Andam por aí uns quantos a malhar no Sócrates, a torto e a direito. Malhem à vontade nele, no Vara e em outros socialistas que lhe apareçam pela frente. Porém, não esqueçam a existência do ‘bloco central’ e que, do lado laranja, estamos também bem servidos de pestes. Basta lembrar o caso BPN.
Alaranjando, pois, a conversa, chega de Silva Carvalho e de Relvas por ora, tiremos da prateleira a obra Duarte Lima. Um homem de sucesso na política que um dia tentou a sorte pelo caminho dos negócios e do dinheiro.
As coisas, porém, correram mal ao Lima. Primeiro, ingenuamente, viu-se envolvido numa operação duvidosa junto do BPN, destinada a transferir o IPO para Oeiras e a outros projectos imobiliários, em conjugação com a autarquia do Isaltino. Sem mais nem ontem, acabou detido por efeito de medida de coacção. Agora, está em casa mais tranquilo, na comodidade lar, usa pulseirinha electrónica. Sim, pulseirinha e-le-tró-ni-ca que não é para qualquer ‘borra botas’.
Lá longe em Saquarema, a uns tantos quilómetros do Rio, está em curso a audiência em que o coitado do Lima é acusado de homicídio de Rosalina Ribeiro, ex-secretária e companheira – já não se diz amante? – de Lúcio Thomé Feteira que, por acaso, até foi meu patrão. Olímpia, a filha de Lúcio, apareceu de surpresa para denunciar junto do tribunal que, da conta da Rosalina para a conta do Lima, voaram mais de 5 milhões de euros – pertencentes a fundos da herança, segundo ela.
A ministra Paula Teixeira da Cruz há tempos garantiu que, a despeito dos acordos entre Brasil e Portugal, Duarte Lima poderá ser extraditado para território brasileiro, no âmbito deste caso.
O Chico Buarque, em regozijo e arrebatamento de felicidade, escreveu e cantou ‘Tanto Mar’. No presente, espero eu que, por imperativo de justiça, Duarte Lima seja mesmo entregue às autoridades judiciais brasileiras, e que a canção não vire lamento: “Tanto mar é impossível a um arguido navegar”.
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