiosos, e são
muitos, por derrubar um governo dos mais reles e injustos que a nossa democracia conheceu.
(Obs.:
não faço qualquer menção a Seguro, porque o que teria a escrever seria, no
conteúdo, idêntico ao que redigi a propósito de Costa. A realidade é que o PS
vive uma crise de liderança e não tem com quem a resolver.)
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