Os blasfemos estão em incontido delírio. Um rodopiou extenuado pela diversão, até à apoplexia final. O sucesso da promoção Pingo Doce, no 1.º. Maio, cativou-lhe a emoção . Diz que não estamos perante a concertação social, mas está certo do mérito e humor da jornada de marketing da insígnia do Alexandre, ‘O Grande Merceeiro’: “Isto é de facto hilariante”. Riu-se horas a fio, com gargalhadas soltas e sonoras, a pontos de ser encaminhado de urgência para o HSM, devido a imobilização dos maxilares. Coitado, paralisou o riso de boca aberta, ao deglutir sofregamente o êxito de uma jornada de civismo e ética indescritíveis. A que não faltaram confrontos verbais e físicos entre populares, mediados pelas forças da PSP, sempre dóceis e generosas (no ‘porradum’). As bebidas alcoólicas foram dos produtos que mais depressa se esgotaram das prateleiras e, portanto, é natural que os ânimos se tivessem volatilizado em acaloradas exaltações.
Outro, utilizando o mesmo epíteto, 1.º Maio Subversivo, foi mais parcimonioso. Limitou-se a publicar o logótipo da insígnia.
Confesso que ainda estava na expectativa de ler uma terceira. Mas, ao que consta, a mulherzinha, serva do trabalho doméstico, esteve de serviço como cliente activa da promoção. Coitada, no meio empurrões e apalpações anónimas e incómodas, lá conseguiu retirar do linear das carnes as costeletas, o bife, o lombo, a robusta salsicha alemã e demais enchidos; depois, nos frescos, aviou-se com tomates e agriões. E assim continuou, percorrendo a loja até encher o ‘chariot’. Sem que se safasse de mil e um encontrões; mas fazia parte do desafio à helénica figura.
Um feriado é por norma um dia diferente dos demais e a vida é assim. Uns teclam comodamente algures num local sossegado, outra dá o corpo ao manifesto na promoção do Pingo Doce.
Ó Alexandre, faz de conta que é o Medina que te suplica, arranja lá uns empregos para este trio. Nem que seja na Holanda, na Polónia ou na Colômbia. As ‘cofee shops’ holandesas vão ser interditas a estrangeiros, mas há sempre um lugar para ganzar, no futuro, um 1.º de Maio tão histórico e entusiástico na vida deles.
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