Edite Estrela, nascida em Belver em 1949 – a caminho dos 62 Edite? – constará da História da Política Portuguesa pós-25 de Abril, ao serviço do PS e dos amigos de partido (de) que fielmente (se) serviu. Serviço com serviço se paga.
Dizem que foi mulher de meritórias acções, motivadas, segundo as más línguas, pelos interesses de quem lhe foi e é útil nas ambições de carreira política.
As opiniões negativas, manifestadas sobre os camaradas do PS no parlamento europeu, traduziram-se em insultos que os visados desvalorizaram. Chegou a afirmar que Ana Gomes, além de “descabelada”, era um verdadeiro ‘rottweiler’. A irracionalidade é, desde sempre, causa de disparate.
Com a ascensão do Syriza a potencial vencedor das próximas eleições gregas, o “radicalismo” voltou a tema quente das ordens de trabalhos. Desta vez, porém, a polémica adquiriu uma euro-dimensão que, natural e explicitamente, excede os pensamentos e sons cacófatos de Edite.
Com efeito, e numa iniciativa apelidada na comunicação social de ‘esquerdismo radical’, foi divulgado um manifesto da esquerda livre para provocar partidos. Signatários? Sérgio Godinho, Vitorino, Boaventura Sousa Santos, Elísio Estanque, Ana Bola, Ana Gomes, Inês Medeiros e outros ‘rottweilers’, cujo radicalismo de esquerda poupa a tia Edite, mas não Passos Coelho, Paulo Portas, Miguel Relvas, Miguel Macedo, Vítor Gaspar e outros – estou a lembrar-me do rubicundo Catroga – empenhados em mergulhar o País e o povo português em prolongadas e duras trevas.
O lógico é não haver radicalismo de esquerda sem, no extremo oposto, existir radicalismo de direita. Uma questão simples da geometria de segmentos lineares. Evidente na recta que vai de Ana Drago a Nuno Magalhães ou, em plano geográfico europeu, de Alexis Tsipras a Angela Merkel.
Esse radicalismo é real, admito, mas que o plano inclinado penda para a esquerda.
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