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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Informação privilegiada e irresponsabilidade



O insosso e inócuo ex-presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, veio a Lisboa participar em conferência organizada pela Mckinsey & Company, conjuntamente com Durão Barroso (PSD, Portugal) e Joaquin Almunia (PSOE, Espanha),
O citado evento constitui um acto colectivo de prestidigitação, sob a designação de 'Portugal - Escolhas para o futuro'; sim, porque as escolhas para o tempo que passa estão condicionadas por Cavaco e só ele (e amigos e companheiros de partido) as conhece.
Passos Coelho, dando a ideia de ter acesso a informação privilegiada, revelou-a ao Sr.Rompuy, ao declarar, em inglês fluentemente pastoso, que Portugal terá um novo governo daqui a duas semanas, para negociar com Bruxelas.
Trata-se de mais uma infantilidade do irresponsável Coelho, porque este tipo de revelação de informação privilegiada a um estrangeiro constitui uma despropositada e ofensiva primazia em desrespeito pela soberania e pelo interesse supremo dos cidadãos portugueses. Naturalmente, deveriam ser os primeiros a saber notícias do novo governo. Quando nomeado e entrará em funções. 
É certo que os cidadãos nacionais igualmente ignoram quem chefiará esse governo - uns podem crer que será António Costa, outros farão outras congeminações. Todavia, ao desvendar o prazo, Passos Coelho ficou sob a suspeita de conhecer mais pormenores da deliberação de Cavaco que, hipocritamente, na Madeira afirmava ter estado num governo de gestão durante 5 meses.
A inconfidência de Coelho é mesmo inaceitável, por ter sido feita publicamente a um estrangeiro que hoje já nem tem funções na UE e, na companhia de Barroso e Almunia, anda por aí a fazer prelecções ocas sobre a Europa que nos legaram nas circunstâncias que os portugueses e outros povos do Continente conhecem e sofrem, no quotidiano.
(Outra infantilidade de Coelho: abordar a situação política portuguesa em citação comparativa com os atentados terroristas de Paris. Haja paciência para aturar esta criançada!)        

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

De Durão para Moedas, o percurso da insignificância portuguesa

Juncker, essa figura sorridente, de aspecto simpático, mas muito hipócrita é, como se sabe, o sucessor de Durão Barroso, na presidência da Comissão Europeia. 
A meu ver, o luxemburguês não será melhor nem pior do que o português - tal como a continuação do percurso da política da UE, da Zona Euro e de tudo o resto. 
Se é verdade que, em consequência da naturalidade e da cultura, é tendencialmente pró-alemão, i.e., pró-Merkel e Schauble, é igualmente indesmentível que Barroso, na ânsia de segurar o cargo sem o mínimo conflito com o mesmo directório, empenhou-se a fundo em ser muito, muito subserviente. Mesmo antes de Juncker iniciar o mandato, o português, das vacuidades e dos discursos em voz de falsete, já venceu o luxemburguês no campeonato da insignificância junto dos líderes germanófilos. Pela reduzida relevância que a estes sempre mereceu. Juncker usará outro percurso para chegar a idêntico fim.
Na nova Comissão Europeia, perdemos a presidência e dilatámos a insignificância através de Carlos Moedas para a função de comissário. O alentejano que, sem 'troika', andava aos papéis nas funções da governação, foi compensado com um lugar em Bruxelas.
Diz o 'Expresso' que Moedas, 4.ª feira próxima, será submetido a uma 'entrevista de emprego' por Juncker. Fantasias para diversão! Já se sabe que o novo presidente da CE não rejeitará o encaixe do felizardo alentejano, um ex-Goldman Sachs de 2.ª classe, mas Goldman Sachs.
Por outro lado, também se diz que a Portugal será atribuído um 'lugar relevante'. Um 'lugar relevante' - acrescento eu - não transforma em génio um "carreirista" insignificante. 
Com o projecto europeu em declínio, e sob o alto comando do Norte da Europa, nós portugueses, cá ficamos entregues à miséria que a Alemanha dita e o Coelho aplica. Não existe sortilégio possível que nos transforme em Moedas... somos apenas trocos.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Corrupção em Portugal? Ah! Que surpresa!

Sem ambiguidades, o jornal ‘Público’ anuncia em título:
Bruxelas diz que Portugal não tem estratégia contra a corrupção
O texto da notícia é composto de diversos detalhes, de que se destacam:
  1.  corrupção custa 120 mil milhões de euros à EU;
  2.  a Comissão Europeia (CE) diz que Portugal não tem estratégia contra a corrupção;
  3. Portugal tem de preparar os tribunais, o Ministério Público e “as autoridades coercivas” para lidar com o caso;
  4.  devem ser tomadas medias preventivas contra as práticas de financiamento dos partidos.
Bom, a minha perplexidade é enorme. Não pela descoberta sórdida e tardia da CE, mas pela desajeitada habilidade de, apenas agora, quererem convencer que se torna oportuno Portugal combater a corrupção. O prolongado silêncio da CE sobre a matéria é fonte de muitas interrogações.
Que pensar do célebre caso do BPN como mar imenso onde navegou parte da nata cavaquista? Dos robalos do Vara? Da parte restante do processo ‘Face Oculta’? Do ingresso de governantes em poderosas sociedades que os primeiros, enquanto ministros, privilegiaram com adjudicações? Da compra dos submarinos pelo actual vice-PM, Paulo Portas, então às ordens do PM da época e presidente da CE desde 2004, José Manuel Durão Barroso? A prejudicial aquisição para o Estado dos Pandur pelo mesmo Paulo Portas? A traficância da ‘Portucale’ por figuras gradas do CDS-PP, com a participação do Grupo Espírito Santo (GES)? As intervenções da ESCOM, empresa igualmente integrada no BES, em parte de algumas negociatas espúrias enunciadas?
Tudo isto foi objecto de intensa divulgação pela comunicação social e para certos processos foram mesmo realizados inquéritos parlamentares.
José Manuel Durão Barroso, no caso dos submarinos e em outros de que eventualmente também conhecerá pormenores melhor do que o cidadão comum, nunca tomou a iniciativa de sensibilizar, durante 10 anos, a Comissão Europeia para a gravidade da corrupção em Portugal. Calou-se por que razão? Convinha que a CE somente agora se fixasse na corrupção?
É, pois, estranho, muito estranho que a CE venha só no presente manifestar-se sobre a corrupção em Portugal – o ‘dossier’ Foral e Tecnoforma do duo Relvas e Passos é outro que igualmente Bruxelas deixou passar em claro, embora envolvesse fundos europeus.
A CE incentiva tribunais, Ministério Público e umas tais ‘autoridades coercivas’ a actuar. Bruxelas precisa de saber – ou até sabe, mas vale-se de falsa ingenuidade – que a maioria dos actos de corrupção provém da esfera de políticos do ‘arco do poder’, antes de serem passíveis de processos judiciais. O método dilatório de presumidos casos de ‘colarinho branco’ resulta fundamentalmente dos instrumentos e expedientes legais que os políticos criaram e que, outra surpresa agora sim dos tribunais, servem também para converter em 2 uma pena inicial de 7 anos aplicada a uma conhecida figura pública detida na Prisão da Carregueira.
Em fim de mandato do José Manuel, esta CE deixa, de facto, em estado de estupefacção quem vive e está atento ao que sucede agora e há anos neste despedaçado País.