Os escândalos, desmandos e desumanidades que, a ritmo infrene, emergem no seio da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) constituem um conjunto de perversões; a preencher, aliás, o álbum de muitas outras, historicamente funestas.
Será escusado pormenorizar. Todavia, é útil lembrar alguns dos obscenos acontecimentos, cuja responsabilidade se centra em freiras, padres, bispos e altos dignitários da ICAR – as suspeitas da autoria e causa da morte do Papa João Paulo I, por exemplo, remanescem como intrigante mistério, silenciado nesse antro papal, cardinalíceo e lúgubre às portas de Roma.
A história de continuadas práticas de pedofilia, nos quatro cantos do mundo, é consabida; o caso em Espanha de Sor Maria, freira suspeita de ter feito desaparecer cerca de 1.500 crianças; a condenação do cardeal, Marcinkus, entretanto falecido, por ter causado a bancarrota do Banco Ambrosiano, homem, diga-se, que o Vaticano sempre protegeu com o argumento da imunidade diplomática e lhe deu fuga para os EUA. Sem recuar a outros tempos e episódios obscuros, estes casos ilustram os medonhos papéis a que a igreja se tem prestado.
É justamente na lógica desta existência espúria, atentatória da dignidade humana, em época de incontida disseminação da desigualdade, da pobreza e da miséria, que indiferente, sem moral nem ética, o topo da ICAR serve de guarida à ostentação do papa e seu séquito, bem como a um batalhão de cardeais e outros eclesiásticos. O Vaticano, há anos, acolhe gente vocacionada para a traficância e para o recurso a métodos de disputa de poder, próprios de perigosos ‘gangs’ marginais.
ICAR e Vaticano formam, de facto, um mundo de imundícies. Infelizmente é uma evidência.
Sem comentários:
Enviar um comentário