Quando li a notícia do ‘Sol’ e do ‘Público’, disse de mim para mim: “desmantelar é fácil, o pior é o resto…”. Depois, permaneci algum tempo em suspenso; até inferir que, no pior como às vezes no melhor, os portugueses estão entre os mais dotados do mundo.
A rede noticiada realizou operações de evasão fiscal e branqueamento de capitais, estimadas em mil milhões de euros. Liderada por um ex-director da UBS (Union des Banques Suisses), integrava a clientela do costume: empresários, advogados e políticos. Duarte Lima é um dos participantes e diz-se ter sido por essa rede que passou a transferência dos dinheiros da conta de Rosalina Ribeiro, ex-companheira de Lúcio Tomé Feteira, encontrada morta em Maricá.
Ao considerar que “o pior é o resto…”, penso exactamente na complexidade, e demora até à prescrição!, do nosso sistema judicial na resolução de processos relativos ao envolvimento de figuras socialmente conhecidas.
Todavia, para agravar os meus receios quanto aos inimputáveis do mundo, lembro a infinidade de operações e de movimentos financeiros, lesivos do interesse público de cada País, impostos pela força imperial do ‘sistema financeiro internacional’.
Hipocritamente criticado, sob promessas de depuração, em cimeiras do G-8, do G-20 e outros areópagos, os resilientes paraísos fiscais e fortalezas congéneres continuam a desfrutar de liberdade plena, reforçando em contínuo e crescente movimento obscenas concentrações de fortunas e desigualdades sociais aviltantes.
É urgente mudar este mundo.
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