Olhemos para o destaque, relativo ao “Pingo Doce”, da 1.ª página da edição de hoje do “Diário Económico”:
Para facilitar a leitura, realçamos o texto precedido pelo título:
“A Centromarca que reúne empresas de produtos de marca têm indícios de que a Jerónimo Martins está a tentar reflectir o custo da campanha do 1.º de Maio nos fornecedores. Se não pagarem alguns fornecedores receiam perder os contratos”
Por coincidência, também hoje, foi publicada em Diário da República a Lei 19/2012, reguladora do regime jurídico da concorrência, com efeitos a partir de Julho próximo. O âmbito e o alcance da citada lei ou são resultado de trabalho propositadamente imoral ou próprio de incapazes imbecis. Ou as duas coisas.
Segundo o jornal “i”, a partir de Julho próximo, a Autoridade da Concorrência poderá fazer buscas nas casas dos trabalhadores da empresa suspeitas de práticas restritivas . Óptimo! Entusiasmado, estou já a imaginar o Sebastião, presidente da AdC, a ordenar uma busca à casa da Gorete Camará, empregada de limpeza do “Pingo Doce” de A-dos-Cunhados. Objectivo: detectar comprovativos de cartas que a JM tenha enviado a fornecedores para “à posteriori” darem consentimento ao corte de preços contratados com vista ao financiamento da operação do 1.º. de Maio.
Se ainda houvessem bons autores de textos de ‘revista à portuguesa’, argumentos como estes, promoção “Pingo Doce" e lei da concorrência, divertiriam múltiplas plateias cheias de qualquer teatro no ‘Parque Mayer’ ou do Sá da Bandeira, no Porto. Bastava pegar nos principais tons do mote, reproduzidos aqui pelo ‘Jornal de Negócios’, e transformá-lo em guião de peça de ‘Vaudeville’ à portuguesa.
A sério, o grave é que, além da lei se revelar ineficaz, a lei vai permitir que a ‘distribuição moderna’ continue a dizimar pequenos e médios produtores nacionais, dos tais bens transacionáveis, por vontade de um magote de incompetentes da Assembleia da República e de um promulgador incoerente, de nome Aníbal, o tal que raramente se engana e nunca tem dúvidas.
Ó Cristas, com esta, já foste! Querias outra coisa...ora, ora, também muitos de nós.
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