Parece-me que ninguém de bom senso e em perfeito juízo esperaria que Miguel Relvas confessasse na ERC ter ameaçado Maria José Oliveira (MJO) do ‘Público’; nomeadamente, admitir tê-la intimidado com a divulgação de detalhes da vida privada nas redes sociais.
Relvas sabia estar sob elevado risco. O trabalho de investigação jornalística de MJO sobre as “secretas” e as relações com Silva Carvalho poderiam redundar na demonstração de contradições e comprometimento do político, nesse complexo nó de espúrios interesses e actividades.
Uma semana depois, e contrariando a promessa de se pronunciar por escrito junto da ERC, Relvas, no estilo putativo, palrador e simulado que lhe é peculiar, compareceu pessoalmente e negou a acusação. De resto, este comportamento é reflexo do perfil do 4.º homem mais poderoso de Portugal, segundo o ‘Jornal de Negócios’; está gravado a laser na notícia assim iniciada:
É um homem de negócios, com ligações a "petistas" no Brasil e a "santistas" em Angola. É um homem da maçonaria, de influências fortes. É um homem da política, domina o PSD, é o ministro mais poderoso de Passos Coelho, que o conhece melhor do que ninguém. Até porque ninguém o conhece muito bem. Embora ele conheça toda a gente.
Caso se tivesse declarado culpado, só ficariam incomodados e espantados(?) os “novos Abrantes” do Blasfémias e mais uns quantos tentáculos de apoiantes do governo na blogosfera.
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