Mostrar mensagens com a etiqueta cuidados médicos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta cuidados médicos. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 10 de março de 2017

Trump e republicanos empenhados no desmantelamento do ‘Obamacare’

O desmantelamento do 'Obamacare' foi promessa eleitoral. Obcecado, desde a tomada de posse, Donald Trump empenhou-se activamente em captar o suporte de correlegionários republicanos para o sórdido objectivo. 
Nos últimos dias, no congresso dos EUA, membros do Partido Republicano têm avançado no sentido de revogarem a Lei dos Cuidados de Saúde Acessíveis de Obama ('Affordable Care Act') notícias e artigos a este propósito são elucidativas, conforme se poderá comprovar em  'The New York Times' ou 'The Nation'.

A fim de avaliar e qualificar a iniciativa de Trump contra a acessibilidade de milhões de norte-americanos a cuidados de saúde, ao abrigo do programa 'Obamacare', é necessário, em nosso entender, ponderar os seguintes aspectos:
  • as despesas com prestação de cuidados de saúde comparticipadas pelo governo dos EUA, desde 1965, ocorriam sob cobertura de dois programas: 1) Medicare, programa de seguro subvencionado por fundos fiduciários e dirigido a cidadãos acima dos 65 anos, jovens deficientes e doentes necessitados de hemodiálise; 2) Medicaid, programa assistencial de serviços de saúde para cidadãos de baixo rendimento e em função do número de membros da família, em muitos casos sem co-pagamento;
  • o 'Obamacare', promulgado por Barack Obama em 2010, constituiu uma transformação muito significativa, ao alargar a milhões de cidadãos - calcula-se que mais de 20 milhões - a prestação de cuidados de saúde a custos controlados por entidades públicas, federais e estaduais, com planos de saúde, aumentando igualmente o número de beneficiários do Medicaid;

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Os ‘meet’ dos doentes no Auchan

A empresa, segundo divulgado, chama-se Saúde 3.0 Lda. e tem empresas próximas; uma vantagem assinalável. O mal maior de qualquer firma ou sociedade empresarial é ser solitária. Atente-se na denominação de algumas das ‘empresas próximas’ (sic): Farmanimal ou Clínica Veterinária da Lourinhã. O grupo Saúde 3.0 disponibiliza, de facto, uma oferta muito diversificada de cuidados de saúde. Tanto trata do diabético, como do periquito do diabético; do cardíaco, como do seu felino de estimação; e por aí adiante.
A visão estratégica do Auchan, ao reservar espaços clínicos, de apenas um enfermeiro, assenta na obsessão da capacidade da abrangência. O cliente vai ao supermercado, por enquanto apenas o ‘Auchan’ de Almada, solicita a avaliação dos níveis de tensão arterial, ou se sofre de taquicardias ou bradicardias, ou de dores discais ou no ilíaco e outros sintomas; dos quais não se excluem muitos mais, incluindo a psoríase.
 O sr. enfermeiro do ‘Auchan’, após contactar o médico remoto, diz ao doente:
- O que a senhora, ou senhor, tem é a tensão alta, ou arritmias, ou sintomas de dores ósseas… enfim, recomendo-lhe que vá ao Hospital Garcia de Orta e está aqui a conta desta consulta, são 30 euros. -
- Está bem sr. enfermeiro, vou aqui ao lado à loja comprar arroz, massas, detergentes, papel higiénico e mais umas coisitas que deixarei em casa e de seguida vou ao Garcia de Orta. -
A doença, jamais a saúde, é de facto um grande negócio e os estrategas do Sr. Américo das cortiças procuram, é óbvio, os benefícios do negócio. A doença é um meio óptimo para fazer dinheiro. Que importa o doente ou a falta de saúde, se não render tal proveito.
Este é lamentavelmente o estado do serviço de saúde em Portugal. A própria Associação Portuguesa de Hospitalização Privada reclama contra este tipo de pseudo prestação de cuidados de saúde. É evidente que se trata de interesseira visão de concorrência, mas, por obrigações éticas a que está vinculada, estou certo de que também a vil actividade de tal “serviço de saúde’ descredibiliza todas as entidades privadas que, apesar de tudo, mantêm acções institucionalizadas, ainda que centradas na majoração do lucro. E, no fim, de contas, como imagino convictamente, muitos dos doentes acabarão encaminhados para o depauperado SNS.
À estratégia do Auchan faltará apenas lançar acções promocionais através dos agora famosos ‘meet’. Convoca os doentes através das redes sociais e anuncia: dia X, a partir das 14:30, organizaremos o ‘meet’ dos diabéticos, com o preço especial de 25,00 euros por consulta. Idem para o dia Y, o ‘meet’ dos hipertensos.
De doença em doença, lá vai o grupo Auchan juntar os lucros da clínica, aos do azeite, do óleo alimentar, do papel higiénico e da esfregona com que deveríamos excretar a face de quem autoriza esta abjecta ofensa a um direito fundamental dos portugueses; o direito à saúde e à ética na assistência à doença, segundo regras humanas e deontológicas imperativas.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O sucesso da saúde orçamental de Paulo Macedo

Provavelmente, o 1.º governante Gaspar e o 2.º, a larga distância, Coelho, convocarão o bancário Macedo, para comemorar as economias na despesa pública de saúde dos Portugueses.
Pouco interessa se o acto é banhado a champanhe ou a laranjada; a euforia estará presente e será sonante, certamente. O feito do Macedo merece estátua ou busto; economizou o dobro do valor exigido pela ‘troika’, segundo a OCDE – em 2011, as despesas de saúde caíram 5,2%, contra uma subida de 0,7% no seio das países que integram a organização.
Entendido o contributo de gastos com o pessoal e a redução do preço dos medicamentos, é necessário tornar bem claro o que o ‘Público’ divulga sobre os gastos  pessoais dos cidadãos (‘pocket money’) em cuidados de saúde:
Significa isto que a saúde, como um serviço ou produto de luxo, se transfigurou de direito de cidadania e universal em bem acessível aos que têm posses para pagar cuidados médicos. 
A OCDE também sublinha que os números publicados não permitem medir o impacte da redução nas condições de qualidade e resultados dos serviços públicos de saúde prestados às populações. De certeza, no caso português, e pelo que assisto em farmácias, centros de saúde e serviços de urgência hospitalar, o saldo será, inevitavelmente, negativo para os milhões de portugueses pobres, novos e velhos, sem dinheiro para medicamentos, consultas de cuidados primários ou em serviços de emergência.
O País que somos, e em degeneração pela deliberada política do governo, pode reflectir-se, além do mais, em números que a PORDATA publicava esta tarde, às 16h10:
  • Óbitos (hoje): 190;
  • Nascimentos (hoje): 178
  • Saldo migratório (hoje): – 86
Daqui por uns instantes, amanhã, depois, depois e depois, os valores serão piores. É este o País que tecnocratas e um impreparado PM, sem ponta de humanidade, reservam às gerações futuras.