O que é o CFP – Conselho de Finanças Públicas? A designação leva-nos a
acreditar que se trata de um órgão colectivo. Todavia, ao ler e interpretar as
notícias, da imprensa em geral e do ‘Jornal de Negócios’ em particular, sou
conduzido á conclusão de se tratar de um organismo pessoal e intransmissível,
tutelado por essa figura veterana, mas ainda assim nada respeitável, chamada
Teodora Cardoso. E por culpa dela própria.
Independentemente da longa experiência profissional, que as funções no
Banco de Portugal e a etiqueta do PS lhe proporcionaram, à Dr.ª Teodora é
exigível que, à frente do culto da vaidade pessoal, coloque os interesses do
País. Ou seja, se tiver dúvidas e reservas quanto a metas governamentais, de
Passos Coelho (PPC), de António Costa (AC) ou de qualquer outro, o
comportamento e a manifestação pública de pareceres, deveria pautar-se por
regras prudenciais. Isto, porque a defesa do interesse nacional e da protecção
do País dos abutres de ‘mercados, investidores e agências de “rating”’
constituem óbvios conselheiros para posicionar a defesa do interesse dos
portugueses acima da ostentação da afirmação pessoal.
Segundo
o ‘Jornal de Negócios’, a Dr.ª Teodora classifica o Governo de AC de
‘realista’ em 2017 e ‘optimista’ daí para a frente. Poderia preferir o diálogo
institucional à mediatização, mas, tarde e a más horas, a idade é imperdoável. Sobretudo
para uma burocrata, outrora anónima e hoje mediatizada, e comprovadamente incompetente
em termos de previsões macroeconómicas.
À partida, e a tomar como base as estimativas e a
consideração de ‘milagre’ do resultado do baixo défice de 2016, receio que o
‘realismo’ previsto pelo CFP para 2017 não venha a redundar em resultados
negativos do desempenho governamental. E em relação aos anos seguintes, admito
que, em vez de ‘optimista’, o Governo esteja a ser pessimista e a subestimar
a recuperação da volátil economia global, incluindo países emergentes como México,
Coreia do Sul e Brasil, sem esquecer o crescimento da China, acima do esperado,
que é reconhecido internacionalmente (The
New York Times).
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