Terminadas - por ora e oxalá que para
sempre - as tragédias dos incêndios, seria de esperar que a comunicação social,
pelo menos a parte que é tida como de referência, se empenhasse no debate
público das recomendações do relatório da Comissão Técnica Independente
(tragédia de Pedrogão), assim como na avaliação do conteúdo e da probabilidade de eficácia
das medidas do Conselho de Ministro do passado Sábado.
Ontem, na SIC-N e hoje no ‘Público’,
aqui
e aqui,
apercebi-me, sem dificuldade, que há profissionais de comunicação mais
interessados em desempenhar o papel de incendiários das relações entre o PR e o
Governo. Sem a necessidade de ser prestidigitador na manipulação de ideias,
percebe-se que o objectivo fulcral do truque é apenas um: destroçar o Governo,
a ‘geringonça’ e, naturalmente, a maioria parlamentar do PS, BE, PCP e Verdes. Para
os escribas em causa, novas eleições são a saída ambicionada. Se possível para
o início de 2018, com Santana Lopes ao leme do PSD. Até lá, o CDS de Cristas
aguenta o barco da direita.
Na altura própria, em dois ‘posts’,
condenei a incompetência da ex-Ministra da Administração Interna, assim como a co-responsabilização
de António Costa nessa incompetência, de desastrosos resultados para o País.
Quanto a Marcelo, e também neste meu
blogue, expressei que não sou admirador dos afectos do PR que, como sublinhei
no devido momento, é uma personalidade volúvel.
De facto, dispenso os serviços de
Marcelo Rebelo de Sousa ou de qualquer outro político em papéis de
intermediários da partilha de dor e da solidariedade devida a vítimas de
calamidades ou de pobreza extrema. Desde os tempos da escola primária (Escola
15 de Lisboa), eu e outros mais remediados – assim se designava à época – valíamos a
companheiros que viviam em condições miseráveis, na então ‘Quinta dos Peixinhos’,
junto do Convento
de Santos-o-Novo. Segui a educação e a cultura do humanismo, tradicional nos
meus antepassados. Não careci de ingressar na JUC-Juventude Universitária
Católica para aprender a ser solidário. Vivi o tempo do salazarismo sem pai
ministro ou alto funcionário do Estado.
Nesta hora de pós-tragédia, de um
terço do País manchado de negro, o que é urgente é agilizar e cumprir, de forma
célere, o processo de ajudas a famílias e actividades económicas atingidas
pelos incêndios. O que os interesses primordiais do País dispensam são as
divergências entre órgãos de soberania, alimentadas pela comunicação nacional, com
o objectivo de servir apenas fracturantes e fracturadas ambições partidárias.
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