A Grécia, até por motivos distribuídos
entre o afecto de uns e o rancor de outros portugueses, tem concentrado as
atenções das gentes e dos meios de comunicação nacionais.
Assistimos a manifestações de
solidariedade por parte daqueles que a reconhecem como berço da cultura, da
filosofia à política, mas, paralelamente, surgem em cena idiotas odiosos, casos
de alguns comentadores da TV (a SIC está na vanguarda deste segundo núcleo com
certos jornalistas do Grupo Impresa – José Gomes Ferreira à cabeça).
O problema grego, que se pode
sintetizar como dilema da permanência ou saída do País Helénico da Zona Euro e
mesmo da UE, por breves momentos fica congelado. Há a necessidade abordar o que
se está a passar com a hecatombe das bolsas chinesas e uma série de graves
problemas económicos, financeiros e até sociais com que a China e o Mundo se
debatem.
Venerada por Cavaco e cavaquistas,
pelo governo de Coelho e Portas, que lhe entregou a EDP e a Fidelidade, e
também pelo enclave designado BdP governado pelo soberano Carlos Costa, que
facilitou a compra da Espírito Saúde à Fosun, a China é hoje a grande parceira
no investimento estrangeiro. Quais as características deste investimento? É
meramente financeiro, adquirindo empresas, algumas estratégicas, transformando-as
em grandes exportadoras de remunerações de capital [saída de dividendos]. Desde
que o rubicundo Catroga e a enguia Mexia se safem, que se lixem os superiores
interesses de Portugal!
A
endividadíssima Fosun já subtraiu da Fidelidade 1.000 milhões de euros –
praticamente o que pagou pelo grupo segurador à CGD. A verba destinou-se à aquisição
de títulos de dívida emitidos pela Xingatao Assets Limited, veículo financeiro
de que a dita Fosun é o primeiro accionista.
Se admitiram a Fosun como
candidata à compra do Novo Banco, então estamos ainda mais esclarecidos de que
natureza é o Costa do BdP, a amanuense Albuquerque e os comandantes Coelho e
Portas.
As bolsas chinesas estão a viver
há dias sob um tremendo ‘crash’. Se a bolha se prolongar no tempo e aprofundar –
tudo indica que sim, ainda hoje Xangai perdeu 4,28% e 940 sociedades, 1/3 das
cotadas têm as acções suspensas de negociação em bolsa – a própria Europa será
atingida na sua já frágil economia.
A dimensão do descalabro bolsista
chinês é de tal modo que o FT, em notícia que por ser extensa traduzimos em
duas partes, esta e esta, aborda o assunto. O credenciado jornal dedicou ao
tema atenção cuidadosa e pormenorizada.
Por partes, ou até mesmo na diagonal, apenas a leitura
da notícia garantirá a ideia do risco do grave problema que a China e a
Economia Mundial estão a enfrentar. Portugal, claro, não ficará imune. Para
demonstrar a característica da pandemia, cite-se que, em consequência da “bolha
chinesa”, o preço do cobre na Bolsa de Metais de Londres caiu 8,4% em dois
dias. É só ler o texto longo e árido, mas elucidativo.
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