quinta-feira, 9 de julho de 2015

Então e a China? Acidente ou Crise Aguda?

A Grécia, até por motivos distribuídos entre o afecto de uns e o rancor de outros portugueses, tem concentrado as atenções das gentes e dos meios de comunicação nacionais.
Assistimos a manifestações de solidariedade por parte daqueles que a reconhecem como berço da cultura, da filosofia à política, mas, paralelamente, surgem em cena idiotas odiosos, casos de alguns comentadores da TV (a SIC está na vanguarda deste segundo núcleo com certos jornalistas do Grupo Impresa – José Gomes Ferreira à cabeça).
O problema grego, que se pode sintetizar como dilema da permanência ou saída do País Helénico da Zona Euro e mesmo da UE, por breves momentos fica congelado. Há a necessidade abordar o que se está a passar com a hecatombe das bolsas chinesas e uma série de graves problemas económicos, financeiros e até sociais com que a China e o Mundo se debatem.
Venerada por Cavaco e cavaquistas, pelo governo de Coelho e Portas, que lhe entregou a EDP e a Fidelidade, e também pelo enclave designado BdP governado pelo soberano Carlos Costa, que facilitou a compra da Espírito Saúde à Fosun, a China é hoje a grande parceira no investimento estrangeiro. Quais as características deste investimento? É meramente financeiro, adquirindo empresas, algumas estratégicas, transformando-as em grandes exportadoras de remunerações de capital [saída de dividendos]. Desde que o rubicundo Catroga e a enguia Mexia se safem, que se lixem os superiores interesses de Portugal!
A endividadíssima Fosun já subtraiu da Fidelidade 1.000 milhões de euros – praticamente o que pagou pelo grupo segurador à CGD. A verba destinou-se à aquisição de títulos de dívida emitidos pela Xingatao Assets Limited, veículo financeiro de que a dita Fosun é o primeiro accionista.
Se admitiram a Fosun como candidata à compra do Novo Banco, então estamos ainda mais esclarecidos de que natureza é o Costa do BdP, a amanuense Albuquerque e os comandantes Coelho e Portas.
As bolsas chinesas estão a viver há dias sob um tremendo ‘crash’. Se a bolha se prolongar no tempo e aprofundar – tudo indica que sim, ainda hoje Xangai perdeu 4,28% e 940 sociedades, 1/3 das cotadas têm as acções suspensas de negociação em bolsa – a própria Europa será atingida na sua já frágil economia.
A dimensão do descalabro bolsista chinês é de tal modo que o FT, em notícia que por ser extensa traduzimos em duas partes, esta e esta, aborda o assunto. O credenciado jornal dedicou ao tema atenção cuidadosa e pormenorizada.
Por partes, ou até mesmo na diagonal, apenas a leitura da notícia garantirá a ideia do risco do grave problema que a China e a Economia Mundial estão a enfrentar. Portugal, claro, não ficará imune. Para demonstrar a característica da pandemia, cite-se que, em consequência da “bolha chinesa”, o preço do cobre na Bolsa de Metais de Londres caiu 8,4% em dois dias. É só ler o texto longo e árido, mas elucidativo. 

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