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domingo, 16 de março de 2014

Os contos de Pedro e do “economista político” do regime, José Gomes Ferreira

Pedro, no início de 1974, tinha dez anos de idade e estava em Angola. Também a sua Ministra da Justiça, Paula, aos quinze (em 1975, viajou da ex-colónia para Portugal). Custa a crer que, pelo menos em certas ocasiões, mesmo esporádicas, não se tenham encontrado no PSD do Campo Pequeno, conhecida rampa de lançamento de ‘políticos laranjas’.
A que propósito cito esta relação? Pedro e Paula não são amigos recentes. Conhecem-se há anos, facto que também pesou na escolha da segunda para o cargo de Ministra da Justiça do governo em funções, chefiado pelo primeiro.
Sucede que a manifestação de surpresa manifestada por Pedro, uma profunda hipocrisia, a propósito da prescrição da contra-ordenação do BdP, seja justificada apenas com Jardim Gonçalves. Se assim fosse, estaríamos bem melhor, nós portugueses, uma vez que os envolvidos em escandaleiras se limitariam a meia-dúzia de episódios e figuras públicas, sem significado monetário relevante.
Paulo Teixeira Pinto, ex-marido de Paula, a par de uma reforma substancial de dezenas de milhares de euros do BCP, também esteve metido na alhada. Sabia da existência das 17 sociedades ‘offshore’ na Ilha Caimão e a CMVM aplicou-lhe uma multa de 200 mil euros, por alegada falta à verdade. Não é crível que o agora surpreendido Pedro nada soubesse do caso BCP e tenha ficado perplexo – mais uma mentira a juntar a tantas outras que disseminou desde a campanha eleitoral que venceu.
É ainda estranho o facto de nunca ter tido a menor conversa sobre o tema com a Ministra da Justiça, Paula, e ainda mais estranho – ou talvez não! - ter sido atribuído a Paulo Teixeira Pinto o lugar de vogal do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, presidido pelo rubicundo e incontinente verbal Catroga – o órgão da sociedade luso-chinesa de energia, beneficiária de taxas que a própria ‘troika’ contesta, integra 23 elementos que, ao que foi revelado, se reúne uma ou duas vezes por mês, a troco de salários mensais milionários.
Quando José Gomes Ferreira da SIC, uma réplica do ‘João Coito’ do antigo regime, escreve uma carta a desancar uma geração de veteranos, a propósito de um ‘manifesto a propor a reestruturação da dívida sem ‘haircuts’' subscrito por 74 personalidades que, pela diversidade de pensamentos políticos, constituem um exemplo de consenso sem precedentes na nossa democracia, o triste e pseudo-economista JGF tem de ser preciso na identificação dos acusados – para além, é claro, dos 74. Uma geração são milhões de cidadãos, alguns dos quais, pela idade que hoje têm, foram submetidos a  uma vida de sacrifícios e sofrimentos penosos, num regime de tirania e pobreza que ele não conheceu.
Dito de outra forma, Catroga, a Dra. Cardona, Luís Filipe da Conceição Pereira, Paulo Teixeira Pinto, Jorge Braga de Macedo e outros que tais, por exemplo, fazem parte do grupo dos acusados? E Rendeiro do BPP? E Oliveira Costa, Dias Loureiro, Arlindo de Carvalho e outros do buraco BPN? E as políticas de desindustrialização executadas por Mira Amaral (CUF/Quimigal e outras desaparecidas), assim como as políticas agrícolas e pesqueiras de Cavaco? E os investimentos no CCB, na Expo98, nos mercados abastecedores, as auto-estradas de Joaquim Ferreira do Amaral, o negócio da Ponte Vasco da Gama, a 1.ª Parceria Público-Privada na Saúde com o Hospital Amadora-Sintra? Toda a ganga cavaquista, o chefe de regime de Gomes Ferreira, não entra neste ajustamento de contas?
Bom o melhor é ficarmos por aqui. Por enquanto!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O negócio prisional holandês

célula prisional
O governo holandês anunciou a intenção de cobrar a cada recluso uma diária completa de 16 € . Da notícia, não se entende se o valor é preço único, quais os meios de pagamento aceitáveis ou se haverá a possibilidade de recurso a crédito bancário.
Colocam-se, portanto, incertezas, das quais destaco:
  • Se o recluso não tiver dinheiro vivo disponível e quem o ajude, nem conta bancária, como procederá ao pagamento?
  • Poderá recorrer a financiamento bancário com o aval de quem?
  • O preço é, de facto, fixo, único, igual para todos, independentemente da diferença de instalações e do preso se chamar Isaltino ou Jesuíno, Azevedo ou Quevedo, ou seja, presos comuns e reclusos com direito a quartos e rancho de qualidade?
De resto, e a despeito de um recluso custar em média 200 € / dia ao Estado, o governo holandês, devido à redução da população prisional, dispõe de 20 prisões para alienar e realizar receitas.
Certamente com o neoliberalismo a imperar, também por cá, as nossas ministras das Finanças, Maria Albuquerque, e da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, se inspirarão no paradigma holandês, para reforçar receitas orçamentais futuras.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Tanto mar…

dinheiroAndam por aí uns quantos a malhar no Sócrates, a torto e a direito. Malhem à vontade nele, no Vara e em outros socialistas que lhe apareçam pela frente. Porém, não esqueçam a existência do ‘bloco central’ e que, do lado laranja, estamos também bem servidos de pestes. Basta lembrar o caso BPN.
Alaranjando, pois, a conversa, chega de Silva Carvalho e de Relvas por ora, tiremos da prateleira a obra Duarte Lima. Um homem de sucesso na política que um dia tentou a sorte pelo caminho dos negócios e do dinheiro.
As coisas, porém, correram mal ao Lima. Primeiro, ingenuamente, viu-se envolvido numa operação duvidosa junto do BPN, destinada a transferir o IPO para Oeiras e a outros projectos imobiliários, em conjugação com a autarquia do Isaltino. Sem mais nem ontem, acabou detido por efeito de medida de coacção. Agora, está em casa mais tranquilo, na comodidade lar, usa pulseirinha electrónica. Sim, pulseirinha e-le-tró-ni-ca que não é para qualquer ‘borra botas’.
Lá longe em Saquarema, a uns tantos quilómetros do Rio, está em curso a audiência em que o coitado do Lima é acusado de homicídio de Rosalina Ribeiro, ex-secretária e companheira – já não se diz amante? – de Lúcio Thomé Feteira que, por acaso, até foi meu patrão. Olímpia, a filha de Lúcio, apareceu de surpresa para denunciar junto do tribunal que, da conta da Rosalina para a conta do Lima, voaram mais de 5 milhões de euros – pertencentes a fundos da herança, segundo ela.
A ministra Paula Teixeira da Cruz há tempos garantiu que, a despeito dos acordos entre Brasil e Portugal, Duarte Lima poderá ser extraditado para território brasileiro, no âmbito deste caso.
O Chico Buarque, em regozijo e arrebatamento de felicidade, escreveu e cantou ‘Tanto Mar’. No presente, espero eu que, por imperativo de justiça,  Duarte Lima seja mesmo entregue às autoridades judiciais brasileiras, e que a canção não vire lamento: “Tanto mar é impossível a um arguido navegar”.