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Tavares é de Portalegre. E Portalegre, claro, não tem culpa. Todavia, tem
de reconhecer-se que, nas mais diversas localidades, há os filhos da terra que
tanto podem manchar como prestigiar a cidade, vila ou aldeia onde vieram ao
mundo. Exemplos muito claros: um indivíduo tanto pode associar Arouca a actos cometido por um cidadão da burguesia local, como em relação a outro de origem diferente, mesmo migrando para a capital, constatar que não logra dissociar-se do provincianismo que lhe está plasmado na pele e inculcado
no cérebro, tornando-se promotor da má imagem da sua própria terra.
J. M. Tavares é daqueles jornalistas que, embora estudando em Lisboa,
jamais se emancipou da tacanhez e do provincianismo. É de direita, opção que,
no plano dos direitos humanos e da cidadania, qualquer democrata sério respeita.
No entanto, como jornalista que diz que é, deveria esforçar-se para se
libertar do papel de provinciano, no estilo de intriga pessoal predominante nos
artigos que publica no jornal ‘Público’.
É incapaz de escrever sobre temas importantes e objectivos, acantonando-se na
prosa subjectiva que visa sempre atingir ostensivamente alguém de esquerda.
A falta de imparcialidade de Tavares, desta vez, escolheu como visados Inês
Pedrosa e António Guterres, ambos afectos ao PS.
O que leva Tavares a injuriar apoiantes da escritora? Não o facto de Inês Pedrosa
estar a ser acusada pelo Ministério Público por abuso de poder na direcção da
Casa de Fernando Pessoa; isto é já matéria de processo judicial em curso. Foi o
facto de, em solidariedade com Inês, ter havido a iniciativa de 38 seus amigos
do meio cultural subscreverem uma carta aberta em defesa da honra da
escritora – entre os subscritores constam figuras destacadas da literatura e da
música - Eduardo Lourenço, Tolentino Mendonça, Francisco José Viegas, Lídia
Jorge e Sérgio Godinho, entre outros.
Em relação a António Guterres, considera igualmente crime que a AR tenha
atribuído o prémio Direitos Humanos de 2016 ao novo Secretário-Geral da ONU
(25.000 euros), o qual só poderia ser concedido a quem tivesse tido actividade numa
ONG. Como esta condição não foi preenchida, e sem tomar em conta que António
Guterres será o primeiro português a ocupar o mais alto cargo a nível da ONU, o juiz Tavares acusou a AR de acto de criminoso. Desvalorizou completamente o facto do homenageado ter
passado de imediato, em minutos, o prémio a uma senhora de uma organização humanitária.
Quando um escriba de jornal inventa estes falsos
crimes em relação a figuras de esquerda, nunca se empenhando em investigar por
que razão outros processos judiciais que envolvem gente de direita estão paralisados
(BPN, por exemplo), fica bem claro que, por doentio sectarismo, é incapaz de
cumprir a missão de informar e opinar a preceito e com respeito pela deontologia da profissão. Tavares não consegue, de facto,
ultrapassar a dimensão do provinciano, entretido com sarilhos que preenchem as
conversas de café da pequenez de carácter.
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